Era de se esperar que a Apple fizesse com a inteligência artificial (IA) o que já fez tantas vezes com recursos e aplicativos: esperar, observar e, depois, redefinir. No entanto, apesar de suavizar alguns aspectos controversos da tecnologia, a empresa parece ter esbarrado no mesmo obstáculo que todos os outros: a Apple Intelligence, como outras IAs, não faz muito.
- Siga o tecflow no Google News!
- Participe dos nossos canais no Twitter,Telegram ou Whatsapp!
- Confira nossos stories no Instagram e veja notícias como essa!
- Siga o tecflow no Google Podcast e Spotify Podcast para ouvir nosso conteúdo!
- Anuncie conosco aqui ou apoie o tecflow clicando neste link.
Porem a IA faz algumas coisas na verdade, mas como muitas ferramentas atuais, parece ser um atalho computacionalmente exigente para tarefas comuns. Isso não é necessariamente ruim, especialmente à medida que a inferência ou seja, a análise e geração de texto se torna eficiente o suficiente para ser executada diretamente no dispositivo.
Contudo, o marketing prometia muito mais. Tim Cook, no início do evento “Glowtime” desta segunda-feira, afirmou que as “capacidades revolucionárias” da Apple Intelligence terão “um impacto incrível”. Craig Federighi disse que ela “transformará muito do que você faz com seu iPhone”.
As capacidades da inteligência artificial da empresa incluem:
Reformular trechos de texto
Resumir e-mails e mensagens
Gerar emojis e clip art
Encontrar fotos de pessoas, locais e eventos
Fazer pesquisas
Alguma dessas funções soa como uma revolução para você? Existem inúmeras ferramentas de auxílio à escrita. A capacidade de resumir já é inerente a quase todos os modelos de linguagem. Arte gerativa se tornou sinônimo de falta de esforço. Pesquisar suas fotos dessa forma é algo trivial em muitos serviços. E nossos “assistentes de voz burros” já procuravam entradas na Wikipédia há uma década.
É verdade que houve algumas melhorias. Realizar essas funções localmente e de forma privada é, sem dúvida, preferível. Além disso, há novas oportunidades para pessoas que têm dificuldades em usar interfaces de toque convencionais; há, sem dúvida, um aumento na conveniência.
Mas nada disso é novo ou interessante. Não parece haver mudanças significativas nesses recursos desde que foram lançados em versão beta após a WWDC, além das esperadas correções de bugs. (Saberemos mais quando testarmos as novidades.)
Esperava-se que o “primeiro telefone da Apple feito do zero para a Apple Intelligence” oferecesse muito mais. Porém, o iPhone 16 nem será lançado com todos os recursos mencionados; eles chegarão em uma atualização posterior.
Seria uma falha de imaginação ou da tecnologia? Empresas de IA já começaram a reposicionar seus modelos como mais uma ferramenta corporativa de SaaS, em vez dos casos de uso “transformadores” que tanto ouvimos falar (afinal, essas promessas se baseavam em grande parte em repetir coisas encontradas na web). Modelos de IA podem ser extremamente valiosos em determinadas áreas, mas esse lugar parece não ser na palma da sua mão.
Há uma estranha discrepância entre a popularização dessas capacidades de IA e a maneira como elas são descritas de forma exagerada. A Apple, que antes se destacava pela contenção e inovação, tornou-se cada vez mais propensa à promoção exagerada. O evento desta segunda-feira foi um dos menos empolgantes dos últimos anos, embora a linguagem tenha sido, se possível, mais extravagante do que o habitual.
Assim como os outros provedores de IA, a Apple está participando do jogo multibilionário de faz-de-conta, onde esses modelos são vendidos como transformadores e revolucionários — mesmo que quase ninguém os veja dessa forma. Afinal, quem justificaria os bilhões gastos por essas empresas, quando o resultado é a possibilidade de fazer as mesmas coisas que já fazíamos cinco anos atrás?
Modelos de IA podem, de fato, mudar o jogo em certas áreas de pesquisa científica, como em algumas tarefas de codificação, talvez no design de materiais e estruturas, e possivelmente (embora não para melhor) na mídia.
Parecendo que os recursos que deveríamos estar animados não trazem nada de novo, muito menos revolucionário, o anúncio da Apple falhou em proporcionar à IA o seu “momento iPhone”.
Fonte: TechCrunch
Faça como os mais de 10.000 leitores do tecflow, clique no sino azul e tenha nossas notícias em primeira mão! Confira as melhores ofertas de celulares na loja parceira do tecflow.
Leandro Lima
Graduado em tecnologia e design gráfico, sou apaixonado pela fotografia e inovações tecnológicas. Atualmente escrevo para o Tecflow.