
Quando o assunto é gestão de empresas, a governança top-down costuma vir à mente. Neste formato, que ficou em evidência no mercado durante muitos anos, os executivos do topo da estrutura hierárquica enviam diretrizes para a base. No entanto, o amadurecimento do ambiente corporativo mostrou cada vez mais os benefícios de um gerenciamento horizontal. Ou seja, a hierarquia fica de lado para dar voz a toda equipe nos momentos de tomadas de decisões. Assim, iniciativas de cultura organizacional tais como o Programa Partnership ganham espaço.
- Siga o tecflow no Google News!
- Participe do nosso grupo no Telegram ou Whatsapp2!
- Confira nossos stories no Instagram e veja notícias como essa!
- Siga o tecflow no Google Podcast e Spotify Podcast para ouvir nosso conteúdo!
- Anuncie conosco aqui.
“Não há nenhum outro sistema mais eficiente do que o partnership para gerar o sentimento de dono nos colaboradores. O termo, que significa parceria em tradução livre, ocorre quando os funcionários se tornam sócios das empresas onde trabalham. Grandes players como BTG Pactual, Ambev e XP Investimentos enxergam nesse modelo de gestão uma oportunidade de criar um crescimento sustentável na organização, visto que o time se engaja mais pela marca na intenção de que ela prospere e ele faça ainda mais parte do negócio”, diz Daniel Abbud, sócio-fundador e CEO da 7Stars Ventures, holding de investimentos em startups em estágio inicial.
O executivo ainda afirma que por conta da crescente profissionalização do ecossistema de inovação, o partnership não é mais uma iniciativa exclusiva das grandes empresas.
“Atualmente, é possível implantar o modelo de gestão nas startups como uma forma de garantir um maior nível de engajamento dos colaboradores, atração e retenção de talentos e o estabelecimento de uma cultura sólida”, pontua Abbud, que já auxiliou a implementar esse sistema em duas startups investidas.
Resultado da iniciativa em duas startups do setor de fintechs

Recentemente, a Quero 2 Pay, fintech de meios de pagamentos por maquininhas de cartão, transformou 11 colaboradores em sócios. “Para esta primeira nomeação de partnership, além de fit cultural, levamos em consideração a evolução profissional e a produtividade. Desta maneira, a maioria dos escolhidos são funcionários que estão conosco desde o início”, afirma Jakson Majon, head de Recursos Humanos da Quero 2 Pay.
Já a Dryve, fintech com foco em financiamento virtual de automóveis, chegou a nomear 15 colaboradores.
“O programa de partnership é fundamental para disseminar a cultura de empreendedorismo entre as pessoas. Não pensar na jornada dentro da empresa como um ‘emprego’ e sim como uma carreira empreendedora onde a sua contribuição tem muito peso na construção de algo muito relevante para o mercado. Essa iniciativa reflete esse tipo de visão e de atitude, pois faz com que essa pessoa possa ter um pedaço do que ajudou a construir e colher os frutos disso lá na frente, quando o negócio conquistar seu espaço de destaque”, explica Pedro Gandra, CPO e sócio-fundador da Dryve.
Para alcançar esses resultados, as startups dividem o processo de partnership em quatro etapas: seleção, análise de histórico, entrevistas com os altos executivos e feedback da área de Recursos Humanos.
“Além da participação nos lucros, os nomeados também vão participar das reuniões decisivas do conselho, o que nos pede uma avaliação bem criteriosa”, reforça Abbud, que pretende ampliar esse modelo de gestão nas demais investidas da holding.
Faça como os mais de 4.000 leitores do tecflow, clique no sino azul e tenha nossas notícias em primeira mão!
Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.