Pela primeira vez, a Copa do Mundo poderá ser acompanhada pelos brasileiros por meio do streaming, mas, qual o impacto desse aumento de consumo para o setor de telecom e consumidores finais? A MK Solutions, líder em software para gestão de provedores de internet, levanta a discussão e alerta que nem todos os fãs do mundial conseguirão aproveitar o torneio em dispositivos móveis ou televisão em sua totalidade quanto à qualidade da imagem e velocidade de transmissão. Atualmente, o Brasil conta com mais de 5 milhões de conexões via rádio, cabo metálico ou satélite, o que deverá inviabilizar a exibição das partidas em 4K.
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Durante uma transmissão ao vivo (live), o consumo médio da banda de internet chega a ser entre três e quatro vezes maior do que o consumo on demand (quando o vídeo já está gravado e integra alguma plataforma digital). Porém, para atingir um nível de excelência de 4K, o consumo da banda pode chegar a multiplicar em 5 vezes acima do consumo médio já citado. O resultado, portanto, é que um jogo da camisa canarinho pode chegar a consumir entre 15 e 20 vezes mais banda larga.
Em uma média, acompanhar um jogo pode oscilar o consumo entre 3 e 5 Mbps para resoluções Full HD e chegar a até 20 Mbps no 4K. Segundo números oficiais da Anatel, em agosto, 1,5 milhão de pessoas no Brasil contavam com conexões inferiores a 2 Mbps e, dentro da faixa de 2 a 12 Mbps, 2,5 milhões. Para essas pessoas, a conexão aquém dos 20 megas pode gerar um impacto na funcionalidade de outros aplicativos como de bancos ou até mesmo comunicação, como Whatsapp. Ou seja, subir um vídeo na rede social, acessar o aplicativo do banco para pagar uma conta, ou fazer uma chamada de vídeo nos períodos dos jogos pode ser um desafio para muitos consumidores.
Gestão estruturada
Atualmente, o Brasil conta com quase 19 mil provedores de internet (a maioria, pequenos e médios), totalizando 42,8 milhões de conexões. Para Tulio Barbosa, CEO da MK Solutions, é fundamental que os provedores pequenos e médios estejam atentos e saibam que no mercado existem ferramentas para auxiliar a gestão e ampliação da empresa com objetivo de oferecer um melhor serviço ao torcedor.
“O que podemos esperar é ver pessoas na hora dos jogos procurando a assistência do provedor porque não conseguem a conexão ou não possuem a qualidade de imagem e velocidade como desejam. Inclusive abrindo oportunidade para upgrade no plano de internet, para ter maior velocidade. Tudo isso pode se agravar muito mais se o provedor não tiver ferramentas ágeis de atendimento, como SAC+ e BOT para conversar de forma rápida com o cliente a fim de solucionar qualquer situação”, explica.
Outro fato interessante e que requer atenção dos provedores e setor como um todo é a mudança no pico do consumo de dados ao longo do dia. Em períodos sem Copa, o pico do consumo de internet no Brasil acontece durante a noite. Durante o campeonato mundial, a expectativa é que seja durante os jogos, principalmente, da Seleção Brasileira.
“Devido ao horário dos jogos, muitas pessoas estarão fora de casa e, inevitavelmente, irão utilizar dispositivos móveis ou computadores para acompanhar as partidas. Para esses tipos de conexão, a qualidade alcançada deverá ser a Full HD, somente”, explica Elias Knebel, gerente de NOC da empresa SULNET.
Tulio ainda lembra que, apesar da possibilidade de assistir a um jogo da Copa do Mundo em 4K na Globoplay, por exemplo, a maioria da população brasileira acompanhará na TV aberta, onde não será possível ver nessa nova resolução, visto que a TV digital nacional somente suporta a resolução Full HD. Soma-se ainda o fato de, pela primeira vez, a FIFA liberar o sinal para transmissão nas redes do streamer Casemiro, que já chegou a reunir 545 mil dispositivos simultâneos.
“O provedor que estiver estruturado, com um sistema de gestão eficiente, conseguirá, por exemplo, mapear e oferecer de forma mais assertiva e antecipada um plano de maior velocidade aos clientes, entendendo onde há oportunidades e evitado insatisfação dos assinantes durante os jogos. Tudo isso realizando backup de dados em tempo real”, reforça o CEO da MK Solutions.
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