Em um mundo cada vez mais digital, a expansão de tecnologias como a inteligência artificial, a Internet das Coisas (IoT) e os serviços em nuvem vem transformando os data centers em pilares essenciais para a economia global. Porém, esse avanço também destaca um desafio crítico: o consumo energético massivo. À medida que os data centers se tornam o coração pulsante da infraestrutura digital, sua busca por eficiência energética e práticas sustentáveis ocupa o centro das atenções.
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De acordo com a consultoria Oliver Wyman, a demanda global por energia para data centers deve crescer 16% ao ano até 2026. Essa projeção revela a magnitude do impacto da transformação digital sobre os recursos energéticos, tornando a sustentabilidade um tema urgente para o setor. No Brasil, o crescimento é igualmente expressivo. A receita do mercado de data centers, estimada em US$ 1,3 bilhão em 2023, deverá atingir US$ 1,9 bilhão até 2027, reforçando o papel estratégico do país no cenário global da economia digital.
Para enfrentar esses desafios, o setor de data centers vem investindo em uma combinação de inovações tecnológicas e estratégias sustentáveis. Um dos principais focos tem sido a transição para fontes de energia renováveis, como solar e eólica, em um esforço para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Além disso, avanços em sistemas de resfriamento estão ajudando a mitigar um dos maiores vilões do consumo energético: a refrigeração. Tecnologias como o resfriamento líquido e o uso de inteligência artificial para monitoramento térmico estão se tornando padrões na busca por eficiência.
Outro aspecto relevante é o desenvolvimento de arquiteturas de servidores mais eficientes. Equipamentos mais modernos oferecem maior capacidade de processamento com menor consumo energético, alinhando desempenho técnico à responsabilidade ambiental. Em paralelo, algumas instalações estão adotando práticas de reaproveitamento energético, utilizando o calor gerado pelos servidores para aquecer outros espaços ou mesmo gerar eletricidade.
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A sustentabilidade não se limita às operações internas dos data centers. Certificações ambientais, como o selo LEED e a norma ISO 50001, têm se consolidado como um padrão de qualidade, incentivando práticas mais responsáveis na construção e operação dessas instalações. Enquanto isso, a adoção de tecnologias como inteligência artificial e big data está transformando a gestão energética, permitindo ajustes em tempo real e reduzindo desperdícios de maneira significativa.
Uma tendência emergente que também contribui para a eficiência energética é a computação em borda (edge computing). Essa tecnologia descentraliza o processamento de dados, aproximando-o dos usuários finais e diminuindo a necessidade de transporte de grandes volumes de informação para data centers centralizados. O resultado é uma operação mais ágil e econômica, com menor impacto ambiental.
Embora os desafios sejam complexos, o futuro dos data centers caminha lado a lado com a sustentabilidade. O crescimento acelerado da demanda digital exige que o setor equilibre a expansão econômica com responsabilidade ambiental. À medida que tecnologias avançadas e estratégias inovadoras continuam a evoluir, os data centers têm a oportunidade de se consolidar como exemplos de eficiência energética e pioneirismo na preservação dos recursos naturais.
O Brasil, com seu potencial de crescimento expressivo e posição estratégica no mercado global, está bem posicionado para liderar esse movimento. A combinação de investimentos em inovação e uma visão sustentável será essencial para garantir que o país continue a desempenhar um papel relevante na economia digital, sem abrir mão da preservação ambiental que o futuro exige.
*Por Severino Sanches, CEO da Agora Distribuidora.
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Redação tecflow
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