*Por Anderson Rodrigues
Os hábitos alimentares no mundo estão passando por mudanças e a perspectiva é que eles continuem a sofrer alterações, especialmente devido ao crescimento de um mercado em pleno desenvolvimento: os alimentos plant based. O termo em inglês se refere a comidas produzidas com base em plantas, opções a quem não consome alimentos de origem animal ou deseja diminuir o consumo. Os itens plant based mais famosos vão bem além da carne vermelha e oferecem produtos como frango, leite e até chocolate.
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O Brasil é um país que expressa bem as mudanças nos hábitos de consumo de proteína animal. Por aqui, cerca de 14% da população já se declara vegetariana, de acordo com pesquisa do IBOPE Inteligência realizada em 2018. Segundo o estudo, 60% dos entrevistados garantem que dariam preferência a alimentos de origem vegetal caso os produtos veganos tivessem o mesmo preço das proteínas de origem animal.
Para atender a essas novas demandas de consumo, o mercado alimentício já se movimentou e coleciona boas projeções para os próximos anos. De acordo com números da organização “The Good Food Institute”, o segmento de alimentos à base de plantas tem previsão de movimentar entre US$ 100 bilhões (R$ 542,3 bilhões) e US$ 370 bilhões (R$ 2 trilhões) até 2035. Além disso, a comercialização de itens substitutos à carne de origem animal chegou a R$ 418,7 milhões em 2020, uma alta equivalente a 69,9% em cinco anos.
As foodtechs, empresas que aplicam tecnologia na produção de alimentos, crescem na América Latina e companhias brasileiras já representam uma parcela significativa do grupo. Um estudo realizado pela Endeavor e a Pepsico em 2021 mostra que das 323 foodtechs identificadas na região, 123 delas estão concentradas no Brasil. Dessas empresas, 54% já têm acesso à captação de investimentos desde 2011, e arrecadaram cerca de US$ 828 milhões. O desenvolvimento das foodtechs plant based é significativo para a América Latina. De acordo com um relatório do ano passado divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 67 milhões de pessoas devem enfrentar a insegurança alimentar até 2030 na região. Por isso, é crucial que novas iniciativas de produção alimentícia ganhem espaço e possam servir de opção a indivíduos de forma acessível, eficiente em termos nutricionais e de maneira sustentável.
O desenvolvimento do mercado de alimentos feitos à base de plantas também traz como oportunidade o caminho para o Brasil se tornar um dos principais fornecedores de ingredientes dessa nova indústria de proteínas alternativas. Foodtechs muitas vezes procuram insumos nacionais para reduzir custos e levar aos consumidores produtos com menor preço. Para que a agricultura do país se desenvolva também nessa frente de fornecimento de insumos, especialistas do setor argumentam que é necessário um incentivo maior por parte do governo para a produção de alimentos alternativos à origem animal.
O custo dos produtos plant based ainda não é muito atraente a todas as parcelas da população brasileira, especialmente devido à diferença na tributação desses alimentos em relação aos itens de origem animal. Há um esforço das foodtechs e de diversas iniciativas do segmento plant based para melhorar as tributações e levar produtos veganos ao consumidor de forma mais barata e com garantia de qualidade. O Brasil tem grande potencial de continuar sendo um dos locais com mais empresas de tecnologia de alimentos nos próximos anos, de aumentar o faturamento e capilaridade do segmento, além de seguir levando produtos alternativos à origem animal com sabor e saúde a cada vez mais brasileiros.
*Por Anderson Rodrigues, é Fundador da Vida Veg, empresa food tech plant based.
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Redação tecflow
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