Escrito por Nedyr Pimenta Filho
Pagamentos Instantâneos (PIX) já é uma realidade e tem funcionado integralmente no Brasil desde 16 de novembro de 2020. A tecnologia é uma iniciativa do Banco Central do Brasil (BCB) com o objetivo de aumentar a capilaridade de pessoas no mercado financeiro e, consequentemente, elevar a competitividade deste segmento. Segundo estudo realizado pelo Banco BS2 em parceria com o painel OpinionBox, 73% dos brasileiros bancarizados pretendem utilizar o PIX em suas transações. Mas, qual é o verdadeiro impacto do Sistema de Pagamentos Instantâneos para o mercado brasileiro?
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O PIX trouxe muitas inovações. Entre elas, é importante destacar a utilização de chaves (CPF, e-mail e número do telefone celular) ou QR CODE para iniciar uma transação de pagamento, sem a necessidade de o pagador tramitar várias informações para realizá-la. O novo sistema trouxe celeridade ao processo de pagamento, uma vez que a maioria das transações passaram a ser efetuadas em menos de 10 segundos, além da disponibilidade do serviço durante todos os dias do ano, mesmo aos finais de semana e feriados.
Outra funcionalidade inovadora é a possibilidade de anexar referências por meio de links da internet, com informações adicionais que podem trazer ao pagamento dados não financeiros como número de venda, itens dos pedidos, descontos, entre outros. Desta forma, estas são as características que tornam o PIX único: disponibilidade plena, multiplicidades de casos de usos, conveniência, informações agregadas, segurança e ambiente aberto, já que além dos bancos, outras instituições financeiras (PSP indiretos) têm acesso para operar com o sistema.
Segundo o Banco Central, o PIX é mais uma forma de pagamento que deverá coexistir com outras já existentes no mercado brasileiro. A expectativa é de que a tecnologia absorva, quase que por completo, o espaço existente para TED, DOC, Pagamento do Débito e Pagamento de Contas, substituindo o código de barras. Todas essas características causam um grande impacto, aumentando a competitividade no mercado financeiro com a inclusão do Prestador de Serviço de Pagamento – PSP indiretos no PIX, e permitindo que as Fintechs ou Instituição de pagamentos – IPs, que possuem contas transacionais, insiram seus clientes neste ecossistema. Assim, o público que não consegue abrir contas nos bancos tradicionais é adotado por essas novas empresas e entram para o mercado financeiro, deixando de ser “não bancarizados” (expressão que indica a exclusão das pessoas do mercado financeiro). Com esses novos usuários, o resultado será uma diminuição da circulação do papel e moeda no mercado, o que acarretará na baixa do custo do transporte e segurança do dinheiro, por exemplo.
Os desafios do Sistema de Pagamentos Instantâneos
O maior desafio foi a adequação dos sistemas para a utilização das plataformas do PIX: SPI (Sistema de Instantâneos) e DICT (Diretório de Identificadores de Contas Transacionais), para poder utilizar o serviço do BCB. Entretanto, outras questões ainda estão por vir, pois as possibilidades são inúmeras para a utilização dessas plataformas em novos “casos de uso”, transformando operações que hoje são complicadas em simples, e melhorando, assim, o dia a dia dos usuários.
Mesmo com os inúmeros benefícios do PIX, é necessário atentar-se aos cuidados em sua utilização. A plataforma do Bacen não está em contato diretamente com os usuários, portanto, o mesmo processo básico dos aplicativos dos bancos e fintechs será utilizado para iniciar os pagamentos com o PIX, entretanto, os cuidados dos bancos e principalmente dos clientes com as senhas e outros fatores relativos à segurança são os elementos chaves para inibir as fraudes.
A adesão ao PIX pelos brasileiros
A pandemia do COVID-19 contribuiu para que a implantação do PIX fosse um sucesso, uma vez que os usuários dos sistemas financeiros tiveram que se digitalizar para manter o isolamento. Com isto, foi necessário aprender a utilizar serviços digitais . Pela estatística do Banco Central, a criação das chaves PIX e o grande número de pagamentos realizados nas duas primeiras semanas de funcionamento da tecnologia, demonstram que houve uma grande aceitação do processo e refletem ainda uma demanda reprimida aos finais de semana, já que a quantidade de transações nesse período tende-se a ser semelhante à média dos demais.
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A pandemia trouxe à tona também o aumento dos pagamentos via QR CODE, o que contribuiu de certa forma, na preparação dos clientes para a chegada dessa grande inovação no mercado financeiro, o PIX. Além disso, a inclusão dessas tecnologias dentro dos aplicativos dos PSPs (Prestadores de Serviços de Pagamento), pelas equipes de experiência de usuários (UX), que criaram processos simples e diretos, fará com que os clientes as utilizem mesmo sem o conhecimento técnico desses termos.
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PIX: Sistema de Pagamentos Instantâneos nas empresas e no setor bancário
As carteiras digitais criadas pelas fintechs até a entrada do PIX eram arranjos fechados. No entanto, atualmente as carteiras digitais podem ser utilizadas amplamente e, desta forma, suprir as necessidades dos clientes com as demandas “bancárias”. As empresas podem ter informações não financeiras no PIX combinado com a instantaneidade do pagamento, o que possibilitará processos automatizados e digitais na esteira de vendas, melhorando o processo como um todo: fechamento do pedido, baixa de estoque, delivery, entre outros.
O sucesso da digitalização do mercado financeiro demandará uma maior migração para o Cloud Computing e muito investimento em Data Science, direcionando os esforços para entender e atender as necessidades dos clientes. A digitalização bancária abre a oportunidade de todos serem atendidos, principalmente os excluídos pelos bancos, diminuindo substancialmente o custo/tempo para os clientes sacarem dinheiro e liquidarem suas obrigações. Além disso, possibilita às instituições financeiras o conhecimento do comportamento dos clientes, o que gerará serviços e produtos mais adequados para a vida de cada cliente.
*Nedyr Pimenta Filho é Diretor de Inovação da Provider IT , uma das principais consultorias e provedoras de serviços de TI do país.
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Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.