
Nos últimos dias, um alerta viral ganhou força nas redes sociais: o Brasil estaria “condenado” a se tornar inabitável até 2075 por causa do aquecimento global. A alegação, atribuída à NASA, espalhou pânico e desinformação. Mas afinal, o que há de verdadeiro nessa história? O Brasil corre realmente o risco de se tornar inabitável? A seguir, explicamos com base científica, dados ambientais e projeções internacionais por que a realidade é mais complexa — e também mais preocupante do que parece.
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A origem da afirmação
O boato surgiu a partir de uma má interpretação de um estudo conduzido por pesquisadores da NASA e publicado em 2020 na revista Science Advances. O estudo analisa o impacto da combinação de calor extremo e umidade elevada — condições que, quando atingem certos limites, tornam o corpo humano incapaz de se resfriar pela transpiração, levando a riscos graves de saúde, como insolação e falência de órgãos.
Esse ponto crítico é chamado de “temperatura de bulbo úmido”, que representa uma combinação específica de temperatura e umidade relativa do ar. Acima de 35 °C de bulbo úmido, o corpo humano entra em colapso mesmo em condições de sombra e com acesso à água. Em outras palavras, é o limite fisiológico da sobrevivência humana.
O que o estudo realmente mostrou
Entre 1979 e 2017, o estudo identificou que eventos extremos de bulbo úmido chegaram a ultrapassar esse limite em áreas do sul da Ásia e do Golfo Pérsico, com episódios curtos de até duas horas. O Brasil, contudo, não esteve entre as regiões afetadas nesse período. Ainda assim, os cientistas alertam que, se as emissões de gases de efeito estufa continuarem subindo, esses episódios poderão se tornar mais frequentes e intensos em várias partes do mundo — inclusive na América do Sul.
Projeções climáticas indicam que regiões tropicais e subtropicais, como partes do Brasil, podem vir a enfrentar temperaturas de bulbo úmido próximas ao limite fisiológico nas próximas décadas. Isso significa que, sob determinadas condições de calor e umidade — especialmente em cidades litorâneas e em áreas da floresta amazônica — eventos extremos podem ocorrer ocasionalmente. Mas há uma diferença crucial: essa é uma projeção baseada em cenários possíveis, e não uma previsão com data marcada.

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As cidades brasileiras mais vulneráveis
Capitais como Manaus, Belém, Fortaleza, Recife e até mesmo o Rio de Janeiro estão entre as regiões que mais preocupam os cientistas. A combinação de altas temperaturas com umidade relativa elevada pode, em um cenário de agravamento climático, colocar essas áreas em risco nas próximas décadas.
Adicionalmente, o fenômeno da “ilha de calor urbano” — em que o concreto, o asfalto e a poluição retêm o calor e elevam a temperatura nas cidades — pode acelerar ainda mais os efeitos do aquecimento global nesses centros urbanos. Quando somado à degradação ambiental, desmatamento e escassez de áreas verdes, o problema se intensifica.
O Brasil está condenado?
Não. Nenhum estudo, nem da NASA nem de outra instituição científica respeitável, afirma que o Brasil se tornará inabitável em 50 anos. O que existe são alertas sérios de que, sem mudanças no padrão de emissões e na forma como ocupamos o território, o país pode experimentar episódios climáticos extremos que tornarão a vida mais difícil, especialmente para populações mais vulneráveis.
Os eventos climáticos extremos não são uma ameaça distante. Em 2024, o Brasil enfrentou ondas de calor históricas, com temperaturas acima dos 40 °C em diversas regiões. A crise hídrica no Centro-Oeste, enchentes no Sul e o avanço do desmatamento na Amazônia são exemplos de como as mudanças climáticas já impactam o cotidiano da população.
O que pode ser feito
- A resposta está em políticas públicas efetivas de mitigação e adaptação. Isso inclui:
- Redução das emissões de carbono, com investimentos em energias renováveis;
- Reflorestamento e preservação de biomas como a Amazônia e o Cerrado;
- Planejamento urbano sustentável, com ampliação de áreas verdes e melhorias na infraestrutura de saneamento e habitação;
- Educação climática para preparar a sociedade sobre os riscos e formas de enfrentamento;
- Sistemas de alerta e saúde pública adaptados para lidar com ondas de calor, secas e enchentes.
Embora não exista um “decreto” da NASA prevendo que o Brasil se tornará inabitável em 50 anos, os riscos associados ao aquecimento global são reais, urgentes e crescentes. As projeções climáticas indicam que, se nenhuma ação for tomada, parte do território nacional poderá enfrentar eventos extremos de calor e umidade que ameaçam a saúde e o bem-estar das populações locais. O futuro não está escrito, mas os caminhos que escolhemos agora definirão a qualidade de vida das próximas gerações.
A ameaça não é inevitável — mas exige decisões corajosas, embasadas na ciência e comprometidas com o meio ambiente e a justiça social.
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Redação tecflow
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