*Por Rodrigo Catani
Para muitas empresas e consumidores, a transformação digital se materializou na forma de um aplicativo (APP), facilmente instalado nos smartphones. Para os bancos, por exemplo foi uma migração natural, um passo adiante após a disseminação do “internet banking”. Para algumas empresas de tecnologia, como por exemplo as soluções de mobilidade e de entrega de alimentos, o app é o principal (para não dizer o único) meio de transação e de relacionamento com os usuários e com fornecedores e parceiros. Mas e quanto aos apps de e-commerce? É realmente relevante ter mais este canal de vendas e de comunicação?
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Analisando os dados, verificamos que nos últimos anos houve um “boom” de criação de apps de todo tipo de comércio digital, quase todos os players querem ter um app para chamar de “seu”. Segundo recente estudo*, o Brasil foi o país com maior número de instalações de aplicativos de comércio eletrônico desde o início da pandemia. Via Android, o Brasil representou 19% de todos os “downloads” de apps de e-commerce no mundo todo e via IOS (iphones) esse número chegou a 9%, ficando atrás apenas dos EUA. É fato que o brasileiro tem ótima aceitação ao uso de apps, facilitado também pelo alto tempo de uso do celular, algo como 5,5 horas por dia, recorde mundial.
Alguns pontos importantes para reflexão. O primeiro diz respeito à taxa de desinstalação dos apps. Este índice no Brasil é bem alto, onde a cada 100 apps baixados, 53 foram excluídos em até 30 dias. Isso é extremante importante, pois as empresas têm aumentado exponencialmente os investimentos em Marketing para incentivar os consumidores a instalarem seus apps. Como este valor já está próximo a USD 3.00 por download, reforça a necessidade de medição da efetividade deste investimento. O segundo ponto é, uma coisa é instalar o app, outra é usá-lo com alguma regularidade. Estudos também comprovam que o tempo e frequência de acessos ao app está fortemente correlacionado à taxa de conversão de vendas concluídas diretamente pelo aplicativo.
Análises mostram que a efetividade dos apps é mais alta quando há dois fatores presentes: um programa de fidelidade efetivo e conteúdo relevante para o usuário. Um programa de fidelidade bem estruturado que traga benefícios e vantagens reais aos consumidores, como por exemplo produtos customizados, promoções direcionadas, fretes grátis, lançamentos antecipados, acesso a eventos exclusivos, entre outros é um fator que incentiva as pessoas a acessarem o app com mais recorrência e consequentemente comprarem mais. A outra questão é a relevância do conteúdo.
O app não deve ser apenas uma réplica do site de comércio eletrônico. Em um app há a real possibilidade de interação com o usuário, o que faz com que ele seja “vivo”, dinâmico. Como exemplo, alguns apps de marcas esportivas conectam o usuário a corridas, treinos em academias, a provas esportivas, geram parcerias com eventos e trazem informação relevante para o usuário, fechando um ciclo virtuoso. Marcas de produtos alimentares trazem cursos de culinária, receitas exclusivas postadas por chefs ou pelos próprios usuários, ingredientes exclusivos, gerando o interesse em acessar o app para saber o que há de novidade e a possibilidade de adquirir os produtos em parceria com algum varejista.
Considerando os aspectos abordados, concluímos que um app não deve ser visto tão somente como um canal de vendas, mas sim como um canal de relacionamento que precisa ser bem concebido, administrado e que precisa estar conectado ao DNA da marca e à sua estratégia digital para que, de fato, faça sentido para o consumidor e gere os resultados esperados para o seller!
*Por Rodrigo Catani, head de potencializar vendas da AGR Consultores
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Redação tecflow
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