Com o comércio eletrônico sendo uma das maneiras mais populares de realizar compras, especialmente em datas importantes para o varejo, como a Black Friday, a segurança digital tornou-se uma preocupação tanto para o consumidor quanto para as próprias empresas que comercializam seus produtos em e-commerces. De acordo com um estudo da AMVO, o comércio eletrônico no varejo brasileiro cresceu 28,8%. Acompanhando esse crescimento, também aumentou o volume de ataques cibernéticos que ficaram cada vez mais sofisticados, representando uma forte ameaça no setor.
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Segundo dados da Akamai Technologies, empresa global de cibersegurança e nuvem, entre abril de 2021 e setembro de 2022, os e-commerces brasileiros registraram 162 milhões de ataques de aplicações web (Web Application). Um dos ataques mais comuns que afetam os e-commerces atualmente.
De acordo com Helder Ferrão, gerente de marketing de indústrias da Akamai na América Latina, além do prejuízo comercial e vazamento de dados sensíveis, os ciberataques podem danificar a reputação de uma marca, fazendo com que o nome daquela empresa fique comprometido e perca credibilidade frente aos consumidores e associados. “É importante que os varejistas reforcem ainda mais a segurança de seus ambientes onlines de negócio, buscando preservar os dados pessoais de seus clientes, os sistemas da empresa e a experiência de seus clientes”.
Em uma época do ano em que os e-commerces ganham relevância como a Black Friday, que acontece no final de novembro, e o Natal, a Akamai listou 4 dos ataques mais frequentes que têm afetado os e-commerces mundialmente:
1. Ransomware
Conhecido como sequestro de dados, o Ransomware é um ciberataque que utiliza de técnicas para instalar um malware dentro dos sistemas de uma empresa com o intuito de comprometer, roubar e criptografar arquivos importantes, tornando-os inacessíveis. Uma alta quantia em dinheiro, um resgate, é exigido em troca da descriptografia dos dados e da promessa de que estes não serão divulgados ou vendidos.
Um estudo realizado pela IBM revelou que o varejo foi um dos setores mais atacados no Brasil em 2021, correspondendo a 15% dos ataques de ransomware no país. “O ransomware é uma das modalidades de ciberataque mais populares e, em épocas de muitas compras, as possibilidades de atuação dos cibercriminosos aumenta, o que requer um reforço na segurança das informações e dos acessos aos aplicativos por parte das empresas“, avalia Helder.
2. DDoS
Nesse ataque, os cibercriminosos comprometem a capacidade de processamento das solicitações dos sites das empresas ou a capacidade de comunicação das estruturas de tecnologia, como se tivessem centenas de pessoas acessando o site ao mesmo tempo. Ele sobrecarrega os servidores ou o canal de comunicação internet para que o usuário real não consiga acessar o site e neste caso, realizar a compra que está no carrinho, por exemplo. O atacante também pede um resgate em troca da paralisação das solicitações que estejam sobrecarregando a infraestrutura do site. Dados da Akamai mostraram que, entre maio de 2021 e abril de 2022, o setor de comércio correspondeu a 2% de todos os ataques DDoS mundiais.“Esse tipo de ataque é relativamente comum em grandes empresas de e-commerces.
Não é raro vermos na mídia que sites de grandes varejistas ficaram fora do ar devido a ciberataques como este, causando prejuízos milionários. Muitos usuários, ao notarem que um site está indisponível, vão realizar suas compras em outro, que muitas vezes é um concorrente da empresa atacada. Além da perda da receita imediata, ainda existe o impacto negativo para a imagem, prejudicando receitas futuras”, analisa Ferrão.
3. Bot
Dentre as diversas variações de Bot, uma das mais utilizadas é a que realiza compras em massa de artigos que estão em promoção numa velocidade muito maior do que uma pessoa faria. O objetivo é esgotar os estoques da loja oficial para depois revender o produto por um valor muito mais alto na dark web. Produtos limitados ou em épocas de liquidação como a Black Friday são grandes vítimas dessa modalidade de ataque. De acordo com o relatório sobre crimes cibernéticos, feito pela LexisNexis Risk Solutions e referente ao primeiro semestre de 2021, os volumes de ataques por bots cresceram 41% no Brasil.
Helder explica que “o Bot é um imitador do comportamento humano que, ao desempenhar a automatização de ações, acaba resultando no impedimento das compras reais, trazendo prejuízo ao consumidor e à reputação da empresa, sendo ela alvo de reclamações e contestações dos clientes legítimos”.
4. Web Application
Por seu armazenamento ser na nuvem, ao sofrer um ciberataque, as aplicações web estão sujeitas à exposição e roubo de dados pessoais de usuários e interrupção nos serviços da organização. Os criminosos implantam um código malicioso nos sites reais dos e-commerces, especificamente na página de conclusão de compra para que, ao enviar os dados do cartão para finalizar a compra, estes sejam repassados para o atacante ao invés de serem processados no sistema da loja.
“Os ataques de Web Application são bem sucedidos pois são como uma réplica sobreposta na página original do site. O primeiro envio dos dados vai para o criminoso e o segundo para o e-commerce normalmente, ou seja, muito difícil de ser identificado pelo usuário”, aponta Helder.
Mas como proteger um e-commerce dos ciberataques?
Além de entender as principais ameaças cibernéticas existentes, as empresas precisam conscientizar os colaboradores para terem comportamentos seguros sob o aspecto da cibersegurança. Assim, antes de as soluções combaterem os ataques, é possível se prevenir deles. “É interessante utilizar ferramentas de segurança digital no dia a dia. Um exemplo é a nuvem, que permite a limitação de acessos por credenciais. Outro benefício é que servidores fundamentados em nuvem têm maiores recursos e especialistas que conseguem impedir o ataque rapidamente, antes que atinja o sistema da empresa.” explica Helder Ferrão.
Outra aliada da cibersegurança dentro de uma empresa é a tecnologia de microssegmentação, onde os controles de segurança e fornecimento de serviços para cada aplicação são separados. Dessa forma, é possível que a equipe de TI implante políticas de segurança flexíveis em um data center por meio da tecnologia de segmentação de redes, ao invés de instalar vários firewalls físicos, limitando a capacidade do invasor de se movimentar em todo o ambiente e afetar diferentes segmentos e aplicações. Isso significa que, ao isolar os segmentos uns dos outros, é possível reduzir a superfície total de ataque de um incidente de segurança de rede.
“É interessante serviços de proteção digital e investir na área de tecnologia dentro de empresas ou qualquer e-commerce que deseja ter grandes faturamentos é essencial para o sucesso nos dias atuais. Diversos setores da economia se tornaram dependentes da tecnologia e de suas facilidades, logo,combater as ameaças virtuais tornou-se não só fundamental, mas também uma prática essencial para a proteção de todos os dados e funcionamento seguro de um negócio.”, conclui Ferrão.
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Redação tecflow
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