Uma pesquisa recente, realizada pela NordVPN, revela dados alarmantes sobre os hábitos digitais dos brasileiros. Segundo o estudo, 96% da população leva seu celular e dispositivos móveis para a cama, colocando o país em segundo lugar entre os 17 pesquisados. Esse comportamento, que à primeira vista pode parecer inofensivo, está ligado a diversas consequências negativas, como a perda de qualidade do sono.
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Os números revelam que, no Brasil, os indivíduos estão entre os mais propensos a usar múltiplos aparelhos quando estão deitados. Entre os mais populares estão os smartphones, usados por 94% dos entrevistados, seguidos por televisores (56%) e laptops/computadores (42%).
“Já sabíamos que a maioria carrega seus smartphones para todos os lugares. Nossa investigação anterior mostrou que 65% dos respondentes os levam até ao banheiro. No entanto, o uso em um ambiente relaxado, como no quarto, está geralmente associado ao scroll, o que faz com que as pessoas fiquem menos vigilantes em relação às medidas de segurança online e aos comportamentos seguros”, explica Adrianus Warmenhoven, conselheiro de cibersegurança da NordVPN.
Redes sociais e vídeos: as principais atividades dos conectados na cama
O levantamento destaca que a maioria dos questionados (76%) navega pelas redes sociais, enquanto 66% preferem assistir a vídeos, como no YouTube, ou verificar e-mails e mensagens (63%). Outras atividades populares incluem conversas com amigos e familiares (55%) e jogos online (50%). Curiosamente, quase metade da população também gosta de ler ou ouvir notícias e assistir a programas de TV durante esse momento.
“Os resultados indicam que a atividade mais comum entre os brasileiros, tanto pela manhã quanto à noite, é o scroll nas redes sociais. Ao acordar, eles também costumam checar e-mails e mensagens, enquanto, antes de dormir, tendem a ver vídeos. Quando as pessoas estão relaxadas, podem não notar atividades suspeitas em seus dispositivos, como o acesso por estranhos ou a aparição de mensagens pop-up na tela. Compartilhar a cama com seu telefone pode acabar significando compartilhar seus dados com hackers”, alerta Warmenhoven.
Impacto no sono e efeitos emocionais
Um dos aspectos mais preocupantes é o impacto negativo que essa prática tem sobre o sono. Dois terços (65%) acreditam que ela afeta negativamente a qualidade do sono, o que pode gerar cansaço e menor produtividade durante o dia. Além disso, o fenômeno conhecido como doomscrolling (navegar por notícias ruins) é especialmente prevalente no Brasil, com 64% dos entrevistados admitindo que caem nesse costume — a maior taxa entre os países participantes.
Mais de metade dos brasileiros (53%) sentem que estão desperdiçando tempo valioso de sono ao permanecer online. Apesar disso, poucos tomam medidas para mudar esse comportamento. Outro dado relevante é que o Brasil lidera entre os que mais continuam conectados enquanto estão deitados com o parceiro: 53% admitem essa rotina, que também é comum no México e na Austrália, com o Reino Unido logo atrás.
A pesquisa ainda revela que apenas um terço da população nacional utiliza o modo “hora de dormir” em seus dispositivos. Warmenhoven explica que esse recurso é projetado para promover hábitos tecnológicos mais saudáveis, mas muitos optam por não utilizá-lo, o que resulta em uma navegação na web mais longa do que o planejado.
“Isso não só impacta o sono, mas também expõe os usuários a riscos de privacidade. A navegação noturna pode levar a decisões impulsivas, como gastos excessivos ou cair em anúncios enganosos”, afirma.
Dicas para um uso seguro
Com base nas respostas coletadas, a NordVPN faz um alerta para que os brasileiros adotem práticas mais seguras ao utilizar o telefone na cama. Algumas recomendações incluem:
⦁ Manter aplicativos e sistemas operacionais atualizados. Não ignore as atualizações de software.
⦁ Analisar antes de baixar aplicativos desconhecidos e sempre revisar os termos de serviço.
⦁ Evitar lojas de aplicativos não oficiais, que são mais propensas a conter aplicativos maliciosos.
⦁ Evitar o uso de Wi-Fi inseguro e sempre utilizar uma VPN ao conectar-se.
⦁ Ser vigilante. Não clique em links suspeitos e desconfie de números desconhecidos. Caso tenha dúvidas sobre a segurança de um link, considere usar uma ferramenta de verificação de links.
⦁ Utilizar uma VPN, que criptografa seus dados, proporcionando proteção contra espiões e hackers.
Metodologia
A pesquisa foi encomendada pela NordVPN e conduzida pela empresa externa Cint entre 12 de fevereiro e 4 de março de 2024. O público-alvo foi composto por residentes dos EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália, França, Alemanha, Áustria, Suíça, Itália, Espanha, Holanda, Suécia, Dinamarca, Noruega, Polônia, México e Japão, com idades entre 18 e 64 anos (representativos nacionalmente). No total, 15.600 pessoas participaram do levantamento, com uma amostra de mil indivíduos em cada um dos países participantes, exceto na Espanha e Suíça, onde foram 800 respondentes em cada nação.
Para mais informações, acesse o link.
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Leandro Lima
Graduado em tecnologia e design gráfico, sou apaixonado pela fotografia e inovações tecnológicas. Atualmente escrevo para o Tecflow.