Estamos melhor preparados para enfrentar desafios futuros e o ‘novo normal’ será digital, é o que aponta o estudo da Cisco realizado pela Deloitte denominado ‘Digitalização, Resiliência e Continuidade dos Negócios: o que aprendemos com a pandemia da Covid-19’. O levantamento, baseado em entrevistas com representantes dos setores público e privado, fontes públicas e uma pesquisa primária, está sendo lançado nesta semana e traz dados inéditos sobre como os impactos da pandemia tornaram os brasileiros mais resilientes e digitalizados em quatro setores avaliados − educação, justiça, saúde e governo −, levando em consideração sempre três fatores: ‘nível de resiliência’, ‘fatores aceleradores’ e ‘fatores inibidores’.
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A análise revela ainda uma série de megatendências que devem influenciar o modo de vida do brasileiro frente ao ‘novo normal’ nos próximos anos, como os caminhos da telemedicina e do ensino a distância, o uso de inteligência artificial no judiciário, e até mesmo a oferta do governo para acesso a sistemas digitais integrados em diversas esferas.
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O estudo conduzido pela Deloitte integra o programa global de aceleração digital da Cisco, que consiste em ajudar o País a se preparar para uma nova era de hiper conectividade e economia digital, além de apoiá-lo na recuperação social e econômica, à medida que entrar em uma nova realidade pós-pandemia.
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“Esse estudo é de extrema relevância para todos, governo, empresas e a sociedade em geral, pois ajuda a termos um melhor entendimento de como a tecnologia e as plataformas digitais nos apoiaram no enfrentamento da crise da COVID-19 e a manter os negócios e serviços públicos. Precisamos nos preparar para uma nova realidade digital e este estudo, uma contribuição da Cisco para o país, visa compartilhar algumas reflexões e propostas para juntos construirmos um Brasil mais resiliente, digital e mais inclusivo”, explica Rodrigo Uchoa, Head de Novos Negócios e Digitalização na Cisco Brasil.
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“O estudo consolida uma visão muito abrangente sobre como a pandemia da Covid-19 impactou esses quatro segmentos analisados no âmbito da digitalização. Ao mesmo tempo, ele captura a maneira pela qual os agentes desses mesmos setores vêm reagindo ao novo contexto trazido pela pandemia, ao desenvolver alternativas que levam, de modo geral, a uma transformação acelerada de tecnologias, processos e interações”, descreve Heloisa Montes, sócia-líder de Consultoria em Estratégia e Inovação da Deloitte, responsável técnica pelo estudo. “Crises como esta que hoje vivenciamos acabam geralmente impulsionando mudanças de mentalidade e, a partir delas, abre-se espaço para inovar na busca de soluções”, destaca.
Conheça algumas das megatendências apresentadas no estudo que apontam como será o ‘novo normal’:
Saúde: A liberação completa da telemedicina durante a pandemia, aliada à ampla disponibilidade de soluções no cenário brasileiro de tecnologia em saúde, foram essenciais para facilitar a adoção de recursos tecnológicos no setor e garantir sua continuidade. O aumento acentuado de teleconsultas tornou a telemedicina uma ferramenta de apoio à continuidade dos serviços de saúde durante o período.
Esse movimento abre espaço para a tendência de que, nos próximos anos, a medicina a distância seja potencializada por outras tecnologias, como dispositivos vestíveis que monitoram a saúde de pacientes, crescimento de mercado das ‘health techs’ e redução de gastos de saúde ao priorizar acompanhamentos e cuidados básicos.
Educação: Já na área de educação, o estudo mostra que o ensino a distância durante a pandemia acelerou a transformação digital do setor, acentuou a adoção de novas tecnologias e fez com que professores pudessem flexibilizar suas práticas e, até mesmo, gerar renda extra com cursos online.
Levando-se em consideração que, durante a pandemia, o método de ensino de Educação Básica tenha se adaptado ao modelo 100% remoto em caráter emergencial, o estudo mostra que, nos próximos anos, a educação básica poderá não ser mais totalmente presencial, mas sim um modelo híbrido entre o presencial e o online. Alguns modelos de educação apontam para o ensino colaborativo, baseado em projetos e salas de aula ‘invertidas’, usadas pelos professores para levantar discussões e fornecer explicações em maior profundidade. Os alunos, por sua vez, aprenderão parte do conteúdo em casa.
Judiciário: O setor judiciário, por sua vez, teve uma forte transformação digital durante a última década, mas o avanço não foi uniforme, o que deixou uma parcela significativa de processos ainda no papel. No entanto, o elevado grau de digitalização dos processos pré-pandemia permitiu que o setor mantivesse as operações internas nos últimos meses, e a disponibilização de uma plataforma de videoconferência foi essencial para garantir a continuidade de audiências.
Consequentemente, a transformação digital aponta para tendências como processos judiciais 100% eletrônicos, amplo uso de videoconferências, plena integração entre os tribunais e uso de IA para automatizar e acelerar processos que hoje são feitos por humanos.
Governo: Antes da pandemia, a digitalização já estava na pauta e em diversos programas conduzidos no setor público federal e dos maiores Estados, ainda que a maior parte dos Estados e os municípios menores encontrassem dificuldades. No entanto, a existência de programas de digitalização prévios e os investimentos realizados nessa frente foram essenciais para que garantissem um bom nível de resiliência durante a crise.
No futuro, a integração plena dos serviços digitais entre governos federais, estaduais e municipais será uma necessidade e não uma opção. Com isso, podemos esperar por aplicativos e sistemas mais amigáveis e simples de se utilizar, mais agilidade em processos que envolvem esferas do governo e diretrizes mais amplas sobre uso e segurança de dados dos cidadãos.
Metodologia
O estudo “Digitalização, Resiliência e Continuidade dos Negócios: o que aprendemos com a pandemia de COVID-19” foi desenvolvido com base em entrevistas com especialistas dos setores público e privado. Além disso, contou com uma pesquisa secundária − a partir de notícias, relatórios, dados públicos e diversas análises acadêmicas sobre como os brasileiros lidaram com a pandemia, em comparação a outros países, e como a aceleração da digitalização ajudou a manter o funcionamento de muitos serviços essenciais. O estudo contou, ainda, com uma fonte primária, que consistiu em pesquisa online para coletar insights a partir de respostas de alunos, pais, médicos e pacientes dos setores de saúde e educação. No total, foram mais de 700 entrevistados durante o mês de julho.
O estudo pode ser acessado na íntegra neste link.
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Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.