Os avanços na área da tecnologia trouxeram muitos benefícios aos mais diversos setores da economia e atividades humanas. Em relação ao setor imobiliário, não seria diferente. A transformação digital chegou para otimizar o trabalho de imobiliárias e corretores de imóveis, possibilitando processos mais ágeis e seguros bem como resultados de vendas cada vez mais assertivos. Plataformas de pesquisa de imóveis para compra e aluguel, tour virtual, simulações on-line; assinatura digital de contratos são alguns exemplos.
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Podemos citar também inteligência artificial, uso de algoritmos, cloud computing (computação em nuvem, que permite o acesso a recursos dos servidores e redes de maneira organizada e com baixo custo) bem como o Big Data, no qual estão todos os dados captados. E por falar em Big Data, o que significa exatamente e como influencia no mercado imobiliário?
Confira a seguir cinco perguntas que Raphael Parra, executivo é líder em soluções em nuvem, aplicações e dados na SoftwareONE Brasil, respondeu a pedido do tecflow para te ajudar a entender como o Big Data pode ser utilizado no mercado imobiliário:
1- Big data é pautada em dados, mas cada vez mais os consumidores valorizam aspectos emocionais. Como é possível alinhar esses dois pontos?
Big data, sem dúvida, é pautada em dados. O termo se refere à capacidade de armazenamento e processamento de altos volumes de dados para análises complexas. Soluções de big data podem ser aplicadas em diversas frentes do negócio, desde o auxílio na tomada de decisões, até a entrega de produtos totalmente fundamentado em dados, como a Netflix, que consegue capturar diversos aspectos do consumidor, para não só sugerir títulos em determinados momentos, mas também criar filmes e séries direcionadas e de acordo com as tendências do público.
Soluções de big data permitem a agregação de uma diversidade enorme de dados, desde dados cadastrais e demográficos, até informações mais específicas de cada público, como o que eles estão buscando na internet ou que tipos de vídeo no YouTube estão assistindo.
Para o mercado imobiliário, é importante agregar dados à análise que ajudem a identificar o movimento de determinado público e em determinadas regiões, além de trazer para a análise dados de redes sociais e informações mais detalhados de cada região, como a quantidade de farmácias, restaurantes e, até mesmo, avaliações que são feitas sobre os estabelecimentos de uma localidade.
Identificar que tipo de público frequenta determinada região e entender os aspectos que são relevantes para ele, ajudarão a direcionar o produto imobiliário a ser ofertado, permitindo que produtos mais personalizados e a linguagem utilizada fiquem o mais próximo possível do consumidor. Os empreendimentos imobiliários podem atingir os potenciais compradores de forma muitos mais assertiva, fornecendo produtos adequados ao gosto, preferências e expectativas do comprador.
2- Qual o primeiro passo para fazer bom uso dos dados de mercado no setor imobiliário?
Do ponto de vista de negócio, quais respostas eu preciso? Neste momento, o que é mais crítico? Se estou buscando regiões para investir, se preciso entender melhor meu público para personalizar melhor o produto, se preciso melhorar avaliação dos riscos, entre outras perguntas. O mercado imobiliário é muito dinâmico e tem influências diversas, o que faz com que cada player do setor esteja em um momento diferente.
Sabendo as perguntas que se tem, o próximo passo é identificar quais dados e que tipo de análise seria possível de serem feitas. Uma plataforma de dados pode ser fácil de ser montada, principalmente utilizando as diversas tecnologias disponíveis em nuvem. Porém, o maior desafio está nas etapas posteriores, de identificar os dados que trarão a resposta que você precisa. Tais dados podem ser internos, da companhia, ou externos, como de uma rede social. Eles precisarão passar por uma etapa de preparação para que, então, as análises possam ser realizadas. Além da dificuldade que se pode ter em obter e analisar os dados, encontrar profissionais qualificados tem sido um importante desafio. Contar com empresas especializadas em análise de dados pode ser uma excelente saída.
3- Quais dados são mais relevantes em uma campanha de imóveis?
Entender o cliente para melhor direcionar as ações e campanhas de forma mais personalizada e assertiva ao público. Análises e insights sobre dados coletados de diversas fontes como pesquisas, mídias sociais, dados internos e de sistemas que ajudem a identificar segmentos de mercado, como dados demográficos, preferências, interesses e dados mais detalhados da região-alvo. Esses dados e análises ajudarão a melhor direcionar as ações ao público-alvo, permitindo o foco correto dos agentes e corretores e, por consequência, maiores e melhores resultados dessas ações.
4- Qual seu conselho para corretores e imobiliárias para começarem a trabalhar com dados?
Primeiramente, ter em mente que não se trata de algo pontual ou algo dentro da TI. Trabalhar com dados ou tornar as soluções de dados participantes do negócio é algo que muda profundamente a cultura e a forma de trabalho. Saber e entender as possibilidades e resultados que as soluções de dados podem adicionar ao negócio imobiliário, as diversas plataformas que já existem e estão disponíveis para uso e como incorporá-las para melhorar atingir os objetivos de negócio, é fundamental.
Grandes corporações têm condições de investir e construir soluções de dados próprias e robustas fundamentadas em uma estratégia de longo prazo e específicas de cada negócio. Por outro lado, para empresas menores ou que precisam sair do zero mais rapidamente, existem no mercado empresas e startups especializadas em solução de dados e análise para o mercado imobiliário. Entender o que essas empresas já oferecem pode ser um caminho mais fácil e rápido e pode já trazer respostas importantes sobre avaliação de riscos, preços e o mercado de modo geral.
5- Como você vê o futuro da big data aplicado no mercado imobiliário e para quais oportunidades é preciso ficar mais atento?
Sem dúvida soluções de big data podem e já vêm transformando o mercado imobiliário, que é complexo e exige altos investimentos e detalhada avaliação de riscos. O mercado imobiliário é composto de vários atores e cada um pode, de alguma forma, se beneficiar das soluções de dados. Já vemos várias empresas do mercado imobiliário trabalhando fundamentalmente com dados ou pautadas em tecnologia. Vejo que para o mercado imobiliário as soluções de dados já vêm ajudando em diversas fontes e vão avançar ainda mais. Acho que vale citar algumas:
- Melhor avaliação do mercado: fazer uma análise precisa e relevante do mercado imobiliário, trazendo informações relevantes para os diversos atores como investidores, corretores, incorporadoras e compradores. Trazer informações sobre preços, análise de riscos de empréstimos, taxa de ocupação, quando se trata de aluguel, e ciclos de mercado.
- Apoio na decisão: o ciclo de desenvolvimento de um produto imobiliário é longo e ter informações que auxiliam na tomada de decisão é super importante. Entender as tendências de mercado e como otimizar os lucros e investimento imobiliário se torna essencial. Decisões intuitivas passam a ser substituídas por decisões tomadas com base em dados, análises preditivas e métricas fundamentadas.
- Maior eficiência na estratégia de marketing: como falamos anteriormente, estratégias de marketing assertivas e de boa qualidade trazem melhores resultados e, para isso, conhecer o seu público-alvo é fundamental. Soluções de dados auxiliam justamente neste ponto, para análise profunda e ampla de seu público e do mercado.
- Edifícios inteligentes e IoT: indo um pouco mais além e pensando em como soluções de big data podem fazer parte do produto imobiliário, existe uma infinidade de possibilidades quando pensamos em automações inteligentes. Dispositivos conectados e capazes de tomar decisões conforme o perfil do morador, ligando uma luz, ou regulando a temperatura conforme o gosto de cada morador, será o diferencial nos produtos imobiliários.
Raphael Parra, formado em ciência da computação e MBA em Gestão de TI pela FIA. Atualmente, o executivo é Líder em soluções em nuvem, aplicações e dados na SoftwareONE Brasil.
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