*Por Pedro Ica
O mote principal da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) consiste em estabelecer práticas para a coleta e o gerenciamento de dados pessoais. Assim, desde que entrou em vigor, em agosto de 2020, as empresas de diversos setores vem, primeiramente, adequando a sua governança de dados e capacitando-se internamente para que haja um entendimento claro do que é permitido ou não.
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Da disponibilização de dados de seus próprios colaboradores, passando por fornecedores, até chegar aos clientes, a LGPD considera todos os dados coletados pelas empresas, principalmente os que não são disponibilizados publicamente. Enquanto os dados sabidamente públicos ou disponibilizados em ambientes públicos, não podem ser capturados, utilizados, processados e, sobretudo, vendidos.
A principal vantagem da LGPD para as corporações é preservar a sua imagem junto a clientes que podem vir a se saturar de receber seus contatos. Além disso, a lei também é aplicada a todos, portanto empresas de qualquer setor agora enfrentam os mesmos desafios de criar relevância na distribuição de seus conteúdos.
Desafios para as empresas de Data Science
O lado desafiador é que, apesar do cliente estar presente em mais pontos de contato, diversas formas de acesso têm que ser revistas, a fim de respeitar prioritariamente a LGPD. Para as companhias que atuam diretamente com o processamento de dados – ou empresas da área de Data Science – a lei coloca uma camada de dificuldade no sentido de fazer o cliente se interessar em seus conteúdos de forma legítima.
Antes, essas corporações precisavam impactar seus clientes nos melhores horários e canais. Enquanto hoje, primeiramente, é preciso ter o consentimento do cliente. Assim, a busca pelo opt-in agora é a pré-venda para todo e qualquer potencial cliente.
Já os profissionais que atuam no setor, ganharam uma nova dose de conhecimento a ser adquirido se quiserem manter-se relevantes, e construir seus algoritmos e raciocínios embasados neste novo cenário.
Mesmo há dois anos em vigor, as empresas ainda estão em fase de aprendizado sobre a LGPD. No entanto, já existem negócios voltados diretamente à disseminação desse conhecimento e à adequação de processos dentro das corporações, a fim de atendê-las em relação à governança de dados, segurança da informação e controle de processos.
Essas empresas levam a LGPD em conta em todas as suas interações para que os clientes consigam perceber valor em seus dados mesmo com as restrições impostas pela lei. Desta forma, a inteligência de dados é justamente transformar informações em insights valiosos para o universo corporativo.
O principal desafio para adequação mais acelerada esbarra na questão cultural interna nas companhias, e em construir uma narrativa coesa entre jurídico, marketing e comercial para que a existência da LGPD não engesse os negócios. Desta forma, muito mais que monitoramento e manipulação de dados, a importância da LGPD está em preservar a saúde mental das pessoas, uma vez que ela garante a liberdade de cada consumidor escolher o que irá ou não consumir. A arte de agora em diante será tornar os conteúdos cada vez mais relevantes para que possam realmente impactar quem as empresas buscam atingir.
*Pedro Ica é CRO and founder da HartB, startup brasileira referência em Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e análise de dados massivos.
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Redação tecflow
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