* Por Alberto Pardo
A atual situação mundial, como resultado da disseminação do Coronavírus (COVID-19), nos leva a repensar como será a sociedade do futuro diante desse cenário, que atrapalhou a vida cotidiana e nos levou a fazer mudanças aceleradas na maneira como consumimos e nos relacionamos, a fim de preservar a saúde da sociedade e continuar produzindo mesmo diante de uma desaceleração da economia.
A tecnologia, com certeza, desempenha um papel fundamental nesse novo paradigma, que ocorre nos níveis trabalhista, educacional e relacional. A digitalização da sociedade tornou-se essencial para o mundo continuar girando. Hoje, estamos diante de um novo cenário, impensável semanas atrás, em que o processo de transformação digital permeia rapidamente as pessoas, em todas as áreas.
Alguns pilares que estão e continuarão mudando, de mãos dadas com a tecnologia, e que nos levarão a uma sociedade digitalizada são:
Teletrabalho / Home Office – não apenas requer a adoção de tecnologia por parte das empresas, independentemente de seu tamanho (grandes, médias ou pequenas), mas, também, uma reflexão sobre a maneira de trabalhar e avaliar o papel dos líderes junto às suas equipes, a fim de planejar como será o trabalho do futuro. Não se trata apenas de colocar as pessoas para trabalhar em casa, mas, também, de desenvolver um novo cenário, onde o controle não envolve ter uma pessoa sentada no local de trabalho por oito horas.
Educação a distância – esse é um grande desafio para crianças, adolescentes e pais: como aprender em ambientes digitais e como interagir com os colegas? Como a tecnologia mudará os paradigmas de aprendizagem dentro e fora da sala de aula? Hoje, ensino superior, pós-graduação e mestrado já são ministrados online (ainda que não 100% deles). Mas, a educação primária não é assim.E esse será um novo caminho para explorar e viajar com instituições educacionais, familiares e governo.
Infraestrutura da Internet – é importante que o governo use esse cenário para testar como o país está conectado: explorar a rede da Internet em cada estado e município e entender que, hoje, milhares de pessoas passarão a fazer de casa tarefas que antes não faziam, como trabalho e estudo, e que, com isso, o consumo de ferramentas de vídeo e streaming aumentará consideravelmente. Portanto, é preciso recursos para suportar essa nova demanda. Esta é uma oportunidade para o governo desenvolver e executar um plano de ação em torno da conectividade no país com dados da situação atual.
Negócios digitais – o canal online não será apenas uma opção, mas a migração forçada do consumo na sociedade. O comércio eletrônico evoluiu e amadureceu, ano a ano, graças à tecnologia e à confiança que os consumidores adquiriram, por meio da otimização de processos na cadeia de valor da indústria. Os negócios por Internet e de última geração serão promovidos por meio dessa nova forma de consumo, que terá um impacto positivo nas economias dos países.
eBanking – o banco digital não será o mero uso do canal virtual para consultar saldos e pagamentos online. Será a oportunidade de aprofundar processos complexos e fornecer mais serviços que possam facilitar, remotamente, o dia a dia das pessoas, desde abertura de conta e solicitação de crédito, até transferências internacionais, por todo o canal online.
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Pagamentos online – carteiras virtuais e serviços de pagamento sem contato serão os mais exigidos para evitar o contágio, como acontece no momento. Mas, sem dúvida, serão hábitos ainda mais difundidos e instalados na sociedade.
Consumo de mídia – a Internet se consagra como o canal preferido para acessar as notícias, assim como o consumo de televisão e vídeos ´on demand´ continuará aumentando. As marcas voltam cada vez mais a atenção para esses canais e, com eles, o investimento em publicidade digital aumentará ainda mais.
Sem dúvidas, o Coronavírus marcará um antes e um depois
em nossas vidas, afetando a saúde de milhares de pessoas no mundo, desacelerando a economia e mostrando-nos que existem outras maneiras de trabalhar, aprender, consumir e se relacionar. É a oportunidade de aprender, talvez mais rápido do que estamos fazendo, que existe uma maneira diferente de levar as sociedades adiante, fazendo uso dos recursos que a tecnologia nos oferece. Ser resiliente é a capacidade que temos como seres humanos de superar uma crise e aprender com ela. Esta é uma nova oportunidade para trabalharmos na transformação digital das sociedades, a fim de construir um mundo mais conectado e seguro para todos
*Alberto Pardo – Fundador e CEO da Adsmovil
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Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.