O trabalho remoto e a comunicação online estão cada vez mais normalizados. O Zoom e outras ferramentas de videoconferência transformaram as dinâmicas corporativas, mas essa transformação deve ir muito além. O metaverso promete ser o maior divisor de águas, possibilitando novas formas de trabalhar, os chamados “escritórios infinitos”, e eles devem modificar e muito as relações dos colaboradores e das empresas nos próximos anos.
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Mas de que forma o metaverso pode modificar as relações de trabalho, já impactadas pela pandemia? Ronaldo Bahia, CEO da JobConvo, startup de recrutamento e seleção por meio de inteligência artificial, explica como a nova tecnologia deve impactar o futuro do trabalho.
Como o metaverso pode modificar a maneira como trabalhamos
Depois de mais de 70 anos de uso limitado a poucas áreas e funções, a realidade virtual se expandiu para um uso mais geral, em setores como varejo, logística e atendimento ao cliente. Segundo estudo da PwC, em menos de 10 anos, a realidade virtual será usada em 23 milhões de empregos em todo o mundo, reforçando assim a entrada de muitas empresas e trabalhadores no metaverso.
“Tecnologias semelhantes ao metaverso podem ajudar as empresas e pessoas a organizarem a maneira como trabalhamos – e de forma mais ampla – a sociedade, de maneira mais produtiva. Padrões e protocolos compartilhados que trazem mundos virtuais díspares e realidades aumentadas em um único metaverso aberto podem ajudar as pessoas a trabalharem juntas e minimizarem alguns gargalos corporativos”, ressalta Bahia.
O que os trabalhadores devem esperar do metaverso
Um dos principais benefícios para os trabalhadores será a comodidade. Não haverá necessidade de deslocamento, pois todas as interações terão alternativas digitais iguais em eficácia.
Outro ponto serão as novas oportunidades de trabalho. Trabalhos que anteriormente exigiam interação pessoal terão opções virtuais, o que significa que o trabalho autônomo e remoto deve se expandir.
Em contrapartida, o monitoramento do dia a dia pode se tornar uma preocupação. Dependendo de quais regulamentos estão em vigor, os superiores podem ter acesso a praticamente tudo que um trabalhador faz. O acesso a essa privacidade vai precisar ser regulamentada.
Recrutamento no metaverso
Algumas empresas começaram a adotar a tecnologia com entusiasmo, na esperança de quebrar barreiras históricas no local de trabalho, como a geográfica.
Duas gigantes asiáticas, Samsung e Hyundai, realizaram recentemente feiras de emprego em um programa metaverso conhecido como ‘Gather Town’. Mundos virtuais como esse podem permitir às empresas alcançarem um público mais amplo e, em alguns casos, tornam um evento ainda mais imersivo e acessível do que seria no mundo físico, pois nem todos podem viajar para locais específicos em dias determinados.
Para algumas pessoas, inclusive, realizar entrevistas e reuniões no metaverso será mais confortável do que falar pelo Zoom ou pelo telefone.
No entanto, muitas pessoas e empresas ainda relutam em adotar o metaverso nos negócios. A adoção da tecnologia pode ser uma faca de dois gumes quando se trata de inclusão. Se por um lado a adoção de novas tecnologias e ferramentas amplia o leque de opções de trabalho, por outro, os custos elevados podem excluir pessoas que não têm acesso a essas novidades.
“O ideal é ir com cautela e cuidado, experimentando a nova tecnologia, oferecendo-a junto com outras opções, e obtendo o feedback dos usuários, sem deixar de lado as soluções já utilizadas”, orienta Bahia.
O impacto da relação trabalho-casa
A tecnologia do metaverso promete novas formas criativas para as pessoas colaborarem e trabalharem online. No entanto, os líderes das empresas vão precisar garantir que essa visão do futuro do trabalho não leve ao esgotamento dos funcionários, que passam muito tempo imersos em mundos virtuais.
“Se de fato vingar, a questão do trabalho híbrido não será mais sobre a divisão casa-trabalho, mas sobre alcançar o equilíbrio entre o mundo virtual e o mundo físico. O RH vai precisar desenvolver novas políticas de trabalho híbridas para garantir práticas de trabalho saudáveis no metaverso”, finaliza Bahia.
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Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.