Facebook mira os jovens

Empresa planeja mudar significativamente seus aplicativos Facebook e Instagram

Vivaldo José Breternitz

Já há algum tempo, em conversas com nossos alunos, temos ficado com a impressão de que os jovens consideram o Facebook como uma ferramenta destinada a pessoas mais velhas, o que evidentemente não é bom para os negócios da empresa.



Agora, em meio a relatos de que o Facebook escondeu de seus acionistas a queda significativa do número de usuários adolescentes e adultos jovens, Mark Zuckerberg veio a público dizer que a empresa está iniciando um processo de mudanças para tornar essas pessoas sua maior prioridade.

Para fazer isso, a empresa planeja mudar significativamente seus aplicativos Facebook e Instagram e investir bilhões de dólares construindo sua visão de um metaverso, um ambiente baseado na internet onde o real e o virtual se fundem por meio de serviços e dispositivos que usam intensivamente tecnologias como a realidade aumentada.

Citando o crescimento dos concorrentes TikTok e iMessage, Zuckerberg disse que a empresa mudará para conquistar usuários entre 18 e 29 anos, mesmo que isso implique em perder usuários mais velhos. Disse também que essa mudança levará anos, não meses.

A questão dos usuários mais jovens tem sido particularmente preocupante para a empresa. Não se trata apenas da perda de usuários; as revelações de uma ex-funcionária acerca de uma pesquisa feita pelo Facebook que teria mostrado que o uso de seus aplicativos prejudicaria a saúde mental dos adolescentes, geraram uma série de audiências no Congresso americano e uma onda de manchetes sobre como esses aplicativos, especialmente ao permitirem o compartilhamento de fotos, podem ser prejudiciais para seus usuários mais vulneráveis.

Acerca dessas revelações, Zuckerberg disse se tratar apenas de uma tentativa organizada de mostrar uma imagem falsa da empresa, embora o Facebook tenha cancelado o lançamento de Instagram Kids, versão do aplicativo destinado às crianças.

Ele não comentou os boatos de que a empresa mudaria de nome para refletir seu novo foco em realidade aumentada e realidade virtual, mas deixou claro que tem grandes ambições nessa área, pretendendo atingir um bilhão de usuários e gerar centenas de bilhões de dólares de comércio digital através do metaverso.

A empresa informou que a partir de agora apresentará dois conjuntos de dados financeiros: um para sua família de aplicativos, que inclui Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp e outro para sua divisão Reality Labs, que congrega suas áreas de realidade aumentada e virtual. Essa divisão receberá grandes investimentos, que reduzirão os lucros da empresa em US$ 10 bilhões no ano de 2021.

Realmente, o Facebook vive seu inferno astral, o que acreditamos seja bom para a sociedade como um todo.

Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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Redação tecflow

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