O uso da tecnologia de vigilância, especialmente alimentada por Inteligência Artificial (IA), tem desempenhado um papel crucial nas violações de direitos humanos, particularmente contra populações marginalizadas. Esse cenário é evidente na forma como Israel utiliza tecnologia avançada para monitorar, subjugar e atacar palestinos, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia ocupada.
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Israel tem usado dados coletados de palestinos para treinar ferramentas automatizadas alimentadas por IA, que são então implantadas para fins militares. Entre as tecnologias utilizadas, estão sistemas de vigilância como o “Smart Shooter” e programas de malware como o Pegasus. Graduados da unidade de elite de inteligência militar israelense, Unidade 8200, são altamente procurados por empresas de vigilância e tecnologia militar, formando o que muitos chamam de “pipeline 8200-to-tech”, um canal direto para o setor de tecnologia.
Em 2024, especialistas da ONU condenaram o uso de IA por Israel, alegando que essa tecnologia está sendo usada para cometer crimes contra a humanidade em Gaza. Paradoxalmente, no mesmo ano, Israel assinou um tratado global de IA desenvolvido pelo Conselho da Europa, com o objetivo de proteger os direitos humanos, apesar do uso contínuo dessas ferramentas em conflitos.
Um sistema de vigilância gamificado
Israel tem implementado o sistema de vigilância “Mabat 2000” desde o ano 2000, inicialmente em Jerusalém, e que foi significativamente atualizado nos últimos anos. De acordo com um relatório de 2023 da Anistia Internacional, o sistema de CFTV israelense possui câmeras a cada cinco metros em áreas como a Cidade Velha de Jerusalém e Sheikh Jarrah, criando um clima de ansiedade e vigilância constante para os moradores palestinos. Essas câmeras também estão presentes em postos de controle e barreiras por toda a Cisjordânia.
Desde 2020, Israel implantou o “Wolf Pack”, um conjunto de tecnologias de vigilância nos territórios palestinos ocupados. Uma dessas ferramentas, o aplicativo “Blue Wolf”, realiza o registro biométrico massivo de palestinos, muitas vezes em situações de coerção. As fotos tiradas de palestinos, incluindo crianças, são catalogadas em um processo gamificado, no qual soldados israelenses recebem recompensas pela maior quantidade de imagens capturadas.
O “Red Wolf”, um sistema de reconhecimento facial, identifica palestinos que passam por postos de controle, enquanto o aplicativo “White Wolf” permite que colonos israelenses acessem informações sobre palestinos na Cisjordânia. Em outubro de 2023, Israel também começou a registrar rostos de palestinos em Gaza.
Armas alimentadas por IA
Desde 2021, o “Projeto Nimbus”, um contrato de bilhões de dólares entre o Google, a Amazon e o governo israelense, tem sido usado para promover tecnologias de IA voltadas para uso militar, como detecção facial e rastreamento de objetos. O projeto foi amplamente criticado por funcionários das próprias empresas envolvidas e por organizações de direitos humanos, que alertam sobre seu uso em violações de direitos contra os palestinos.
Sistemas de IA, como “Lavender” e “The Gospel” (“Hasbora”), são utilizados por Israel para classificar civis e infraestrutura civil em Gaza, acelerando o processo de seleção de alvos, muitas vezes sem supervisão humana. O uso de IA permitiu a Israel realizar ataques aéreos com mínima interferência humana, resultando em milhares de mortes, incluindo civis inocentes.
Terror de drones
Drones armados têm sido uma ferramenta de guerra de Israel há mais de uma década, usados tanto para vigilância quanto para ataques. Desde 2021, “enxames de drones” têm sido usados em Gaza para monitorar e localizar alvos. Em 2022, um comandante israelense afirmou que toda Gaza estava coberta por UAVs que coletavam informações 24 horas por dia.
O uso desses drones, junto com tecnologias de IA, tem intensificado o sofrimento psicológico dos palestinos, que vivem sob o constante zumbido dos dispositivos e com o medo de serem alvos. Drones híbridos como “The Rooster” e “Robodogs” podem se mover em terrenos irregulares e são armados para realizar ataques automáticos, substituindo tropas terrestres.
Crescimento dos ataques com IA
Desde outubro de 2023, especialistas alertam que os ataques israelenses em Gaza configuram um “genocídio potencial”. Em 2024, o Tribunal Mundial responsabilizou Israel por práticas de apartheid. Organizações como a ONU e a Anistia Internacional relatam um aumento alarmante no número de palestinos mortos e feridos, com Gaza sendo chamada de “um inferno vivo”.
Com a tecnologia desempenhando um papel central na escalada de violência, a questão que permanece é se o uso dessas ferramentas irá continuar a alimentar conflitos ou se haverá uma pressão global suficiente para garantir a responsabilização e a proteção dos direitos humanos na região.
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Redação tecflow
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