O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, veio para ficar e completa um ano de operação neste mês. De acordo com dados do Banco Central, foi registrado um crescimento de 639% em quantidade de usuários, indo de 13,7 milhões de pessoas físicas em novembro de 2020, na sua estreia, para 101,3 milhões em setembro deste ano.
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Criado para preencher uma lacuna na vida dos brasileiros, a de transferência bancária instantânea e disponível 24 horas por dia, incluindo finais de semana e feriados, a ferramenta não gera custo algum para pessoas físicas. A facilidade que se popularizou em pouco tempo será um dos maiores destaques na Black Friday deste ano.
Diante da facilidade para o consumidor e a rapidez na conclusão da compra, há quem diga que será a “Black Friday do Pix”. É possível já ver empresas oferecendo vantagens ao consumidor que optar por essa forma de pagamento. Segundo um recém-divulgado estudo da Méliuz, o Pix, inclusive, é o terceiro na intenção de uso durante o evento. A pesquisa aponta que, aproximadamente, 11,5% dos entrevistados irão usá-lo como meio de pagamento.
De fato, a forma de pagamento caiu em cheio no gosto do brasileiro, porém requer alguns cuidados, afinal, um meio de pagamento fácil atrai criminosos cada vez mais experientes. Na Black Friday do ano passado, segundo balanço da Konduto, a taxa de tentativa de fraudes no comércio eletrônico com relação ao total de pedidos ficou em 1,36%, o que correspondeu a 2,72% do faturamento na data.
Desta forma, o principal desafio será a própria segurança. Confira algumas dicas para saber como se proteger, evitar dores de cabeça e prejuízos financeiros durante a Black Friday 2021 ao utilizá-lo:
Desconfie sempre
Os golpes através do Pix têm se tornado cada vez mais sofisticados, por isso é extremamente importante a conferência de todas as informações. Cuidado com links que chegam de desconhecidos por meio de redes sociais, Whatsapp, e-mail ou SMS pedindo cadastro ou oferecendo brindes e descontos. Desconfie das promoções que parecem boas demais para ser verdade.
“Uma das formas mais utilizadas pelos golpistas, atualmente, é o chamado phishing, ou pescaria digital. Através de links que levam a uma página falsa na internet, comumente muito parecida com a de uma loja conhecida ou até mesmo um banco, criminosos roubam senhas e dados pessoais dos consumidores para realização de compras e transferências eletrônicas”, explica Andrew Martines, CEO da HackerSec, empresa referência em cibersegurança no Brasil.
Andrew Martines, CEO da HackerSec.
Outro ponto crucial é checar a reputação das lojas onlines, em sites como o ReclameAQUI ou Consumidor.gov.br, antes de fechar a compra. Por meio deles, é possível verificar a opinião de outros clientes e o nível de satisfação da loja.
Não pague fora da plataforma de e-commerce
Caso esteja comprando em uma loja online ou marketplace, é primordial que a compra seja finalizada no mesmo lugar, seja no site ou app. Desta forma, há garantia de ressarcimento caso a encomenda não chegue. Se o vendedor pedir para finalizar a transação em outro ambiente ou para transferir o dinheiro, desconfie.
Ralf Germer, CEO da PagBrasil.
“O Pix ajudou a melhorar nossa experiência na hora da compra, principalmente online. Ele trouxe mais agilidade e inclusão para os variados tipos de usuários brasileiros. Em contrapartida, a facilidade também chega aos fraudadores, que agora têm mais uma ferramenta para alimentar seus esquemas fraudulentos, por isso, é preciso estar sempre atento” explica Ralf Germer, CEO da PagBrasil, fintech brasileira líder em pagamentos em e-commerces ao redor do mundo.
Coloque um limite para suas transações
Na prática, não há um limite do valor de transferência por Pix determinado pelo Banco Central. Cada banco estipula o valor máximo para que o usuário realize a transação. No entanto, ter um limite alto pode ser perigoso para os usuários, mesmo que haja a intenção de fazer alguma transação de alto valor.
“Por mais que o Pix seja uma ferramenta nova, é seguro utilizá-lo. Mas você precisa ficar atento aos dados de quem vai receber a transferência antes de confirmar a transação. Assim, você vai evitar cair em golpes que pedem dinheiro com o nome de uma pessoa, mas usam a conta bancária com dados diferentes. Outra dica é não ter um limite alto de transferências por Pix. Se o valor que precisa transferir for mais alto que o seu limite, negocie para fazer duas transferências. Esses cuidados vão te ajudar a evitar prejuízos financeiros.”, comenta Alberto André, CEO do Plusdin, fintech e portal de produtos e serviços financeiros.
Alberto André, CEO do Plusdin, fintech.
Não faça transferências logado em redes públicas de wifi
Economizar o pacote de dados móveis através de redes públicas é uma facilidade encontrada em diversos estabelecimentos e locais públicos. No entanto, essa economia pode sair bem cara.
Eduardo Tardelli, CEO da upLexis.
Conectar-se a um Wi-Fi de uso coletivo faz com que o usuário se exponha de um jeito perigoso, e fazer determinadas transações aumenta ainda mais a exposição, como por exemplo acessar a conta bancária.
“Para que estejamos sempre com nossos dados protegidos, o ideal é usar o aplicativo do banco com o próprio pacote de dados ou uma rede de wifi de uso privado”, recomenda Eduardo Tardelli, CEO da upLexis, empresa especializada em mineração de dados.
Cuidado com QR Codes falsos
O QR Code é uma importante ferramenta para reduzir o trabalho do consumidor: já estará disponível o destino da transação, valor do pagamento. Apesar de reduzir em alguns segundos o processo de pagamento, é preciso certificar se o valor está correto, bem como o destino do pagamento antes de concluir a operação. Paulo Castro, CEO e cofundador do Contbank, fintech especializada em produtos para PMEs, alerta que algumas pessoas aumentam o valor ou usam o QR Code para direcionar o consumidor para uma conta falsa.
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Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.