*por Cesar Sponchiado
Sabe o Shazam, o aplicativo que você coloca para ‘ouvir’ e identificar qual música e artista está tocando? As empresas que fazem monitoramento de streaming de rádios e TVs para identificar conteúdos da programação usam a mesma técnica, que é chamada de ACR (Automatic Content Recognition). Essa tecnologia analisa alguns segundos de um recorte de áudio e busca em um banco de dados de áudios para verificar se existe uma correspondência, que pode ser uma música ou um spot comercial (anúncio), por exemplo.
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A precisão do algoritmo pode variar bastante dependendo de qual técnica foi utilizada, da qualidade dos áudios inseridos na base de dados e também dos áudios capturados pelo streaming. Um áudio com ruídos, por exemplo, pode diminuir bastante a precisão e a confiabilidade do algoritmo.
Mas o que seria um streaming?
As rádios transmitem sua programação via antenas terrestres e nos meios digitais por meio do famigerado streaming, que é o áudio digitalizado transmitido via internet. A grande maioria das rádios repete a mesma programação em ambos os meios de transmissão, porém algumas preferem personalizar a programação no streaming, entregando um conteúdo diferente para quem acessa via o site/aplicativo da rádio.
Em 2011, quando criei o primeiro software de reconhecimento de áudios no Brasil, chamado Audiomonitor, a qualidade dos streamings era bastante baixa. Por conta de uma estrutura ainda precária de internet banda larga no país, não era possível ter o sinal conectado e funcionando em mais de 80% do tempo. Hoje, a conectividade melhorou bastante, chegando a quase 100% em cidades maiores, mas com melhor infraestrutura de internet. Porém, em regiões mais remotas, ainda existem dificuldades para realizar o monitoramento.
Empresas que realizam checking de inserções publicitárias utilizam essas ferramentas como apoio para seu trabalho de checagem. Quando uma rádio não consegue prover o streaming em determinada faixa de horário por falha de conexão com internet, ou qualquer outro problema, as empresas checadoras necessitam entrar em contato com as mesmas para obter essa gravação para fins de aferição.
Nos próximos anos com a melhoria na infraestrutura de internet no país, maior investimento das rádios em tecnologia para transmissão via streaming e maior disponibilidade do sinal, o resultado na identificação dos conteúdos veiculados serão bem próximos de 100%.
*por Cesar Sponchiado, Founder e CEO da Tunad
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