A NVIDIA anunciou recentemente um marco na indústria da computação de alto desempenho (HPC), destacando inovações significativas impulsionadas por inteligência artificial (IA) e computação quântica. Durante uma entrevista ao Tecflow, Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina, detalhou os avanços e expectativas da empresa, marcando o início de uma nova era tecnológica.
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Superchips NVIDIA Grace Hopper
Tecflow: Com a integração dos Superchips NVIDIA Grace Hopper em nove novos supercomputadores ao redor do mundo, quais são as áreas de pesquisa que mais se beneficiarão dessa tecnologia? Poderiam dar exemplos específicos de projetos ou estudos científicos que serão acelerados por esses superchips?
Marcio Aguiar: Podemos dizer que todas as áreas de pesquisa se beneficiam amplamente. Se formos destacar as que estão mais avançadas, podemos mencionar as de mudanças climáticas, exploração científica e descoberta de medicamentos. Por exemplo, o supercomputador Alps no Swiss National Supercomputing Center da Hewlett-Packard Enterprise (HPE), na Suíça, será utilizado para avanços em pesquisas climáticas, simulando mudanças ambientais e suas implicações a longo prazo. Já o Isambard-AI no Reino Unido, na Universidade de Bristol, impulsionará a análise de dados, descoberta de medicamentos e pesquisa climática, posicionando o país como líder em inovação científica. Enquanto na França, o supercomputador EXA1-HE, auxiliará na pesquisa de energias alternativas e energia atômica, utilizando 477 nós de computação baseados em Grace Hopper.
Sustentabilidade e Eficiência Energética
Tecflow: Considerando o aumento significativo no poder de processamento proporcionado pelos supercomputadores alimentados por IA, como a NVIDIA está abordando as questões de eficiência energética e sustentabilidade? Existem iniciativas específicas para minimizar o impacto ambiental dessas operações?
Marcio Aguiar: A arquitetura BullSequana XH3000, utilizada no supercomputador EXA1-HE, na França, é um exemplo notável de inovação com o sistema patenteado de resfriamento de água quente, que melhora a eficiência energética e demonstra o comprometimento da NVIDIA com a eficiência energética e a sustentabilidade em nossos supercomputadores alimentados por IA. A NVIDIA também realiza forte investimento em plataformas cada vez mais sustentáveis, como por exemplo a arquitetura Blackwell, lançada recentemente, que economiza 25 vezes mais energia que sua antecessora. Essas iniciativas visam maximizar o poder de processamento ao mesmo tempo em que minimizam o impacto ambiental das operações de supercomputação.
Plataforma de Código Aberto CUDA-Q
Tecflow: A plataforma de código aberto NVIDIA CUDA-Q será adotada em centros de supercomputação na Alemanha, Japão e Polônia. Poderiam explicar mais detalhadamente como a CUDA-Q integrará e otimizará o desempenho das unidades de processamento quântico (QPUs) nesses centros? Quais são as expectativas em termos de avanços científicos e tecnológicos com essa implementação?
Marcio Aguiar: A plataforma CUDA-Q facilita a integração e programação de várias QPUs e GPUs, otimizando a execução de algoritmos quânticos e clássicos e acelerando significativamente a pesquisa científica e tecnológica em diversas áreas. No Centro de Supercomputação de Jülich, na Alemanha, a QPU integrada ao supercomputador Jupiter permitirá avanços em simulações químicas e problemas de otimização, demonstrando como supercomputadores clássicos podem ser acelerados por computadores quânticos. No Japão, o supercomputador ABCI-Q utilizará QPUs da QuEra para investigar aplicações quânticas em IA, biologia e energia, utilizando átomos de Rubídio controlados por luz laser como qubits. Por fim, na Polônia, o Poznan Supercomputing and Networking Center (PSNC) explorará biologia, química e machine learning com QPUs fotônicas geradas pela ORCA Computing, permitindo uma arquitetura quântica modular e distribuída.
Futuro da IA e Computação de Alto Desempenho
Tecflow: Quais são as próximas tendências e inovações que a NVIDIA prevê para o mercado de tecnologia, especialmente em relação à IA e computação de alto desempenho? Como a empresa pretende se posicionar e liderar esses avanços nos próximos anos?
Marcio Aguiar: A NVIDIA observa e acompanha um movimento global em direção à IA soberana, com investimentos em infraestrutura de IA nacional para promover a inovação local e a segurança de dados. Nós estamos concentrando o desenvolvimento de novas arquiteturas de supercomputadores que aliam alto desempenho a eficiência energética. Pretendemos continuar na vanguarda de inovação em IA fornecendo ferramentas e plataformas essenciais para avanços científicos e tecnológicos, ao mesmo tempo em que priorizamos as práticas sustentáveis e expandimos parcerias globais com instituições acadêmicas e centros de pesquisa. Acreditamos que essas movimentações e investimentos permitirão à NVIDIA liderar a próxima geração de descobertas científicas e avanços tecnológicos.
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