Um broncoscópio controlado remotamente que age como um sistema de GPS à procura de massas pulmonares difíceis de encontrar e realiza a biópsia com precisão, de acordo com um estudo colaborativo da Mayo Clinic. Esta pesquisa, que foi realizada em vários locais e publicada no Annals of Thoracic Surgery, estabelece uma base para encontrar com precisão o câncer em estágio inicial e tratá-lo com bioterapias regenerativas necessárias para estimular a cura.
- Siga o tecflow no Google News!
- Participe do nosso grupo no Telegram ou Whatsapp2!
- Confira nossos stories no Instagram e veja notícias como essa!
- Siga o tecflow no Google Podcast e Spotify Podcast para ouvir nosso conteúdo!
- Anuncie conosco aqui.
A inteligência artificial obtida de tomografias computadorizadas direciona o cabo de fibra óptica do dispositivo robótico, indicando um trajeto, como o de um GPS, até os pequenos nódulos ou massas que os broncoscópios manuais podem não detectar. Uma biópsia é realizada pelas vias aéreas, e não pela pele, o que pode ajudar os pacientes a ter uma maior tolerância. O cirurgião conduz o broncoscópio com um controle remoto, rastreando o seu trajeto pelos pulmões em tempo real através de uma tela.
“Antigamente, não tínhamos uma forma confiável de alcançar estes nódulos nos pulmões pelas vias aéreas. Já este cateter é muito pequeno, alcança quase tudo e é capaz de acessar os nódulos pulmonares e realizar a biópsia neles”, diz Janani Reisenauer, M.D., primeira autora do estudo e cirurgiã torácica da Mayo Clinic. “É muito semelhante a conduzir um carro, tendo uma visão normal da rua, com a ajuda do GPS dizendo-lhe em tempo real onde virar à direita e à esquerda para chegar ao seu destino”.
Para se preparar para o futuro, o Centro de medicina regenerativa da Mayo Clinic está colaborando com o Departamento de cirurgia torácica para desenvolver bioterapias que, um dia, poderão ser realizadas por meio desses broncoscópios robóticos. A nova tecnologia traz esperança àqueles que precisam do tratamento com terapias restaurativas para combater células cancerígenas, enquanto ainda preserva o tecido saudável circundante.
Pesquisadores da Mayo Clinic e de outros cinco centros médicos acadêmicos testaram esta tecnologia por controle remoto em 241 pacientes. No estudo mais abrangente feito até então sobre essa tecnologia em específico, o broncoscópio robótico localizou com precisão e realizou a biópsia de 271 nódulos pulmonares. O estudo revelou um risco muito baixo de colapso ou hemorragia pulmonar.
“Isso prova que podemos chegar aos nódulos e realizar a biópsia com uma consistência confiável. Agora, as peças estão se encaixando para começar a próxima fase”, diz a Dra. Reisenauer. “Isso pode significar a administração de quimioterapia, imunoterapia ou algum tipo de vetor viral que pode ser implementado e liberado na sequência para reduzir a carga da doença ou, potencialmente, curá-la. Isto pode transformar totalmente o tratamento do câncer de pulmão em estágio inicial”.
Aprimorando a biomanufatura na Mayo Clinic
O objetivo da Mayo Clinic é fornecer as primeiras bioterapias do mundo, proporcionando novas curas, com tratamentos que podem ser realizados por broncoscópios em áreas complexas nos pulmões e em outras partes do corpo. A Mayo investiu de forma significativa em suas unidades no Arizona, na Flórida e em Rochester, as quais cumprem com as Good Manufacturing Practices (Boas Práticas de Fabricação). Estas unidades são necessárias para cumprir os rigorosos padrões regulatórios e de controle de qualidade para a produção de novas terapias clínicas.
O Centro de medicina regenerativa conduzirá o trabalho de biomanufatura em estreita colaboração com os líderes de pesquisa, prática e educação da Mayo Clinic, juntamente com as principais partes interessadas, incluindo o Departamento de medicina laboratorial e patologia, o Centro de combate ao câncer, o Centro de medicina individualizada, os empreendimentos da Mayo Clinic, a plataforma Mayo Clinic, o Centro de saúde digital e a Mayo Clinic International.
“A Mayo Clinic está em uma posição única para transformar descobertas inovadoras em bioterapias clínicas e, dessa forma, satisfazer as necessidades não atendidas dos pacientes”, diz Julie Allickson, Ph.D., Diretora do Michael S. & Mary Sue Shannon, do Centro de medicina regenerativa da Mayo Clinic, e diretora da Otto Bremer Trust, Biomanufatura e desenvolvimento de produtos, Centro de medicina regenerativa. “A Mayo Clinic está preparada para unir sua pesquisa de alto nível cientificamente aprovada com suas respectivas instalações de biomanufatura, de modo a criar um condutor de tecnologias regenerativas, incluindo novas terapias celulares, genéticas e terapias celulares por genes modificados, produtos acelulares e plataformas de engenharia de tecidos que não estão disponíveis em outros lugares do mundo”.
Os próximos passos para o broncoscópio robótico
O minúsculo aparelho adentra pelos brônquios, encontrando tumores que não seriam localizados por outras técnicas.
São necessárias mais pesquisas para compreender todo o potencial do broncoscópio robótico. Os pesquisadores terão como foco os estudos clínicos, que devem revelar se um cateter robótico pode proporcionar uma bioterapia segura, além de verificar quais terapias podem ser mantidas para favorecer a cura antes da cirurgia.
Dependendo do resultado dos ensaios clínicos, pode levar cinco anos para obter a aprovação regulatória para o uso de broncoscópios robóticos em tratamentos clínicos diários ao administrar bioterapias para combate ao câncer de pulmão em estágio inicial.
Faça como os mais de 4.000 leitores do tecflow, clique no sino azul e tenha nossas notícias em primeira mão!
Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.