Na década de 90 a banda Planet Hemp sofreu uma série de censuras. Quase 30 anos depois do início do grupo, desta vez, a sua biografia também vem sofrendo censura pelo algoritmo do Facebook e do Instagram. Anúncios para divulgar o livro Planet Hemp – Mantenha o Respeito, de Pedro de Luna, foram vetados das plataformas por causa da palavra hemp, que em inglês significa cânhamo. Sem o apoio das vendas online na rede, Luna optou por uma campanha que pudesse driblar a censura e ampliar a divulgação do livro.
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Intitulada Legalize Meu Anúncio, a campanha traz páginas que substituem a palavra hemp por sinônimos da erva, sendo possível direcionar os anúncios sem o veto do algoritmo. Planet Ganja, Planet Erva, Planet Mary Jane, Planet Dois, Planet 4:20, entre outras, possuem informações sobre o livro e o link para vendas online. Para elencar os diversos sinônimos foram realizadas pesquisas e conversas para que também fossem inseridos nomes da cultura popular.
“Censurar a divulgação de um livro é inaceitável. A liberdade de expressão, a cultura e nossa história perdem muito com isso. É preciso sempre lutar. Ainda mais quando a repressão é oriunda de um algoritmo que demonstra muita fragilidade quanto a sua responsabilidade de crivo”, diz Marcio Morgade, Diretor de Criação e um dos criativos responsáveis pela campanha.
Com uma mistura de rap, rock e funk, o Planet Hemp entrou para a história da música brasileira como uma das bandas mais influentes do país. Fundado por Marcelo D2 e Skunk – que faleceu em 1994 antes da gravação do primeiro disco -, o Planet Hemp sofreu uma série de censuras resultando em shows cancelados, músicas proibidas nas rádios FM e clipe veiculado em horários restritos na televisão.
“O Planet foi a única banda brasileira que amargou cinco dias de cadeia, em 1997, e se tornou um ícone na luta pela liberdade de expressão. Desde que lancei o livro sobre a banda, não consigo fazer publicidade nas redes sociais por conta do nome. Se eles se chamassem Planet Beer, poderia? A hipocrisia continua,” desabafa Luna, que é jornalista, quadrinista e escritor de livros como “Eu Sou Assim, Eu Sou Speed”, “Brodagens” e “Niterói Rock Underground 1990-2010”.
Luna reforça que com ou sem a censura dos algoritmos, os envolvidos na campanha acreditam que a questão da liberdade de expressão continua atual.
“A ideia é provocar o debate, ainda mais com a movimentação política para a censura de postagens em redes sociais.” A meta é que os livros se esgotem em todas as livrarias e lojas virtuais do Brasil.
Confira o vídeo da ação aqui:
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Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.