A Dataprev anunciou nesta sexta-feira, 17 de abril, a demissão de 92 funcionários, provocando forte reação entre entidades representativas e sindicatos ligados à empresa pública de tecnologia da informação. A justificativa da estatal é que as demissões fazem parte de um processo de renovação do quadro funcional, com a previsão de contratação de 122 novos profissionais mais alinhados aos Pilares Tecnológicos do Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI).
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Segundo a Dataprev, a decisão busca ampliar a capacidade operacional, consolidar tecnologias e processos estratégicos, e fomentar a inovação, integração e interoperabilidade. A empresa informou ainda que a medida tem como objetivo a redução do número de empregados em cargos de nível médio — como o de Assistente de Tecnologia da Informação —, abrindo espaço para contratações em cargos de nível superior, como Analista de Tecnologia da Informação e Analista de Processamento.
Além disso, a estatal destacou que a decisão também está alinhada à estratégia de controle de despesas. “As demissões representam 2,9% do quadro total de empregados e contribuirão, a médio prazo, para a diminuição das despesas com pessoal, que ao final de 2024 superaram 44% da receita operacional líquida”, afirmou em nota. A empresa citou ainda a necessidade de maior autonomia na gestão de pessoas, respaldada pelo artigo 5º da Resolução CGPAR.
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Apesar das justificativas, a medida causou forte repercussão, especialmente pelo momento escolhido — às vésperas de um feriado prolongado. A Associação Nacional dos Empregados da Dataprev (Aned) divulgou uma nota oficial repudiando as demissões e criticando duramente a direção da empresa.
Para a Aned, a ação da estatal contraria os esforços do governo federal no combate ao desemprego e na promoção da inclusão social. “Essas ações afetam não apenas aqueles diretamente envolvidos, mas também a todos os demais empregados. A atitude da direção da empresa vai na contramão dos esforços da sociedade e do Governo de enfrentamento do desemprego, de recuperação da renda e da efetividade das políticas sociais públicas em favor dos cidadãos em situação de vulnerabilidade social e econômica”, diz o comunicado.
A entidade também questiona a lógica da decisão. “Se na análise que levou a esta lista de dispensa não foi apontada falha gerencial, que inclui a alta direção, para a melhoria da produtividade e entrega de resultados, somos levados a crer que foi mais cômodo penalizar mais uma vez o lado mais fraco. Quem faz diagnóstico errado, usa remédio errado.”
Sindicatos também se manifestaram publicamente. O Sindpd/Rio classificou as demissões como inadmissíveis em uma gestão pública sob um governo eleito com apoio da classe trabalhadora. “Não é possível acreditar que um governo chefiado por um trabalhador, ex-sindicalista, comprometido com a classe trabalhadora, permita que esse tipo de política de gestão que hoje está instalada na Dataprev faça vítimas com demissões imotivadas”, publicou a entidade.
A crise entre a direção da Dataprev e os trabalhadores ainda deve render novos capítulos, já que a pressão por explicações e reversão das demissões cresce entre os empregados, suas associações e entidades sindicais.
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