Voto Eletrônico x Voto Manual : uma abordagem sob a perspectiva da segurança digital

As eleições municipais no Brasil em 2024 ocorrerão em 6 de outubro, com segundo turno previsto para 27 de outubro. Os eleitores escolherão os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores dos 5.569 municípios do país. E com isso a velha discussão retorna: voto eletrônico X eleição em papel.

A pandemia nos ensinou que muito do que pensávamos que tinha que acontecer presencialmente poderia ser feito online tão bem quanto – senão melhor! Mas votar é uma tarefa importante que muitas pessoas ainda não se sentem confortáveis ​​em votar em um computador – principalmente em tempos de polarização política.

Não é difícil entender o porquê. A tecnologia usada no voto digital ainda é relativamente jovem e ainda não conquistou a confiança dos eleitores. E se os invasores descobrirem uma maneira de hackear uma eleição, os efeitos poderiam ser devastadores e de longo alcance.

Como um método de votação confiável deve funcionar

Em qualquer democracia, o método de votação ideal precisa atingir três alvos principais:

  • Prevenção de fraudes: garantir que cada voto seja legítimo.
  • Privacidade: proteger as escolhas dos eleitores de olhares curiosos.
  • Custo-benefício: tornar as eleições acessíveis para todos.

“Reforçar a segurança geralmente diminui a usabilidade. Pense em como é adicionar autenticação multifator (MFA) às suas contas on-line — você sabe que isso fornece uma camada extra de segurança, mas você tem que pular alguns obstáculos para acessar suas contas”, diz Manuel Pavón – Gerente de contas de parceiros da DigiCert LATAM.

O mesmo vale para eleições, onde adicionar segurança extra significa etapas extras (e maiores investimentos financeiros). Essa é uma das principais razões pelas quais os métodos de votação têm evoluído lentamente.

O método da velha escola e suas desvantagens

Alguns especialistas em segurança eleitoral ainda consideram as cédulas de papel o padrão ouro dos métodos de votação porque o papel é difícil de hackear.

“Mas há desvantagens. As cédulas de papel são mais difíceis de contabilizar e nem sempre são acessíveis a todos, especialmente pessoas com deficiência. Uma pessoa com deficiência visual, por exemplo, não pode usar uma cédula de papel sem assistência, o que pode comprometer a segurança e a privacidade desse voto”, explica Manuel Pavón.

E mesmo que votar manualmente possa ser o único método real “inviolável” de votação, as cédulas de papel ainda são vulneráveis ​​se os dados do eleitor e a infraestrutura eleitoral não estiverem devidamente protegidos.

As urnas eletrônicas de votação são confiáveis?

As máquinas de votação são uma escolha popular, especialmente quando combinadas com um sistema de auditoria em papel. Mas elas não são imunes a falhas. Hackers de chapéu branco demonstraram que as máquinas de votação podem ser manipuladas, e nem todos os estados exigem um rastro de papel para verificar seus resultados eleitorais.

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Em um estudo preocupante da Universidade de Michigan, pesquisadores conseguiram alterar votos em dispositivos de marcação de cédulas, e a grande maioria dos eleitores nem percebeu. Menos da metade revisou suas cédulas, com apenas 7% dos eleitores alertando um trabalhador de que algo estava errado.

O que este estudo ilustrou é o quão facilmente uma eleição acirrada pode ser influenciada pela manipulação de apenas alguns votos.

Criando um futuro seguro e acessível para a votação

O futuro da votação segura no Brasil pode muito bem envolver uma abordagem híbrida que aproveite os pontos fortes dos métodos digitais e tradicionais. As possibilidades digitais estão evoluindo rapidamente, com tecnologias como inteligência artificial (IA) trazendo novas ameaças e soluções inovadoras para o cenário eleitoral.

A tecnologia tem o poder de fornecer uma maneira transparente e inviolável de votar e contar votos. A IA pode aprimorar a autenticação do eleitor, melhorar a detecção de fraudes e monitorar continuamente as redes para possíveis violações de segurança. Os avanços na autenticação biométrica têm o potencial de aprimorar a privacidade e a prevenção de fraudes sem sacrificar a usabilidade.

“À medida que a tecnologia evolui, a segurança eleitoral precisará evoluir junto com ela para garantir que qualquer pessoa que assuma um cargo eletivo chegue lá de forma justa. Mas os avanços mais vitais virão do aumento da confiança pública nos sistemas de votação digital. E podemos chegar lá com medidas de segurança transparentes e educação contínua sobre os diferentes tipos de votação e sua suscetibilidade à fraude”, conclui Pavón.

Seja qual for o futuro da votação, há uma coisa que sabemos com certeza: não votar é a única maneira infalível de garantir que sua voz não seja ouvida.

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Redação tecflow

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