*Por Paulo Watanave
É verdade que muitas empresas já estão utilizando o ChatGPT e suas APIs (Interface de Programação de Aplicação, em português) para o desenvolvimento de códigos. É o caso da AppZen, que usa a ferramenta e economiza tempo e recursos, liberando os desenvolvedores para se concentrarem em tarefas mais importantes. A Amazon também já está viabilizando o lançamento de novos aplicativos com mais rapidez e precisão por meio dessa tecnologia. Outra adepta é a Microsoft, que gera código para seus produtos de Inteligência Artificial com mais eficiência.
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O ChatGPT de fato pode ajudar nessa tarefa, principalmente na estruturação do ponto de vista lógico, ou seja, na revisão de trechos do código, para encontrar erros e refatorar, caso necessário. Além disso, pode ser fundamental para esclarecer dúvidas do programador sobre a linguagem que está sendo utilizada.
Porém, acredito que alguns cuidados devem ser levados em consideração na utilização do ChatGPT para o desenvolvimento de códigos, como padrões e processos de garantia da qualidade. É de extrema importância validar e testar os códigos antes de entrarem em produção. A contextualização para geração do código deve ser revisada, pois pode haver problemas de interpretação do modelo.
De acordo com um estudo desenvolvido pela Universidade de Purdue nos Estados Unidos, 52% das respostas do ChatGPT relacionadas à programação estavam incorretas. Por isso, o acompanhamento do programador humano é essencial para a construção de códigos para sistemas de grande escala para as empresas.
A segurança dos dados também é uma preocupação importante para o uso do ChatGPT ou qualquer outra tecnologia baseada em processamento de linguagem natural. Chamo a atenção para questões como privacidade, vazamento, phishing e engenharia social, que devem ser prevenidas antes do uso. Ressalto que é essencial adotar uma abordagem cuidadosa e consciente para garantir a segurança e mitigar possíveis riscos.
Aproveito para oferecer cinco dicas que podem ser fundamentais. A primeira é ser o mais específico possível na solicitação, pois será mais provável que a plataforma acabe entregando um código que seja relevante e preciso. Outra dica é fornecer exemplos de códigos, pois pode ajudar a ferramenta a entender melhor o que deve ser feito. Já a terceira é estar preparado para revisar e editar o código para garantir que esteja correto, pois, como ainda é uma tecnologia em desenvolvimento, nem sempre gera o código perfeito.
Outro conselho é enxergar e utilizar o ChatGPT como uma ferramenta para auxiliar e não para substituir o conhecimento e a experiência de um desenvolvedor humano. A última dica é ter ousadia, porque acredito que as empresas não devem ter medo de experimentar a plataforma, que é extremamente poderosa, principalmente quando os prompts são assertivos.
Cabe lembrar ainda que o ChatGPT não deve parar na versão atual. Nos próximos anos devemos acompanhar não só o lançamento de versões mais aprimoradas dele e de ferramentas similares, como também testemunhar o uso desse tipo de tecnologia em aplicações cada vez mais complexas. De qualquer forma, devemos considerar o ChatGPT como um acelerador de processos para o desenvolvimento de código e não o substituto da força de trabalho.
*Por Paulo Watanave, head of Data & Analytics na NAVA Technology for Business
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Redação tecflow
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