De acordo com uma nova pesquisa realizada pela Gartner, 80% dos membros de Conselhos de Administração (Non-Executive Directors – NEDs) acreditam que as práticas e estruturas atuais não são adequadas para supervisionar a Inteligência Artificial (IA) de forma eficaz. Apesar dessa preocupação, 91% dos mesmos membros veem a IA não como uma ameaça, mas como uma oportunidade significativa para gerar valor aos acionistas.
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Otimismo com o Potencial da IA
A pesquisa, que faz parte da 2025 Gartner Board of Directors Survey, revela um otimismo considerável dos Conselhos em relação à IA, até mais do que os CEOs, CIOs e outros executivos, segundo Daniel Sanchez Reina, Vice-Presidente e Analista do Gartner. “Os Conselhos de Administração estão mais otimistas do que as lideranças executivas quanto ao potencial da IA, mas reconhecem a falta de preparação para supervisionar esse avanço tecnológico”, afirma Reina.
A falta de experiência digital é uma das principais barreiras apontadas, com a maioria dos diretores não sendo nativos digitais e possuindo pouca formação tecnológica. “Até recentemente, tópicos de tecnologia não ocupavam uma parte significativa das agendas dos Conselhos. Porém, o risco cibernético e a IA estão mudando essa realidade”, completa Reina.
Preocupações com Riscos Cibernéticos
Além da Inteligência Artificial, os Conselhos também demonstram preocupação com os riscos cibernéticos, com 93% dos respondentes considerando-os uma ameaça significativa ao valor dos acionistas. Embora reconheçam a importância de supervisionar esses riscos, 67% dos membros afirmam que as estruturas atuais não são adequadas para lidar com as ameaças cibernéticas em constante evolução.
Ainda assim, a maioria dos diretores não executivos (58%) está disposta a assumir mais riscos tecnológicos, uma vez que compreendem o impacto da tecnologia na criação de valor para a empresa. “Há um interesse crescente em adotar novas tecnologias para impulsionar os negócios e aumentar os lucros dos acionistas”, afirma Tina Nunno, Vice-Presidente e Analista do Gartner.
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Investimentos em Tecnologia: O Caminho para Gerar Valor
A pesquisa também destacou que os Conselhos estão cada vez mais focados em investimentos tecnológicos como uma maneira de gerar valor aos acionistas. Quando questionados sobre os principais investimentos para os próximos dois anos, 63% dos diretores listaram a IA como uma das principais áreas de investimento. Outras tecnologias além da IA também são uma prioridade para 57% dos respondentes, enquanto 39% indicam os investimentos em segurança cibernética como cruciais.
“Os Conselhos de Administração estão agora mais envolvidos no entendimento das oportunidades trazidas pela IA, buscando usar a tecnologia para aumentar a eficiência e criar novas fontes de receita”, afirmou Nunno.
Mudanças no Perfil dos Conselhos e CEOs
A pesquisa também revelou que os Conselhos planejam mudar suas estruturas para garantir que a supervisão tecnológica seja mais eficaz. 77% dos diretores afirmaram que precisam recrutar mais membros com expertise em tecnologia nos próximos 12 meses. Além disso, 72% consideram necessário trazer mais especialistas em riscos cibernéticos para suas equipes. A expertise tecnológica do próximo CEO também será um critério importante no processo de sucessão, com 53% dos Conselhos destacando esse fator.
“A disposição dos Conselhos em realizar mudanças estruturais e ajustar o perfil de seus CEOs e diretores demonstra que a tecnologia será um fator central para gerar valor aos acionistas nos próximos anos”, afirma Nunno. Em 2025, é esperado que os Conselhos busquem maior interação com CIOs e CISOs para entender os riscos e oportunidades tecnológicas, com um foco maior nas implicações financeiras dessas inovações.
Comunicação Eficaz com o Conselho
Outro ponto importante destacado na pesquisa foi a necessidade de ajustar a forma como os CIOs e CISOs se comunicam com os Conselhos. Embora esses profissionais possuam conhecimento técnico vital, os diretores não executivos preferem relatórios que mostrem o impacto financeiro e os riscos associados às tecnologias, para que possam tomar decisões mais informadas.
“A comunicação eficaz é essencial para que as preocupações com IA e segurança cibernética sejam bem compreendidas”, conclui Nunno.
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