O Brasil, pelo 10º ano consecutivo, é o líder do ranking de ataques DDoS, segundo informações divulgadas em outubro de 2023 pela empresa norte-americana de soluções de cibersegurança NETSCOUT. Só no primeiro semestre de 2023, o país sofreu cerca de 328.326 ataques cibernéticos, o equivalente a 41,78% do total de ataques sofridos na América Latina, mostrando um papel importante das empresas que atuam neste setor ao criar políticas e ações para proteger as informações de seus clientes, além de criar treinamentos efetivos para seus colaboradores.
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Embora ainda não tenhamos um dia nacional de proteção de dados, o Brasil registra avanços sobre o tema nos últimos anos. Cada vez mais, os dados pessoais são tratados de diferentes formas e por diversas finalidades – em relações de consumo, no trabalho, nas interações com o poder público, no uso da internet, na utilização de serviços e em diversas situações, e por isso o dia 28 de janeiro marca o Dia Internacional da Proteção de Dados.
A celebração já existe em vários lugares do mundo e começou na Europa, em 2006. A data foi escolhida para homenagear o dia da assinatura do primeiro − e único − tratado internacional sobre o tema, além de conscientizar a sociedade sobre a segurança da informação em diferentes esferas.
Para ajudar a democratizar o tema, especialistas de empresas brasileiras apontam tendências e iniciativas em prevenção de fraudes virtuais, confira:
1) Treine o time com ações lúdicas para promover a cultura de cibersegurança corporativa
Empresas que dependem de tecnologia para conduzir seus negócios armazenam dados sensíveis e mantêm a confidencialidade das informações. Apostar em soluções criativas para treinar o time está em alta em 2024 e ajudam a garantir a segurança das informações e prevenir possíveis fraudes virtuais. Entendendo a necessidade de investir em treinamentos corporativos e boas práticas de segurança da informação para sua equipe, a Funcional Health Tech, por exemplo, é uma empresa pioneira e líder em programas de acesso e adesão e em data driven care no Brasil, e apostou em uma iniciativa por meio da gamificação, realizando constantemente treinamentos lúdicos que com mais de 600 colaboradores para promover a cultura de segurança da informação.
A Hacker Rangers foi a plataforma escolhida para ajudar a healthtech nesta missão que utiliza uma metodologia para criar uma dinâmica competitiva entre os colaboradores de uma maneira desafiadora, criativa e divertida. Só para se ter uma ideia, com a iniciativa, o número de casos de colaboradores da Funcional Health Tech pegos em testes de phishing caiu mais de 50% em 2023, confirmando o sucesso da ação e a atenção dada ao treinamento.
2) IA minimiza prejuízos com fraudes e promove mais segurança
A Inteligência Artificial segue gerando impacto em diferentes áreas do mercado, desenvolvendo ferramentas e produtos, que promovem novas formas de aprendizado e experiência, o que vem contribuindo para o avanço da inovação. Para além disso, a IA está sendo uma poderosa ferramenta para combater fraudes e trazer mais segurança para diferentes processos. Atenta ao cenário, a IARIS, uma startup especializada em aplicações de inteligência artificial, promove mais confiabilidade e segurança por meio de soluções em IA inovadoras, sobretudo para os setores de educação e mobilidade. A empresa desenvolve produtos que auxiliam organizações na certificação de processos para torná-los mais seguros, e conta com duas soluções principais: o EasyProctor, uma ferramenta voltada para o monitoramento de provas e exames on-line. E o EasyInspection, uma plataforma antifraude para auditoria veicular, que traz mais segurança nas inspeções.
“A inteligência artificial nos anos seguintes irá, cada vez mais, transformar a maneira como organizações realizam as análises de dados e processos de negócios. Novas soluções de gerenciamento de dados e informações específicas podem surgir, principalmente voltadas para a segurança e privacidade”, destaca Fábio Falcão, CEO da IARIS.
3) Fortaleça uma cultura de privacidade de dados e prevenção cibernética
A Cielo, empresa referência de meios de pagamentos, tem a segurança como um de seus principais pilares, e aproveita a data para chamar atenção para o direito à privacidade, tema essencial para empresas, instituições governamentais e, principalmente, pessoas.
Em uma pesquisa realizada pela Cielo, foi revelado que 85% lojistas já caíram em algum golpe ou fraude ou conhece alguém que passou pela situação. Todas as pessoas são agentes ativos na proteção de dados – sejam eles nossos ou de terceiros. Na mesma velocidade que avançam as possibilidades no mundo digital, as ameaças também crescem.
Por isso, mais do que garantir que as informações estejam protegidas, precisamos entender a importância, por exemplo, de não compartilhar mais do que o necessário – seja nas redes sociais, num simples e-mail ou em ferramentas coletoras de dados (como é o caso de algumas plataformas de Inteligência Artificial e chatbots). “Mecanismos antifraudes deixaram de ser apenas uma obrigação e se tornaram um diferencial competitivo para os estabelecimentos comerciais. Enquanto a tecnologia avança, a proteção se torna uma batalha constante. Empresas que investem em prevenção têm mais chances de aumentar suas vendas, reduzir perdas e, consequentemente, alcançar resultados mais expressivos”, afirma Marcelo Toniolo, VP Riscos e Compliance.
Assim, a Cielo também conta com soluções antifraudes para evitar ocorrências como, por exemplo, o chargeback, que é a contestação de uma venda feita com cartão de débito ou crédito. Com ferramentas de segurança, a empresa ainda oferece dicas ao estabelecimento sobre as melhores práticas no mercado, aderência às regras da bandeira, monitoria dos índices de chargebacks e comunicação quanto ao excesso, além de equipe para tratar questionamentos e prevenção a fraudes.
4) Empoderamento e monetização de dados na prevenção de fraudes
Desde o final do ano passado, está em tramitação no Congresso o Projeto de Lei Complementar Nº 234/2023, que institui a “Lei Geral de Empoderamento de Dados” e que, dentre as atribuições previstas no texto, destaca-se a possibilidade de monetização dos dados pessoais dos brasileiros. Iniciativas como essas, que contam com apoio do Banco Central, criam mecanismos para empoderar toda a sociedade a respeito dos seus dados, a partir de tecnologias que vão funcionar como agregadores financeiros que reunirão as informações de cada indivíduo em um único lugar, viabilizando além de maior segurança, a possibilidade de ganhos financeiros com a oferta dos dados em transações com as empresas.
“O próprio Open Finance segue essa linha, em que os dados de um CPF não pertencem às instituições financeiras, mas sim a cada pessoa que tem em suas mãos a determinação do seu compartilhamento. Mais recentemente, a Resolução 6 do Bacen com apoio do governo, também está colaborando com essa tendência ao determinar que as instituições compartilhem informações sobre fraudes para que todo o segmento e a sociedade se beneficiem”, explica Danilo Coelho, diretor de Dados da Quod.
Com esses movimentos, somado à evolução do uso da IA, a expectativa é de aumentar a proteção da privacidade e segurança online, já que garante que apenas o indivíduo autorizado tenha acesso aos serviços e informações pertinentes à sua identidade.
5) Use soluções para controle e monitoramento do uso da internet de residências e empresas
A CodeBit, especialista em tecnologia de código e cloud computing sob medida, criou um aplicativo a partir da dor que o CEO da empresa e pai de um menino de 10 anos enfrentava em sua própria casa: a falta de controle, riscos e o impacto da internet. Segundo o CEO da startup, Heitor Cunha, “talvez não tenhamos nos dado conta, mas somos responsáveis pelo tráfego que ocorre em nossa rede. Caso alguém obtenha nosso link e dissemine informações falsas ou cometa algum crime, por exemplo, a responsabilidade sob esses atos também é nossa”.
Chamado de CodeWall, a solução foi desenvolvida na própria empresa que Heitor é fundador e passou a ser oferecida em agosto do ano passado ao mercado para que mais pessoas consigam prover um ambiente virtual mais seguro, gerenciar o tempo e qualidade dos conteúdos que consomem, além de ter um maior controle do tráfego que ocorre na sua rede, não só em residências, mas também em empresas e estabelecimentos. A solução funciona assim: o app permite gerenciar o tempo de internet dos usuários, visualizar e bloquear acessos indesejados, além de registrar o histórico de uso de todos os dispositivos eletrônicos de forma unificada, fornecendo segurança e tranquilidade.
6) Aposte em soluções que utilizam a análise de dados comportamentais em tempo real
À medida que a tecnologia avança, os criminosos encontram novas maneiras de explorá-la para cometer fraudes e roubar dados de empresas e pessoas. As tendências emergentes para 2024 indicam um aumento preocupante nas táticas utilizadas pelos fraudadores, exigindo ações proativas das empresas para proteger os seus negócios e clientes.
Nesse sentido, é de extrema importância que as organizações priorizem a adoção de práticas de segurança rigorosas para reduzir os riscos associados a fraudes. “A implementação de tecnologias desempenha um papel essencial na hora de transformar a experiência do consumidor em algo seguro e simples, de forma que as empresas não percam vendas e clientes por falta de confiança”, opina Thiago Bertachinni, Desenvolvimento de Negócios Sênior da Nethone, empresa de soluções de prevenção de fraudes digitais. Atuando diretamente na prevenção de fraudes digitais junto a empresas, a Nethone oferece soluções que utilizam a análise de dados comportamentais de cada usuário em tempo real, evitando 95,3% das tentativas de fraudes. Com a tecnologia de KYU (Know your user) e IA, os recursos entendem quais são as atitudes suspeitas de determinados usuários, bloqueando a utilização e prevenindo crimes cibernéticos.
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