Nas últimas semanas foram exibidas belíssimas imagens do espaço, captadas pelo telescópio espacial James Webb. O equipamento permite um aprofundamento técnico e moderno que pode ultrapassar limites ao observar os locais mais afastados do universo, a chamada energia escura. A mais recente, obtida por uma equipe liderada por cientistas franceses e canadenses, exibe a ‘Nebulosa de Órion’, parede de poeira e gás denso.
- Siga o tecflow no Google News!
- Participe do nosso grupo no Telegram ou Whatsapp!
- Confira nossos stories no Instagram e veja notícias como essa!
- Siga o tecflow no Google Podcast e Spotify Podcast para ouvir nosso conteúdo!
- Anuncie conosco aqui.
O fenômeno está a 1.350 anos-luz da Terra, localizada na constelação de Órion. “O telescópio caminha para desvendar os mistérios da energia escura, maior componente do universo. São imagens espetaculares e que aumentam ainda mais as expectativas da operação de BINGO, radiotelescópio Brasileiro”, comentou o físico teórico e professor da USP, Elcio Abdalla, coordenador do primeiro radiotelescópio em construção no Brasil. Especialmente importantes, são as imagens mais longínquas, que podem estar apresentando evolução rápida de estruturas, mudando vários conceitos e possivelmente indicando nova física.
As imagens foram obtidas como parte do programa Early Release Science, que conta com mais de cem cientistas de 18 países. A descoberta ajudará os astrônomos a entenderem o que aconteceu no início da evolução planetária.
Outras observações recentes, foram capazes de registrar a Nebulosa de Tarântula, região de formação de estrelas repleta de gás e poeira e vizinha da Via Láctea.
Além dessas, o supertelescópio mostrou imagens de uma galáxia apelidada de ‘roda de carro’, pela semelhança com o objeto e de Júpiter, maior planeta do Sistema Solar.
Leia também:
- Telescópio James Webb revela fotos inéditas de Marte
- Casa em Marte: seria possível viver neste planeta?
- Pela terceira vez, NASA adia lançamento da missão Artemis I
- Telescópio Espacial James Webb captura a melhor imagem de Netuno até hoje
No Brasil
O radiotelescópio brasileiro BINGO, em desenvolvimento na Paraíba, também terá potencial para observações espaciais. O projeto analisa as chamadas Oscilações Acústicas de Bárions (BAO), estruturas que se estendem por cerca de meio bilhão de anos luz no espaço.
A investigação tem como objetivo compreender sobre energia escura e a sua natureza e o monitoramento será feio por meio da emissão eletromagnética e radiofrequência.
“As observações feitas pelo James Webb e, em breve pelo BINGO, permitem que a ciência seja feita de modo efetivo e importante, captando informações sobre a formação das primeiras estruturas, galáxias e de estruturas ainda maiores”, destaca o especialista.
Abdalla explica que o universo está em expansão, permitindo que a ciência invista maior tempo e esforço na construção de equipamentos capazes de atingir as distâncias entre as galáxias.
No caso do James Webb, estão sendo analisados protoplanetas e sistemas planetários, capazes de enviar informações sobre a origem da vida ou a possibilidade de sobrevivência fora do planeta Terra. Algumas destas questões poderão ser levantadas na extensão do BINGO de alta resolução, projeto a ser tratado na segunda fase do radiotelescópio brasileiro.
O início das operações do radiotelescópio brasileiro estão previstas para o primeiro semestre de 2023 e os resultados obtidos trarão, eventualmente, fontes mais complexas de energia limpa, viagens constantes para fora da Terra, prevenção de quedas de asteroides e poderá perscrutar possíveis vidas em outros planetas.
“Estas são algumas das razões pelas quais estudamos Astronomia e Cosmologia, pois não é apenas uma curiosidade, mas algo útil para a sociedade e economicamente viável. A ciência busca colocar um limite na obscuridade e alcançar um espaço de destaque na humanidade”, concluiu o especialista.
Faça como os mais de 4.000 leitores do tecflow, clique no sino azul e tenha nossas notícias em primeira mão!
