Considerados “blocos de construção” para compostos fundamentais na origem da vida, os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs) estão entre as moléculas orgânicas mais difundidas no Universo. Dados do Telescópio James Webb, da Nasa, revelaram a presença dessas importantes estruturas no núcleo de três galáxias ativas, perto de buracos negros.
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As informações fascinantes foram tema de uma pesquisa liderada pela Universidade de Oxford e publicada em 30 de setembro na revista Astronomy and Astrophysics.O estudo é o primeiro a estudar as pequenas moléculas de poeira na área em questão com observações iniciais de Webb.
O artigo também é o primeiro liderado no Reino Unido a usar dados espectroscópicos do instrumento Mid-Infrared Instrument (MIRI) do telescópio, que mede a luz na faixa de comprimento de onda de 5 a 28 mícrons. Os pesquisadores então compararam as observações com previsões teóricas para as moléculas.
Com isso, a equipe conseguiu abordar dos maiores desafios da astrofísica moderna: entender como as galáxias se formam e evoluem. Os resultados foram contra estudos anteriores que previam que os PAHs seriam destruídos nas proximidades do buraco negro no centro de uma galáxia ativa.
Na verdade, o estudo demonstrou que essas moléculas podem sobreviver nessa área, mesmo onde fótons muito energéticos poderiam separá-las. Isso porque possivelmente os PAHs são protegidos por grandes quantidades de gás molecular na região do núcleo galáctico.
As moléculas produzem bandas de emissão extremamente brilhantes na região do infravermelho quando são iluminadas por estrelas, permitindo que os astrônomos rastreiem a formação estelar e ainda as usem como barômetros das condições físicas locais.
Mapas da região central da galáxia NGC 7469, que inclui anel circumnuclear de formação estelar (Foto: García-Bernete et.al)
Mesmo onde os PAHs sobreviveram, os resultados mostraram que os buracos negros supermassivos no coração das galáxias tiveram impacto em suas propriedades. Como a proporção de moléculas maiores e neutras tornou-se maior, estruturas mais frágeis, pequenas e carregadas podem ter sido destruídas.
Isso limita seriamente o uso dessas moléculas para investigar a rapidez com que uma galáxia ativa cria novas estrelas. Ainda assim, para Ismael García-Bernete, líder do estudo, a pesquisa é de grande interesse para a comunidade astronômica, principalmente para cientistas que investigam a formação de planetas e estrelas nas galáxias mais distantes e fracas.
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Redação tecflow
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