SAP recua em metas de diversidade para manter contratos nos EUA

A SAP, gigante alemã de software corporativo, deu um passo atrás em sua política global de diversidade e inclusão. De maneira discreta, a empresa eliminou metas concretas de representatividade feminina e reestruturou áreas internas voltadas à inclusão. A decisão, revelada pelo jornal alemão Handelsblatt, visa preservar contratos estratégicos com o governo dos Estados Unidos.

Segundo o veículo, a SAP desistiu oficialmente da meta de ter 40% de mulheres entre os funcionários e também aboliu a exigência de inclusão feminina em cargos de liderança como critério para bonificação de executivos. Em seu lugar, a empresa adotará o mais genérico “Business Health Culture Index”, um índice baseado no bem-estar geral dos funcionários.

O setor de “Diversidade e Inclusão” também deixará de existir como unidade autônoma e será incorporado ao departamento de “Responsabilidade Social Corporativa” — uma mudança que reduz a visibilidade do tema dentro da estrutura global da companhia.

Nos Estados Unidos, a SAP eliminou a política de cotas para mulheres em posições de liderança. As mudanças foram comunicadas internamente aos funcionários, que receberam um e-mail afirmando que uma “força de trabalho diversificada” segue sendo um valor importante, mas que a empresa precisa se adaptar a “mudanças externas, como desenvolvimentos legais atuais”.

O pano de fundo é político. Um dos primeiros atos do ex-presidente Donald Trump, ainda em seu mandato anterior, foi barrar políticas de diversidade dentro da administração pública. A medida teve efeitos cascata sobre as grandes empresas do setor de tecnologia, que começaram a revisar suas estratégias para manter contratos federais. Facebook e Amazon foram algumas das que anteciparam mudanças antes mesmo da posse. A SAP, por sua vez, optou por um caminho mais discreto — mas não escapou do vazamento da nova diretriz.

Reflexos no Brasil

Ainda não está claro como essas decisões vão impactar a operação da SAP no Brasil. Por aqui, a empresa havia registrado avanços significativos. Em 2022, por exemplo, superou a meta global de 30% de mulheres em cargos de liderança, atingindo 31,1%.

Até 2030, o plano da companhia era chegar à paridade de gênero na liderança. O quadro total da SAP no país conta com cerca de 1.200 funcionários, dos quais 39% são mulheres, segundo informações oficiais.

Historicamente, o Brasil teve protagonismo na agenda de diversidade da SAP. Cristina Palmaka foi a primeira mulher a liderar a operação no país, assumindo em 2013. Em 2021, foi sucedida por Adriana Aroulho. Já em março de 2025, um homem voltou a comandar a operação local: Rui Botelho, ex-country manager da SAP no México.

Com a mudança na matriz, fica a expectativa sobre quais metas de inclusão permanecerão válidas na subsidiária brasileira — e se os avanços conquistados até aqui serão mantidos ou revistos.

Faça como os mais de 10.000 leitores do tecflow, clique no sino azul e tenha nossas notícias em primeira mão! Confira as melhores ofertas de celulares na loja parceira do tecflow.

Redação tecflow

Tecflow é um website focado em notícias sobre tecnologia com resenhas, artigos, tutoriais, podcasts, vídeos sobre tech, eletrônicos de consumo e mercado B2B.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.

Mais acessados

Dicas e Tutoriais

SmartPhones & Tablets

Mercado & Tecnologia

Consoles e Games

Ciência & Espaço

Eventos

Quem Somos

Tecflow é um website focado em notícias sobre tecnologia com resenhas, artigos, tutoriais, podcasts, vídeos sobre tech, eletrônicos de consumo e mercado B2B.

Siga Tecflow em:

Parceiro Autthentic

error: Content is protected !!