*Por Ariel Salles – Vice-Presidente de Tecnologia, CIO e CTO da Avivatec
Entre tantas tendências que envolvem a transformação digital, uma tecnologia tem se destacado como um farol de segurança e inovação: o blockchain. Seu surgimento no ano de 2008, não apenas despertou a curiosidade dos especialistas do segmento, mas também conquistou o interesse e a confiança de líderes empresariais em todo o mundo. Mas afinal, qual é o impacto desse mecanismo no setor financeiro?
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Antes de tudo, é preciso entender o que de fato é essa tecnologia. O blockchain proporciona uma arquitetura descentralizada, eliminando a necessidade de intermediários. Com isso, a ferramenta reduz custos operacionais e minimiza o risco de fraudes e manipulações. Além disso, a sua capacidade de registrar transações de forma imutável e auditável é um dos principais fatores que têm levado instituições financeiras a adotarem essa tecnologia em seus processos.
Essa tendência se alinha ao crescente foco das empresas em segurança, que se tornou um fator significativo nas decisões estratégicas. Para se ter uma ideia dessa importância, segundo a 1ª etapa da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, realizada pela Deloitte, o blockchain é prioridade estratégica para 56% dos bancos brasileiros, reforçando a relevância dessa tecnologia no cenário financeiro.
Pensando nisso, um dos exemplos mais notáveis de aplicação no setor financeiro é a transformação das operações de pagamentos e transferências internacionais. Normalmente, esses processos eram caros e demorados, exigindo a intervenção de várias corporações. Com esse sistema, as transferências podem ser realizadas quase instantaneamente e com custos reduzidos, permitindo que instituições financeiras ofereçam serviços mais competitivos e ágeis.
Além dos pagamentos, o recurso está revolucionando o registro e a negociação de ativos financeiros. O ajuste de ações, títulos e outros ativos em plataformas baseadas em blockchain é mais rápido, seguro e econômico, eliminando intermediários e reduzindo o risco de fraude. Outro exemplo é o uso de contratos inteligentes para automatizar e assegurar acordos financeiros, oferecendo uma camada adicional de segurança e eficiência.
Identidades digitais seguras formam outra área em que esse recurso está fazendo a diferença. A fraude de identidade é uma das maiores preocupações do setor financeiro e pensando nisso, a ferramenta oferece uma solução robusta, criando registros imutáveis e verificáveis.
O segredo está na criptografia, uma tecnologia que converte informações em códigos difíceis de decifrar. Cada bloco de dados funciona como um cofre digital, blindado por uma camada de criptografia que é extremamente difícil de quebrar. Isso não só assegura que os dados permaneçam confidenciais e intactos, mas também proporciona um método claro e permanente para registrar transações.
Para se ter uma ideia desse impacto, um levantamento feito pelo Blockdata, mostrou que 44 das 100 maiores companhias do mundo com capital aberto utilizam soluções tecnológicas em processos internos, produtos e serviços. Dessas, 22 já pesquisam como integrar o blockchain em suas rotinas ou processos. Além disso, de acordo com uma pesquisa feita pela Deloitte, cerca de 70% das empresas entendem que o mecanismo pode trazer benefícios significativos nas operações.
Apesar dos benefícios, existem desafios na adoção do mecanismo no setor financeiro. Um dos principais obstáculos é a regulamentação. A tecnologia desafia as estruturas regulatórias tradicionais, que estão acostumadas a lidar com intermediários centralizados. Pensando nisso, reguladores em todo o mundo estão trabalhando para criar diretrizes que permitam o uso seguro da solução tecnológica, sem comprometer a integridade do sistema financeiro.
Mesmo com desafios, o futuro no setor financeiro parece promissor. Com tendências surgindo a todo instante, a ferramenta tem um enorme potencial para causar um impacto profundo na sociedade. Além de reduzir custos, a tecnologia pode aumentar a inclusão financeira ao proporcionar serviços de banco para milhões de pessoas.
Conforme os desafios regulatórios forem superados e a tecnologia se tornar mais acessível, podemos esperar mudanças significativas na forma como o setor financeiro opera, trazendo benefícios como maior transparência e uma maior democratização dos serviços na área.
Vice-Presidente de Tecnologia, CIO e CDO da Avivatec, Ariel Salles é Pós-graduado e Especialista em Análises de Projetos e Sistema e possui 15 anos de experiência na área de TI, com passagem por empresas, como B2W, Banco Schahin e Accenture. Em 2020 entrou para a Avivatec, e hoje assume a cadeira de vice-presidente de tecnologia. O executivo também é CIO e CDO da empresa e já atuou em projetos em grandes instituições financeiras como, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander e por último Banco Votorantim.
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Redação tecflow
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