*Por Eric Hutto
O futuro dos negócios não deverá ser marcado por prédios, escritórios ou equipamentos. Em vez disso, o conhecimento ocupará um lugar essencial. Não me refiro apenas a tecnologias, como inteligência artificial etc. Me refiro ao conhecimento, que está completamente ligado a pessoas. Muitas organizações dizem que seus profissionais são essenciais, mas onde estão as provas disso?
Os ambientes corporativos estão repletos de falta de equidade e preconceitos, ou seja, grandes problemas. Depois de anos de repressão às comunidades negras, mulheres e outras minorias, os problemas persistem. A questão é: por que nos últimos 50 anos houve tão pouco progresso em levar essas questões a um patamar sustentável?
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Trata-se de uma combinação de fatores, muitos dos quais eu enquadro na categoria de permafrost, ou estruturas e comportamentos herdados e que mantêm as pessoas presas na mesma maneira de fazer as coisas.
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Para se livrar desse eterno ciclo que impede o avanço das políticas de diversidade, equidade e inclusão, destaco cinco diretrizes corporativas efetivas:
1- Comprometa-se com a causa
Minha empresa acaba de contratar uma nova líder de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão). Quando nos conhecemos, perguntei a ela: por que não podemos fazer isso direito? Quão difícil isso pode ser? A humanidade já enviou pessoas ao espaço e colocou um robô em Marte para tirar fotos e coletar amostras de solo. Por que não podemos resolver o problema da diversidade e inclusão, que está bem aqui na nossa frente?
2- Faça ajustes conforme necessário
Relatórios indicam que as mulheres devem trabalhar cerca de 448 dias para ganhar o mesmo que os homens ganham em 365 dias. O relatório Racism and Economics, do Institute for Economic Policy, revelou que o salário médio por hora dos trabalhadores negros em 2019 era 26,5% menor do que o dos trabalhadores brancos.
Isso mostra que os líderes devem fazer mais do que apenas falar sobre DEI. Eles precisam agir. É necessário revisar os salários de todas as minorias em sua equipe e compará-los aos de seus pares. Faça os ajustes necessários imediatamente para iniciar a atualização do projeto. Coloque todas as pessoas em pé de igualdade.
3- Ofereça oportunidades iguais e visibilidade
Os líderes devem reconhecer quando os funcionários estão prontos para uma nova posição. Eles precisam gerar oportunidades aos seus times. Para isso, é preciso que os profissionais tenham visibilidade.
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Às vezes, parece que as empresas propositalmente tornam difícil para os funcionários conseguir uma posição para que assim a escolha pelo profissional seja arbitrária. Considere o uso de uma plataforma para compartilhar oportunidades com todos os funcionários, aumentando a visibilidade de oportunidades e diminuindo o preconceito existente em estruturas e mentalidades. Ou seja, apresente as oportunidades aos colaboradores ao invés de obrigá-los a pesquisar.
4- Seja transparente e responsável
Transparência e responsabilidade também são essenciais. Afirmar que está fazendo algo é diferente mostrar que está obtendo resultados.
Mas não se pode responsabilizar as pessoas se não se sabe como elas fazem suas tarefas. Por que não revisar as listas de candidatos e anotar porque os gerentes de RH e líderes de equipe decidiram ou se recusaram a contratar ou promover alguém? Isso ajudará a entender melhor se o processo de promoção e seleção é justo e equitativo.
À medida que o valor das empresas passa de ativos tangíveis para intangíveis, como pessoas e conhecimento, há um movimento em direção a uma maior responsabilidade em relação ao capital humano. A Securities and Exchange Commission, por exemplo, está pedindo que empresas públicas divulguem mais detalhes sobre suas métricas de capital humano.
5- Recompense talentos que tenham iniciativa
Pessoas que passaram anos com a porta da oportunidade fechada não podem simplesmente bater à porta. Elas precisam ser encorajadas a derrubá-la.
Uma empresa pode ver isso de um ângulo de retenção de talentos, mas não se trata apenas disso. O princípio orientador aqui é ter uma mente aberta em relação a estrutura organizacional. Assim é possível permitir que talentos apareçam, tragam ideias e tenham condições de obter sucesso.
Pessoas talentosas e altamente qualificadas não deveriam ter de passar por grandes burocracias para conseguir trabalhar. Elas devem ser vistas e ouvidas. É assim que se enfrenta o desafio de DEI e que inclusive se colhe seus benefícios financeiros. Se você focar no “E” (equidade) e no “I” (inclusão), certamente se sairá bem com o “D” (diversidade).
*Eric Hutto é Presidente e Diretor de Operações da Unisys
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Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.