Brasil lidera ranking global de cookies vazados, com mais de 7 bilhões expostos na dark web

Uma nova pesquisa conduzida pela NordVPN em parceria com especialistas independentes em segurança cibernética revela um cenário alarmante para o Brasil no que diz respeito à segurança digital. Segundo o levantamento, o país ocupa o 1º lugar entre 235 países analisados no ranking global de vazamento de cookies, com mais de 7 bilhões de registros expostos — um número que chama atenção não apenas pela magnitude, mas também pelo impacto potencial na privacidade dos usuários.

Dos mais de 93,7 bilhões de cookies roubados e encontrados na dark web, mais de 7 bilhões são de origem brasileira. Ainda mais preocupante é o fato de que cerca de 550 milhões desses cookies permanecem ativos, ou seja, ainda estão associados a sessões ou contas reais em funcionamento, representando uma ameaça concreta à segurança dos usuários afetados.

Embora frequentemente vistos como inofensivos e até úteis — já que armazenam preferências, mantêm o login de usuários e ajudam sites a oferecer uma experiência personalizada — os cookies podem ser transformados em verdadeiras portas de entrada para cibercriminosos. Isso ocorre porque muitos desses arquivos armazenam informações como nomes completos, endereços de e-mail, senhas, localização geográfica e até endereços físicos, o que permite sua utilização em fraudes, roubo de identidade e acesso não autorizado a contas online.

Segundo Adrianus Warmenhoven, especialista em cibersegurança da NordVPN, a percepção de que cookies são inofensivos precisa mudar. “Nas mãos erradas, eles se tornam verdadeiras chaves digitais para nossas informações mais privadas”, alerta. Essa exposição se agrava no caso brasileiro, que figura muito à frente de países como Índia, Indonésia, Estados Unidos e Vietnã — os outros integrantes do top 5 do ranking.

O crescimento no volume de cookies vazados também é expressivo. Em 2024, a NordVPN havia identificado cerca de 54 bilhões de registros comprometidos. Em 2025, esse número saltou para mais de 94 bilhões — um aumento de 74% em apenas um ano. Grande parte desses vazamentos está ligada a plataformas populares como Google (4,5 bilhões), YouTube (1,33 bilhão), Microsoft (1,1 bilhão) e Bing (1 bilhão), o que mostra o alcance da coleta de dados mesmo em ambientes considerados confiáveis.

A pesquisa também mapeou os principais vetores de ataque responsáveis por esses vazamentos. Ao todo, foram identificados 38 tipos diferentes de malware usados para capturar cookies. O Redline lidera com 41,6 bilhões de cookies roubados, seguido pelo Vidar (10 bilhões) e LummaC2 (9 bilhões). Esses malwares atuam como infostealers — programas maliciosos que se infiltram em sistemas para extrair dados sensíveis de forma silenciosa.

Cookies são, essencialmente, pequenos arquivos de texto armazenados pelos sites no navegador do usuário. Existem diversos tipos: os cookies de sessão, que expiram ao fechar o navegador; os persistentes, que continuam ativos mesmo após o encerramento da navegação; e os cookies de rastreamento, utilizados para coletar dados sobre o comportamento online com fins comerciais. Quando não protegidos, esses arquivos podem ser roubados e usados por terceiros mal-intencionados para assumir sessões ativas e burlar sistemas de autenticação.

Para mitigar riscos, a NordVPN recomenda que usuários adotem medidas simples, porém eficazes. Uma das práticas mais importantes é limpar regularmente os dados armazenados pelo navegador, o que ajuda a encerrar sessões automaticamente. Warmenhoven destaca que “as pessoas costumam fechar o navegador, mas a sessão ainda está ativa”. Outras medidas incluem o uso de senhas fortes e exclusivas, ativação da autenticação multifator (MFA), cuidado ao clicar em links desconhecidos, atualização frequente dos dispositivos e revisão das configurações de privacidade nas plataformas online.

A metodologia do estudo incluiu o monitoramento de canais no Telegram usados por hackers para anunciar dados à venda. Os pesquisadores não compraram os cookies nem acessaram seu conteúdo, mas analisaram metadados relacionados, como tipo de dado armazenado, país de origem, sistema operacional do usuário, empresa responsável pelo cookie e os malwares associados ao roubo.

O resultado é um retrato preocupante de um cenário em que bilhões de dados trafegam pela internet sem a devida proteção, e onde o Brasil, infelizmente, lidera em exposição. Em tempos de hiperconectividade, a conscientização sobre segurança digital e a adoção de boas práticas de navegação são mais urgentes do que nunca.

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Redação tecflow

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