*Por Daniel Markuson
É difícil imaginar o mundo sem a utilização do GPS, ou Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global). A tecnologia foi criada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, inicialmente para fins bélicos, durante a Guerra do Golfo (1990-1991) e, hoje, a tecnologia se democratizou e se tornou o guia para praticamente qualquer pessoa localizar um endereço.
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Embora o GPS ou a tecnologia de rastreamento de localização possam ser úteis em sua vida cotidiana, especialmente ao navegar pelas ruas de uma nova cidade, também podem colocar sua privacidade em risco.
Os aplicativos usados no celular podem rastrear seu paradeiro sem o seu consentimento e ainda vender esses dados a terceiros. Além disso, podem coletar muito mais informações do que a localização, como seus hábitos, interesses e dados demográficos. Em 2019, a publicidade segmentada por localização atingiu US$ 62,35 bilhões e deve crescer ainda mais nos próximos anos.
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Você deve ter notado que seus anúncios do Facebook geralmente correspondem a sua localização e atividade recente na internet. Essa é a mesma rede social que sofreu um vazamento de dados de 533 milhões de usuários no ano passado, incluindo a localização. Nossas informações nunca estão seguras, mesmo nas mãos de gigantes da tecnologia.
Quando o GPS está ativado, várias organizações podem rastrear facilmente os movimentos de alguém e usá-los para coletar dados sobre seus hábitos e (des) gostos e direcioná-los à publicidade com base em sua localização. Depois que os dados de localização de uma pessoa são coletados de um aplicativo e entram no mercado, podem ser vendidos repetidamente dos provedores para um agregador que os revende.
Um levantamento feito com o aplicativo TrackAdvisor indicou que durante uma navegação também foram coletadas informações como o local de residência dos usuários e seus hábitos, interesses, demografia, saúde e situação socioeconômica. Além disso, alguns aplicativos rastreiam a localização mesmo depois de desativá-lo – por isso que o Google foi processado por advogados do Arizona há alguns anos.
O ponto é que os usuários geralmente desconhecem essas implicações de privacidade de permissões que concedem aos aplicativos. As políticas de privacidade são muitas vezes vagas, destacando a necessidade de dados de localização e não divulgando que podem ser compartilhados e vendidos.
Porém, é possível colocar em prática alguns cuidados durante a navegação e criar hábitos que poderão preservar suas informações pessoais.
Uma dica importante é verificar sempre quais aplicativos e softwares têm permissão para rastrear sua localização. Alguns precisam dessa informação para fazer o trabalho deles. Por exemplo, não faria sentido usar o Google Maps sem dar permissão de rastreamento de localização. No entanto, outros apps coletam sua localização como dados excedentes. Ficar de olho nas configurações de cada plataforma vale a pena.
Outra estratégia simples e efetiva é desativar ou limpar os cookies regularmente, já que esses arquivos também podem ser usados para descobrir o endereço IP e a localização geográfica.
Uma boa ideia também é se livrar do hábito de clicar em aceitar tudo sem realmente revisar o que você está concordando, além de investir em plataformas de segurança, que podem trazer uma defesa mais ampla para seus sistemas digitais. Afinal, devemos levar em consideração que vivemos em uma sociedade cada vez mais digitalizada e dependente da tecnologia para executar suas atividades do dia a dia.
* Daniel Markuson é especialista em privacidade digital da NordVPN.
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Redação tecflow
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