James Webb quebra seu próprio recorde e pode ter encontrado as primeiras galáxias do Universo

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O Telescópio Espacial James Webb continua a impressionar o mundo com suas incríveis capacidades de observação. Este gigante da astronomia superou todos os marcos anteriores estabelecidos por outros telescópios, mostrando uma capacidade incomparável de observar o Universo em seus momentos mais primitivos, pouco depois do Big Bang. Agora, o Webb alcançou mais um feito extraordinário ao superar seus próprios recordes e descobrir o que podem ser as galáxias mais antigas já observadas.

Cinco galáxias distantes

Esta descoberta envolve um grupo potencial de cinco galáxias, algumas das quais existiam apenas 200 milhões de anos após o Big Bang, colocando-as a cerca de 13,6 bilhões de anos-luz da Terra. Embora essa descoberta ainda não tenha sido confirmada, a comunidade científica está otimista quanto à sua precisão. O recorde anterior para a galáxia mais distante, também estabelecido pelo Webb, era a galáxia JADES-GS-z14-0, localizada cerca de 280 milhões de anos após o Big Bang. Essa nova descoberta já está disponível para consulta no servidor ‘arXiv’.

De acordo com os autores do estudo, “As mesmas flutuações primordiais que deram origem a pontos frios e quentes no fundo cósmico de micro-ondas eventualmente cresceram, colapsaram e formaram as primeiras galáxias durante o amanhecer cósmico, marcando o início da época das primeiras galáxias. Essas primeiras galáxias permaneceram fora do alcance de nossas observações durante décadas”, afirmam no artigo.

Hakim Atek, um dos signatários do artigo, afirmou à ‘Space.com’: “Ainda é bastante difícil estimar a idade exata dessas galáxias e determinar quando elas se formaram, mas certamente estamos nos aproximando da primeira geração de galáxias, porque nos restam apenas cerca de 150 milhões de anos para formá-las. Com tão pouco tempo disponível, não há muitas maneiras de formá-las.”

Uma longa evolução cósmica

Por décadas, os cosmologistas sugeriram que os primeiros grupos de estrelas começaram a se fundir para formar galáxias apenas alguns centenas de milhões de anos após o Big Bang. À medida que o Universo amadurecia, essas primeiras galáxias evoluíram para galáxias anãs que se devoraram mutuamente, eventualmente dando origem às galáxias que conhecemos hoje, como a nossa. No entanto, determinar o momento exato em que esse processo começou e as velocidades com que os primeiros passos ocorreram continua sendo um desafio, pois a luz dessas galáxias é muito fraca, e a expansão do Universo esticou suas ondas para o espectro infravermelho.

Lentes Gravitacionais: Um triunfo de Einstein

Apesar dos desafios, o Webb conseguiu capturar esses sinais fracos graças a um fenômeno previsto por Albert Einstein há mais de um século: as lentes gravitacionais. Esse fenômeno ocorre quando a massa de objetos como planetas, estrelas ou galáxias deforma o espaço-tempo, fazendo com que a luz que passa por perto siga trajetórias curvas. Esse efeito funciona como uma lupa cósmica, permitindo-nos observar objetos distantes que de outra forma seriam invisíveis.

Neste caso, a galáxia Abell S1063, localizada entre as cinco galáxias distantes e a Terra, agiu como uma lente gravitacional natural, permitindo que os cientistas do Webb detectassem essas galáxias a distâncias e idades inéditas.

Esta imagem de espaço profundo mostra como muitas galáxias estão se afastando de nós a velocidades extremas. A luz das galáxias mostra um grande deslocamento para o vermelho em comparação com aquelas que estão mais próximas. NASA, ESA, R. WINDHORST E H. YAN

Possíveis primeiras galáxias da geração cósmica

Se os estudos subsequentes confirmarem essa descoberta, essas cinco galáxias candidatas não serão apenas cerca de 90 milhões de anos mais jovens do que a galáxia mais distante confirmada, a JADES-GS-z14-0, mas também podem pertencer à “primeira geração galáctica”, as primeiras galáxias formadas no Universo. O fato de todas as cinco terem sido encontradas na mesma região do céu sugere que pode haver muitas outras por lá que ainda não foram descobertas.

Limites do Webb

Embora essa descoberta seja um grande avanço, os pesquisadores alertam que detectar galáxias ainda mais distantes e fracas pode ser ainda mais desafiador. De acordo com Vasily Kokorev, da Universidade do Texas e diretor da pesquisa, detectar galáxias ainda mais fracas pode exigir até 450 horas de observação com o telescópio, o que é improvável, dada a quantidade de projetos aos quais o Webb precisa se dedicar. O projeto GLIMPSE, que levou à descoberta das cinco galáxias, teve apenas 150 horas de tempo de observação alocadas.

Kokorev concluiu: “Embora teoricamente seja possível encontrar galáxias ainda mais antigas e distantes, elas seriam ainda mais fracas e menores, tornando-as extremamente difíceis de detectar. O programa GLIMPSE já levou o telescópio Webb ao limite.”

O Telescópio Espacial James Webb continua a quebrar recordes e a oferecer uma visão sem precedentes do cosmos. A cada descoberta, estamos nos aproximando de entender os primeiros momentos do Universo, desde o Big Bang até a formação das primeiras galáxias. Sem dúvida, o Webb continuará a expandir os limites do conhecimento humano, nos proporcionando uma visão do espaço profundo como nunca antes.

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Redação tecflow

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