A Coinbase, uma das maiores plataformas de negociação de criptomoedas do mundo, emitiu um sinal de alerta para o mercado. Em relatório publicado nesta semana, David Duong, head global de research da corretora, adotou uma visão mais pessimista e afirmou que o setor pode estar entrando em um novo “inverno cripto”.
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O alerta chega num momento de forte correção no mercado. Segundo o relatório, tanto o Bitcoin (BTC) quanto o índice COIN50 – que reúne os 50 maiores tokens por valor de mercado – romperam para baixo suas médias móveis de 200 dias, um indicativo clássico de reversão de tendência.
Mais severa ainda é a situação das altcoins. O valor de mercado total das criptomoedas, excluindo o Bitcoin, caiu 41% desde o pico de dezembro de 2024, recuando de US$ 1,6 trilhão para US$ 950 bilhões.
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Além da deterioração técnica, o estudo destaca o enfraquecimento do financiamento via venture capital. Embora tenha havido uma leve recuperação no primeiro trimestre de 2025, os aportes ainda estão 50% a 60% abaixo dos níveis registrados em 2021 e 2022. “Essas pressões estruturais decorrem da incerteza do ambiente macroeconômico, marcado por aperto fiscal e políticas tarifárias globais”, explica Duong.
Mudança de tom
A nova avaliação contrasta com a visão apresentada por Duong no início do ano, durante o evento Onde Investir 2025, promovido pelo InfoMoney. Na ocasião, o pesquisador manifestou otimismo com o debate sobre a inclusão do Bitcoin em reservas soberanas de países como Estados Unidos, Brasil e Alemanha, apontando esse movimento como um possível catalisador para o mercado.
No entanto, com a reeleição de Donald Trump e o aumento da instabilidade fiscal global, o cenário mudou. “Estamos observando uma combinação de deterioração dos fundamentos e liquidez reduzida, características típicas de um inverno cripto”, afirma Duong.
Ainda há esperança?
Apesar da visão negativa, a Coinbase não descarta uma possível recuperação. O relatório prevê que os preços podem encontrar um piso entre meados e o fim do segundo trimestre, com chance de retomada a partir do terceiro trimestre de 2025. Até lá, a recomendação é que os investidores adotem postura cautelosa, priorizando ativos com maior liquidez e projetos mais consolidados.
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