Que empresa não deseja uma solução segura e inteligente para a logística interna? Transferir cargas com robôs móveis autônomos (ou Autonomous Mobile Robots, os AMRs) é uma alternativa interessante para fábricas que estão embarcando ou já embarcaram na jornada 4.0. A solução se mostrou eficiente também durante a pandemia, num momento em que muitos segmentos precisaram continuar produzindo com menos funcionários nas fábricas em função do Covid-19 e gerenciando processos de forma remota. Mas os benefícios vão muito além da simples substituição da mão de obra humana.
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Para entender como funciona a transferência de qualquer tipo de carga de forma autônoma dentro da fábrica e os benefícios de adotar os AMRs para a logística interna, conversamos com dois especialistas da Pollux: o Rhuan Oliveira, que é analista de desenvolvimento de negócios e a Bianca Silva, que é coordenadora de projetos.
Os AMRs operam por conta própria. São capazes de se situar na fábrica e criar rotas adaptáveis. Funcionam mais ou menos como um carro com GPS. Você define o ponto de partida e o de chegada e o robô, por meio dos mapas da planta gerados em seu software, traça a melhor rota para o momento. Ele trabalha em segurança ao lado de humanos: se alguém atravessa sua frente, por exemplo, ele para, espera a pessoa passar e depois continua a percorrer o seu caminho.
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A logística interna das fábricas costuma ser pouco automatizada. No entanto, é comum ocorrerem gargalos. O uso dos AMRs possibilita que o robô converse com as máquinas e sejam criados sistemas para otimizar os processos, acabar com estes gargalos e deixar o layout da planta até mais limpo e mais organizado.
Muitas empresas trabalham a produção de forma empurrada (do inglês push system, processo produtivo baseado na previsão da demanda). Neste modelo o estoque separa as peças referentes aquela produção e leva tudo até a linha, com base em uma previsão.
O problema é que pode faltar ou ocorrer excesso de peças, ou ainda se a linha tiver que produzir um outro tipo de produto, vai ser necessário voltar e guardar no estoque o material para depois levar tudo para a linha novamente. O próprio cálculo do estoque fica muito difícil de ser feito com este modelo. Se o AMR for utilizado, ele vai fazer apenas as movimentações necessárias. A Pollux tem também a solução completa, chamada de logística 4.0, em que além do robô, existe um software atuando que vai ajudar no processo completo.
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“Por exemplo, se uma linha faz a solicitação de 400 parafusos, o software comunica o estoque para ele separar. Quando estiver pronto, o estoque comunica o sistema, que chama o robô para fazer a movimentação (uma movimentação puxada, do inglês pull system), levando os parafusos até a linha. O AMR faz estas movimentações de forma mais assertiva. Melhora o processo em si, otimizando a movimentação interna das indústrias e as pessoas se dedicam a outros processos necessários”, ressalta Rhuan.
O AMR é uma solução flexível para a planta industrial. É possível definir uma configuração de pontos que robô para e faz determinadas atividades, mas se isso mudar ao longo do tempo é só configurar novamente. Sem contar que seu monitoramento é remoto, então qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo pode acessar o robô e saber o que ele está transportando. Em muitas situações o uso do robô consegue ajudar na redução do estoque também. E como grandes volumes de estoque representam capital de giro parado é um aspecto bastante interessante.
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“Os AMRs contribuem para a segurança da fábrica, evitando trabalhos repetitivos dos colaboradores. São inteligentes, possuem sensores e câmera, detectam qualquer objeto em 360 graus. Acabam gerando segurança para os trabalhadores”, reforça Bianca. Ela cita o exemplo de um projeto desenvolvido pela Pollux para uma empresa global do segmento de fabricação de óculos em que o AMR é usado para movimentação de peças e abastecimento de linhas de produção.
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“Entre os ganhos que a empresa citou para nossa equipe estão a utilização de mão de obra em atividades que agregam valor dentro da fábrica; a eliminação de problemas com quedas de funcionários que faziam este trabalho, e eram muito comuns; o headcount e scrapping (captação de dados)”, conta Bianca.
“Os AMRs conseguem substituir aquele colaborador que ficava desempenhando funções que não agregavam valor ao negócio”, destaca Rhuan. Segundo ele, os AMRs trazem também um ganho na ergonomia dentro das plantas. “Algumas fábricas trabalham com as tradicionais empilhadeiras, outras com jacarés, aí é preciso um grande uso de EPIs e muitos cuidados com a segurança do colaborador. Ocorrem processos judiciais futuros que são gerados porque as funções são complicadas realmente. São comuns saídas e atestados de funcionários por causa de dores nas costas, entre outros problemas de saúde. Os AMRs são uma excelente alternativa”, conta.
Os robôs autônomos e a jornada 4.0
A solução mais simples e barata para uma fábrica que deseja embarcar na jornada 4.0 é ter apenas um AMR atuando. É o que a Pollux chama de primeira etapa ou nível 1.
“Na segunda etapa ou nível 2 ocorre a aquisição de mais de um AMR e aí já existe um software de gerenciamento que identifica, por exemplo, qual robô está mais próximo para executar uma tarefa, se está disponível, por exemplo. E na terceira etapa ou nível 3 são os AMRs conectados ao restante da fábrica, com um software completo, desenvolvido pela Pollux, unindo linhas e robôs com uma série de informações geradas ali”, explica Rhuan.
Segundo ele, normalmente quem busca a solução dos robôs móveis autônomos para a logística interna são empresas grandes, pelo capital de investimento que possuem, ou porque já tem um processo direcionado para automação e indústria 4.0.
“As pequenas tem um pouco mais de dificuldade de visualizar o payback, o retorno de investimento, mas em alguns casos faz muito sentido que elas façam o investimento. Até porque, a Pollux tem um modelo de negócio que permite aquisição ou a locação, que é muito interessante para o cliente porque toda a manutenção fica sob responsabilidade da Pollux”, diz.
Atualmente, a Pollux atende a logística de indústrias de diferentes segmentos com os AMRs, entre elas a de pneus, aeronáutico, têxtil, automobilística, bens de consumo. Existem várias automações que permitem o robô fazer movimentações diferentes, então ele consegue atender demandas bem diferentes. A Pollux trabalha com o melhor AMR do mercado, desenvolvido pela empresa dinamarquesa Mobile Industrial Robots (MIR). Com sensores ultrassônicos, laser scanner e câmera 3D, os modelos trabalham até dez horas sem parar e carregam até 1 tonelada.
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Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.