

*Por Raphael Tedesco
A “Declaração de Independência Econômica”, anunciada pelo presidente Donald Trump em abril, marcou uma nova fase na escalada protecionista global. Ao impor uma tarifa base de 10% sobre todas as importações americanas — com sobretaxas que chegam a 44% para países como China e Taiwan — os EUA alteraram profundamente as cadeias globais de fornecimento tecnológico. No centro desse reordenamento geoeconômico, o Brasil se vê diante de um paradoxo: desafios inéditos, mas também oportunidades estratégicas.
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Embora o país tenha sido submetido apenas à tarifa mínima de 10%, as consequências não são triviais. Importadores brasileiros de tecnologia enfrentam aumentos imediatos nos custos de aquisição de equipamentos dos EUA, além de sofrerem efeitos indiretos — já que muitos produtos incluem componentes de países severamente tarifados. A estrutura tributária brasileira agrava esse cenário, criando um efeito cascata que pode elevar em mais de 70% o custo final de certos dispositivos tecnológicos.
Setores como hardware, infraestrutura de TI e serviços em nuvem sentem pressões diferenciadas. Enquanto multinacionais lidam com margens espremidas ou aumento de preços, fabricantes nacionais ganham competitividade relativa e oportunidades para prover soluções mais acessíveis frente à incerteza global.
Alta nos ataques cibernéticos
Mas os riscos não são apenas econômicos, já que o ambiente de instabilidade comercial favorece o crescimento de ameaças digitais, segundo a NSFOCUS, referência global em cibersegurança. A relação entre sanções econômicas e aumento da atividade hacker é bem documentada — e já começa a se manifestar.

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Organizações que operam infraestrutura crítica, como hospitais, redes de energia e transporte, são forçadas a substituir fornecedores e redesenhar seus ecossistemas tecnológicos rapidamente. Essa transição, feita sob pressão, abre brechas para ciberataques. O custo da adaptação pode vir não apenas em cifras, mas em vulnerabilidades exploradas por cibercriminosos.
Caminhos para o Brasil
Nesse novo cenário global, o setor tecnológico brasileiro precisa agir com rapidez e inteligência. Algumas medidas-chave incluem:
- Revisar cadeias de suprimentos: Identificar dependências críticas de fornecedores localizados em países altamente tarifados.
- Incentivar a nacionalização seletiva: Buscar alternativas locais ou regionais para componentes estratégicos.
- Redobrar a cibersegurança: Investir em práticas robustas de proteção digital, especialmente em setores essenciais.
- Monitorar o cenário diplomático e tarifário: Ajustar decisões estratégicas com base na evolução das negociações internacionais.
- Reavaliar estoques e políticas de preço: Minimizar impactos imediatos e evitar rupturas de fornecimento.
Entre o risco e a oportunidade, o Brasil pode emergir mais competitivo em algumas frentes, especialmente nos mercados americanos que antes dependiam fortemente da China. No entanto, isso exigirá a superação de obstáculos logísticos, fiscais e tecnológicos, em meio as históricas janelas abertas para quem quiser agir com estratégia.
*Raphael Tedesco possui mais de 15 anos de experiência no mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e especialização em cibersegurança e gestão estratégica de negócios. Já atuou em empresas como Multirede e Logicalis, sendo que hoje é diretor de negócios da NSFOCUS para a América Latina.
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Redação tecflow
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