Uma pesquisa realizada recentemente pelo instituto I Love My Job revela que 55,6% dos profissionais do setor de TI dão prioridade a trabalhos que respeitem sua qualidade de vida e sua saúde mental. Essa preferência dos profissionais – que se tornaram escassos no mercado em meio ao fenômeno conhecido como Apagão Tecnológico – foi apreendida por diversas empresas do setor, as quais têm buscado estabelecer boas práticas corporativas de modo a reduzir índices negativos, como o de turnover (termo utilizado para se referir à demissão).
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Ainda assim, o turnover de empresas de tecnologia atuantes no cenário nacional gira em torno de 82%, enquanto no resto do mundo a média é de pouco mais de 35%. Esses dados estão dentre os que embasam o argumento de que o mercado de TI seria um ambiente tóxico dificilmente adaptável, principalmente para mulheres. Algumas empresas, no entanto, encontraram o modus operandi chave para superar esse cenário.
A fintech Mais TODOS, por exemplo, é a mais nova empresa a conquistar a certificação Great Place to Work (GPTW), selo que atribui reconhecimento aos melhores ambientes empresariais para se trabalhar no Brasil. Das 18 milhões de empresas em funcionamento no Brasil, apenas 150 conseguem a certificação GPTW anualmente e passam a integrar um hall de iniciativas privadas que se conectam melhor com os seus colaboradores, apresentam menores níveis de turnover e geram até 61% a mais riqueza per capita, de acordo com a satisfação do corpo de funcionários.
A certificação foi obtida após a análise da consultoria GPTW, que utilizou, entre outras ferramentas, um questionário anônimo aplicado aos colaboradores que fazem parte da Mais TODOS. A fintech registrou um alto índice de aprovação entre seus colaboradores, os quais opinaram sobre as mais diversas dimensões da empresa, como a credibilidade da marca e o respeito ao pessoal.
De acordo com Vinícius Arruda, co-founder e vice-presidente da Mais Todos, o resultado positivo é uma validação de que a empresa tem cuidado bem do seu principal ativo: o time.
“Nosso método de trabalho se baseia em manter o time engajado, ter transparência nas relações, mostrar nossa estratégia e não esconder os nossos erros. Pelo contrário, buscamos usar esses gatilhos como oportunidades de aprendizado e ajustes de conduta. Além disso, nosso foco está em sempre manter um clima bom de trabalho, com muitos desafios, com muito suor, mas que permita que a gente aproveite a jornada, isso faz muita diferença no dia a dia”, revela o diretor da fintech.
A estratégia tem dado certo, desde sua criação, em 2019, a empresa cresceu 1.400% em número de colaboradores e tem conseguido se inserir no mercado com estatísticas mais inclusivas, que superam, por exemplo, o índice de 40% de mulheres presentes em cargos de empresas do mercado financeiro.
“Ser uma fintech de impacto social é o nosso objetivo diário, não apenas para que nossos clientes tenham soluções mais acessíveis, mas também para que nosso pessoal desenvolva relações mais justas, seguras e saudáveis. Hoje, temos times de tecnologia com mais mulheres do que homens e muitos deles são liderados por mulheres. Esse equilíbrio fomenta a criatividade, melhora a tomada de decisão, promove relações igualitárias e senso de justiça, sentimentos que são refletidos em nossos produtos e impactam até nossos clientes”, conclui Arruda.
A conquista da certificação GPTW valida também o novo modelo de trabalho adotado pela Mais TODOS no final de 2021 e que passou a integrar a cultura organizacional da empresa, priorizando a qualidade de entrega ao invés da quantidade de horas trabalhadas. Segundo Tales Vilar, co-founder e CEO da Mais TODOS, o novo modelo propõe uma flexibilização no período e no espaço em que o trabalho é desenvolvido, cuidando para que a saúde física e mental dos colaboradores continue sendo protegida, mesmo após a amenização das medidas restritivas no contexto de pandemia do coronavírus.
“A Mais TODOS surgiu em um contexto de trabalho in loco, logo em seguida a empresa teve o desafio de formatar os times em um sistema que passou a ser 100% remoto, por causa da pandemia; agora voltamos ao sistema híbrido, com uma grande flexibilidade, no qual não é exigida a presença, mas sim a consciência de que as entregas afetam todo o time e que a produtividade é mais importante do que a quantidade de horas em que o trabalhador passa sentado na cadeira”, completa Vilar.
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Leandro Lima
Graduado em tecnologia e design gráfico, sou apaixonado pela fotografia e inovações tecnológicas. Atualmente escrevo para o Tecflow.