Pesquisa divulgada pela Euromonitor mostra que até 2024 o setor deve movimentar mais de U$ 219 bilhões em receitas em todo o mundo. Segundo o relatório, no ano passado a indústria global de games faturou mais de U$ 196 bilhões e as projeções da PwC apontam alcance um faturamento global de US$ 321 bilhões de dólares até 2026.
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Aqui no Brasil, o negócio movimentou no ano passado US$2,4 bilhões, consolidando o país como maior mercado da América Latina. Apenas no setor de fantasy games – jogo online em que os participantes escalam equipes virtuais com jogadores reais – a movimentação foi de US$12 milhões.
O levantamento da Euromonitor mostra também que cerca de 74% das pessoas no Brasil se declararam adeptas a jogos eletrônicos em 2022 e este público tem faixa etária entre de 25 a 34 anos (25,5%) e entre 16 e 24 anos (17,7%). Outro indicador importante é o percentual de usuários que preferem jogar pelo celular que corresponde a 48,3% dos entrevistados. Chama atenção ainda o total de de 60+ que se declaram amantes dos games, que em todo o mundo somam 21%, e o de mulheres, que são maioria entre o público gamer, representando 51% do total.
Os números refletem não apenas a importância econômica, mas também social deste modelo de negócios, como explica o presidente da Associação Brasileira de Fantasy Sports, Rafael Marcondes.
“A inclusão da indústria de games está representada principalmente nos produtos finais que ela entrega. Não à toa, tramita no senado o projeto de lei, que estabelece o marco legal dos games e será um divisor de águas no para fomentar iniciativas não apenas no cunho social, mas também no aspecto econômico desse mercado”, destacou.
Rafael se refete ao Projeto de Lei n º 2796/2021, que trata da fabricação, importação, comercialização e desenvolvimento de jogos eletrônicos, além da prestação dos serviços de entretenimento vinculados aos fantasy games.
“O marco legal não apenas propõe adequação da legislação vigente à realidade virtual, como também será vital para que a indústria de entretenimento seja ainda mais includente e diversa. Hoje, é um mercado que agrega diferentes públicos e pela proposta apresentada vamos garantir que os games sejam enquadrados como suportes no processo pedagógico e terapêutico em diversas áreas, desde a reabilitação física, tratamentos de transtornos psicológicos, até mesmo desenvolver habilidades sociais”, analisou.
O presidente explica que a proposta também tem como base fundamental assegurar que os jogos eletrônicos são ferramentas com finalidades terapêuticas, educacionais e de treinamento, a exemplo da condução de veículos, dentre outras finalidades. Diretriz que, para Rafael, reforça o papel sociocultural dos jogos e o compromisso universal de bem-estar e convívio social.
Mão de obra qualificada e geração de empregos
A segurança jurídica, somada à ampliação do escopo de atuação e aos incentivos à qualificação de mão de obra ao setor, são alguns dos diversos ganhos associados à proposta, de acordo com a ABFS.
“Mais do que ter um fim de divertimento, este nicho do mercado tem também aplicações práticas e relevantes nas áreas da saúde, educação e treinamentos, o que permite aumentar nossos horizontes de oportunidades. Sem falar nos benefícios com mão de obra qualificada com a criação de projetos e iniciativas que incentivam e disseminam os conhecimentos sobre o mundo dos games”, detalhou o presidente, se referindo ao trecho do texto que estabelece que o Estado estimule a criação de cursos técnicos e superiores e outras formas de capacitação voltadas à programação de jogos. Fatores determinantes para o posicionamento favorável da Associação.
O projeto propõe também incentivos para as empresas que investirem em tecnologia e inovação no país, o que para a Associação significa mais vagas abertas e geração de renda.
“A união de um projeto estruturado, que regulariza e dá segurança jurídica a um mercado pujante, somado ao ensino profissionalizante e aos investimentos em P&D, também podem alterar o futuro de uma legião de 40 milhões de brasileiros que trabalham hoje na informalidade”, afirmou.
Rafael destaca que o marco legal dos games é um passo importante para a evolução das normas e regras que regem o segmento no país atualmente.
“A legislação brasileira está ultrapassada. Ela foi preparada muito antes do advento da internet. Não foram pensadas para a nossa realidade atual e não suprem as demandas de um mercado em constante transformação”.
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Leandro Lima
Graduado em tecnologia e design gráfico, sou apaixonado pela fotografia e inovações tecnológicas. Atualmente escrevo para o Tecflow.