Projeto de Instagram para crianças causa polêmica e divide opiniões

Planos de desenvolvimento da plataforma causam discórdia entre pais e Facebook

Em recente reportagem feita pelo BuzzFeed News, o Facebook revelou projetos para uma versão do Instagram voltada para crianças. A plataforma teria uma estrutura direcionada a menores de 13 anos – atual idade mínima para o uso da rede social.

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A resposta gerada pela notícia foi, em sua maioria, de indignação e discordância. Em resposta a um tweet sobre o assunto, feito pelo chefe do Instagram, Adam Mosseri, os pais argumentaram que a ferramenta é perigosa para as crianças e que não deve ser concedida simplesmente porque elas desejam.

As respostas variam entre as múltiplas possibilidades de perigos que podem ser encontrados no uso da plataforma por crianças. Além das muitas respostas nas redes sociais, o acalorado debate gerou uma carta formal endereçada à empresa por legisladores democratas exigindo o cancelamento desses planos. O principal argumento apresentado foi o “histórico de falhas” do Facebook em proteger as crianças no aplicativo.

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Em contrapartida, Mark Zuckerberg afirmou que a intenção era justamente garantir a segurança dos usuários infantes, prometendo que a plataforma seguiria moldes como do YouTube Kids, que conta com gerenciamento dos pais e ferramentas de segurança como senhas.

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“Como todos os pais sabem, as crianças já estão online”, afirmou o dono da empresa, e não cometeu erros ao fazê-lo. De fato, segundo o Global Digital Statshot 2019, relatório feito pelas empresas americanas Hootsuite e We Are Social, quase metade da população mundial já está nas redes sociais.

Dentre esses 3,5 bilhões registrados, crianças com menos de 13 anos podem ser encontradas; afinal, para burlar essa limitação, basta mentir a idade no momento do cadastro.

No Brasil, um estudo feito pela Cuponation, divulgado em janeiro deste ano, ainda revelou que, numa média geral, o uso diário das redes sociais pelos brasileiros é de cinco horas. Quase 90% dos brasileiros entre 10 e 13 anos têm acesso à internet.

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Na realidade contemporânea, fica cada dia mais fácil o acesso, e as crianças são apresentadas desde pequenas à internet – por vezes, pelos pais, que acreditam que elas ficam mais calmas e distraídas.

O crescimento das redes sociais é inevitável e seria bom mesmo ter uma maior segurança para as crianças que ingressarem no uso delas, mas até que ponto o Instagram Kids seria uma boa ideia?

Mesmo que a rede social fosse moderada pelos pais e, como prometido pelos representantes do Facebook, contasse com uma equipe de profissionais de saúde mental infantil, defensores de privacidade e outros, nada impediria que a rede não acabasse sendo acessada por adultos.

O Messenger Kids, também desenvolvido pelo Facebook, tinha uma proposta parecida e sofreu esse problema. Alguns pais até mesmo citam o fato de que, apesar da constante vigilância, o abuso no Instagram não pode ser completamente contido nem no seu estado atual de regras.

“Hoje está tudo mais borrado. A liberdade tem aspectos positivos, mas impõe novos desafios aos pais”, comentou o mestre em psicologia clínica pela USP, Renato Rochwerger, em entrevista à revista Veja. Sua fala se refere à forma como é muito mais fácil para as crianças livrarem-se do controle dos pais quando a internet é acessível de todo lugar e a todo momento.

Mas até mesmo sem o conhecimento proveniente de uma faculdade de psicologia é possível deduzir os efeitos negativos, que vão para muito além da exposição a conteúdo impróprio. Uma versão infantil de uma das redes sociais mais proeminentes do momento pode provocar sérias mudanças no desenvolvimento das crianças expostas.

O  viés comercial do uso das redes sociais no Brasil é mais do que confirmado, e parte das intenções do Facebook é explorar o mercado potencial que pode ser gerado pelo uso da plataforma Instagram para crianças.

A exposição prematura aos hábitos de consumo e o intenso estímulo podem mudar completamente o comportamento dos jovens e adultos que essas crianças se tornarão.

Por enquanto, o projeto segue em desenvolvimento, mas sem mais notícias. A polêmica  acerca dos resultados do projeto há de continuar até que uma versão do Instagram para crianças seja desenvolvida e implementada.

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Marciel

Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.

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