Por: Vivaldo José Breternitz
Há alguns dias, uma Inteligência Artificial venceu um experiente piloto de caça americano em uma simulação de dogfight, expressão usada para designar um combate entre dois aviões de caça, no caso, F-16.
O evento foi organizado pela DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency, Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa), órgão do governo americano que visa dar ao país meios tecnológicos para a manutenção da superioridade militar; a internet nasceu na DARPA.
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Em setembro do ano passado a DARPA solicitou a empresas que desenvolvessem aplicações de Inteligência Artificial (IA) capazes de pilotar um caça em um dogfight. Nove delas aceitaram o desafio e seus produtos lutaram entre si, tendo sido vencedora a produzida por uma pequena empresa, a Heron Systems, que deixou em segundo lugar a IA da Lockheed Martin, um gigante da área de tecnologia da defesa.
Vencidas as outras oito empresas, a IA da Heron enfrentou e venceu o piloto da Força Aérea. Segundo a revista Air Force Magazine, a vitória foi fácil.
A IA ainda tem um longo caminho a percorrer antes que os pilotos de caça sejam substituídos por uma delas em um combate real, mas o resultado das provas mostra que ela tem um futuro promissor.
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Os dogfights praticamente não acontecem mais, porém as manobras e decisões que um piloto de caça terá que realizar e tomar para ser efetivo em situações futuras, são baseados nas habilidades necessárias em um combate como esse.
Dentre essas situações futuras, está aquela em que o piloto terá funções de “comandante de missão”, encarregado não apenas de voar sua própria aeronave, mas também de gerenciar drones “à serviço” de seu caça.
A DARPA pretende que essas IAs continuem a serem desenvolvidas, de forma que possam realizar outros tipos de missões de combate aéreo.
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Diante dessa notícia, vale lembrar o que aconteceu em 1996, quando o campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov, considerado o melhor jogador de todos os tempos, bateu o computador Deep Blue da IBM em uma série de seis partidas. Apesar da vitória, Kasparov declarou que era o último humano campeão de xadrez, talvez prevendo o que aconteceria no ano seguinte, quando foi batido por um Deep Blue mais evoluído.
Seria interessante saber o que Manfred Albrecht Freiherr von Richthofen (1892 – 1918), o Barão Vermelho, o maior piloto de caça da Primeira Guerra Mundial, com 80 vitórias, pensaria de tudo isso.
Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.