*Vivaldo José Breternitz
Tons de chamada, ou ringtones, são os sinais acústicos emitidos por um celular para indicar o recebimento de uma ligação ou mensagem.
Foram durante muito tempo uma febre, com as pessoas escolhendo como ringtones músicas, sons da natureza, como vento ou água correndo; alguns, somente podiam ser baixados mediante pagamento. Havia usuários que usavam diferentes ringtones para identificar quem os chamava.
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Agora esse cenário parece estar mudando. Segundo levantamentos feitos pela empresa de pesquisas Sensor Tower, que atua na área de telefonia móvel, os jovens entre 16 e 24 anos não estão mais usando ringtones e preferem os chats ao invés de chamadas de voz.
Os levantamentos foram feitos no Reino Unido e é bastante provável que seus resultados sejam válidos também por aqui; eles constataram que em 2020, as instalações de ringtones caíram para 3,7 milhões, contra 4,6 milhões em 2016.
Esses jovens preferem ser alertados sobre chamadas ou chegada de mensagens através de vibrações de seus celulares; como passam praticamente todo o tempo com seus telefones ao alcance da mão, não há necessidade de um toque para alertá-los sobre chamadas ou mensagens.
Uma pesquisa anterior, considerando todos os meios de comunicação, como os impressos, rádio e TV, constatou que 36% dos jovens entre 16 e 24 anos acredita que as mensagens de texto são o método mais importante de comunicação, enquanto 15% acreditam que que as ligações o são.
Essas informações são úteis para aqueles que atuam na área; o abandono dos ringtones e das chamadas de voz, substituídos por vibrações e textos, são apenas uma questão de moda ou de praticidade.
Já o abandono de outros meios de comunicação deve ser considerado um sinal de alerta também para os pais e educadores, especialmente os brasileiros, pois temos a percepção de que isso vai tornar ainda mais ineficientes nossos processos de ensino e aprendizagem.
*Vivaldo José Breternitz,Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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