Deep Tech: Brasil se destaca como 2º colocado na América Latina, um panorama abrangente

As deep techs, empresas que baseiam sua atuação em descobertas científicas e inovações disruptivas, estão desempenhando um papel crucial na transformação econômica da América Latina, e o Brasil emerge como um dos principais protagonistas dessa revolução tecnológica.

Um relatório recente do Laboratório de Inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (IDB Lab) revelou que o Brasil conquistou a segunda posição em um ranking dos países com o maior número de empresas deep tech na América Latina. Este setor movimenta aproximadamente R$ 38 bilhões (cerca de US$ 8 bilhões) na região, com um potencial significativo para crescimento futuro.

Apenas a Argentina supera o Brasil, enquanto o Chile se posiciona em terceiro lugar nesse cenário. O âmbito das deep techs engloba uma variedade de campos, incluindo inteligência artificial, biotecnologia, robótica, tecnologia espacial, energia limpa e nanotecnologia, entre outros.

O relatório intitulado “Deep Tech: The New Wave” estima que a América Latina atualmente abriga um ecossistema de 340 startups dedicadas às deep techs, das quais 101 são originárias do Brasil. Em conjunto, essas empresas proporcionam aproximadamente 10 mil empregos na região, sendo que a biotecnologia e a inteligência artificial representam 72% das atividades empreendedoras. A Argentina e o Chile seguem de perto, com 103 e 65 startups promissoras, respectivamente.

Mas afinal, o que são deep techs? Também conhecidas como “tecnologias profundas”, essas empresas são definidas por sua capacidade de promover avanços científicos e inovações de grande impacto na sociedade. Elas envolvem consideráveis riscos tecnológicos e exigem extenso trabalho em pesquisa e desenvolvimento, frequentemente com o propósito de solucionar problemas fundamentais.

Dentre as tecnologias de ponta abordadas por esse setor, destacam-se a inteligência artificial, comunicações via satélite, energia solar, veículos elétricos e manufatura avançada, todas com o potencial de abrir novos horizontes para o crescimento econômico, a equidade social e a sustentabilidade ambiental.

De acordo com o relatório do IDB Lab, a promoção das deep techs na América Latina beneficia os países da região através da geração de empregos e do acesso a produtos e serviços aprimorados. Comunidades vulneráveis também podem ser favorecidas com a adoção e criação de novas tecnologias.

O estudo “Meeting the Challenges of Deep Tech Investing,” conduzido pelo Boston Consulting Group (BCG), projeta que o ecossistema das deep techs poderá atrair investimentos que variam de R$ 695 bilhões (cerca de US$ 140 bilhões) a R$ 993 bilhões (cerca de US$ 200 bilhões) até o ano de 2025.

Olhando para o cenário internacional, empresas como a OpenAI, Tesla, IBM, SpaceX e Lilium se destacam como pioneiras no universo das deep techs. No Brasil, empresas como Nintx, Reddot, InEdita Bio e Aptah têm sido casos de sucesso notáveis, com foco em soluções de biotecnologia.

Embora o número de startups deep tech no Brasil possa não ser tão elevado em comparação com outras regiões, muitas delas têm alcançado valores de mercado significativos. Das 101 empresas brasileiras analisadas, 37 delas valem mais de US$ 10 milhões, sendo que a biotecnologia representa mais da metade desses negócios. Além disso, o Brasil concentra quase 80% dos pesquisadores da região, mais da metade das patentes e 40% do total de investimentos de capital de risco na América Latina.

Outro destaque na América Latina é a Establishment Labs, da Costa Rica, que desenvolve implantes mamários pouco invasivos e é a empresa de tecnologia profunda com maior valor de mercado na região, avaliada em US$ 1,8 bilhão na Bolsa de Valores de Nova York, no Nasdaq.

Além disso, empresas como a chilena NotCo estão utilizando inteligência artificial para substituir alimentos de origem animal por alternativas à base de plantas, enquanto a argentina Bioceres está revolucionando a forma como os alimentos são cultivados.

Na área de tecnologia espacial, a argentina Satellogic está criando constelações de satélites de alta resolução e baixo custo para observação da Terra. A Argentina também se destaca como o berço da Auth0, uma empresa de cibersegurança que foi vendida em 2021 por US$ 6,5 bilhões, alcançando o maior valor na história das startups de deep tech na região.

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Marciel

Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.

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