A Huawei está prestes a fazer seu retorno ao mercado de celulares no Brasil, e deve apostar alto: a fabricante chinesa concluiu a homologação do Huawei Mate XT na Anatel, o primeiro smartphone com design trifold — ou seja, com duas dobras — a chegar ao país. O modelo foi aprovado no dia 6 de junho, conforme documentos obtidos pelo Tecnoblog.
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O Huawei Mate XT, identificado pelo código GRL-LX9, conta com suporte para internet 4G, mas não possui conectividade 5G, provavelmente devido às sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos desde 2019. Além disso, o dispositivo virá com conectividade NFC, Wi-Fi 6 (sem suporte à banda de 6 GHz) e será totalmente importado da China, sem previsão de fabricação local.
Dobras que impressionam
Com um design que se diferencia da maioria dos dobráveis — que têm apenas uma dobra —, o Mate XT aposta em um sistema de três dobras, permitindo diferentes formatos de uso. Fechado, funciona como um smartphone com tela de 6,4 polegadas. Aberto parcialmente, vira um tablet de 7,9 polegadas. E, totalmente estendido, pode ser usado como um “notebook” com tela de até 10,2 polegadas, oferecendo versatilidade para produtividade e entretenimento.
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Outro destaque é o módulo de câmeras, com design circular e acabamento em dourado, além da inscrição “XMAGE”, que identifica o sistema de imagem proprietário da Huawei. O carregador de 66 W (modelo HW-110600E03), também homologado, acompanhará o produto na caixa e contará com portas USB-A e USB-C.
Lançamento e preço no Brasil
A Huawei agendou um evento especial em São Paulo no dia 17 de junho, onde deve oficializar a volta ao segmento de smartphones no país. Atualmente, a empresa já comercializa dispositivos como smartwatches, tablets e fones de ouvido no mercado brasileiro.
Embora o preço oficial ainda não tenha sido anunciado, uma página vazada e divulgada pelo Canaltech revela que o Huawei Mate XT pode chegar custando R$ 24.999, o que o colocaria como o smartphone mais caro do Brasil. Para efeito de comparação, o mesmo modelo é vendido por 3.499 euros na Europa, cerca de R$ 22 mil em conversão direta e sem impostos.
Se confirmada, a cifra refletirá não só a inovação do design trifold, mas também os desafios logísticos e regulatórios enfrentados pela Huawei no Brasil, incluindo a ausência de 5G e o fato de ser um produto totalmente importado.
Perspectivas para o mercado brasileiro
A chegada do Mate XT pode marcar um novo capítulo para o mercado de smartphones premium no Brasil. Embora marcas como Samsung e Motorola tenham investido fortemente em dobráveis, a Huawei traz uma proposta ainda mais ousada, e seu retorno será observado de perto por consumidores e concorrentes.
Apesar de ainda enfrentar limitações por conta das sanções norte-americanas — que impedem, por exemplo, o uso dos serviços do Google —, a Huawei aposta em seu próprio ecossistema HarmonyOS, que vem ganhando maturidade e integração entre dispositivos.
A movimentação da empresa também pode influenciar discussões sobre a abertura comercial e a viabilidade de produtos topo de linha no país, em um momento em que o dólar elevado e a carga tributária dificultam a popularização de tecnologias avançadas.
Resta saber se o Mate XT vai conquistar o consumidor brasileiro disposto a investir em um novo conceito de usabilidade — e em um dos celulares mais caros já lançados por aqui.
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