
Os carros elétricos estão conquistando o mundo. Mas muitos compradores ainda estão desanimados por sua autonomia limitada quando comparados com carros movidos a gasolina. Um levantamento da AXA Suíça mostra que os motoristas de carros elétricos causam 50% mais colisões com danos em seus próprios veículos do que os motores de combustão convencionais.
- Siga o tecflow no Google News!
- Participe do nosso grupo no Telegram ou Whatsapp!
- Confira nossos stories no Instagram e veja notícias como essa!
- Siga o tecflow no Google Podcast e Spotify Podcast para ouvir nosso conteúdo!
- Anuncie conosco aqui.
A empresa atribuiu o maior dano de colisões ao que chamou de “efeito overtapping” que faz com que os carros elétricos acelerem muito mais rápido do que seus equivalentes convencionais usando a mesma quantidade de força no pedal de aceleração. O “efeito de sobreposição” é “provavelmente o motivo do aumento da frequência de sinistros para carros elétricos de alto desempenho”, acrescentou a empresa.
“A maioria dos carros elétricos, especialmente os potentes, tem um torque muito alto, que é imediatamente perceptível ao pisar no pedal de força. Isso pode resultar em aceleração indesejada e irregular, que o motorista não pode mais controlar”, disse Michael Pfäffli, chefe de pesquisa de acidentes da AXA Suíça.
Os pesquisadores também concluiram que os ocupantes de ambos os carros estariam a salvo de lesões porque “os dois compartimentos de passageiros permanecem intactos” e “os ocupantes de ambos os veículos estão bem protegidos. Mas torna-se problemático para os ocupantes em modelos mais antigos.”

O resumo do teste de colisão nem sequer mencionou os pedestres, que correm maior risco de morte por veículos mais pesados, como muitos estudos mostraram. As autoridades dos EUA apontaram em 2019 que carros maiores são, obviamente, mais seguros para seus ocupantes.
Carros cada vez mais pesados
“Comparados aos carros construídos em 2000, que pesavam em média 1.338 kg, os carros mais novos são cerca de 25% mais pesados”, disse a empresa. “Os pesquisadores de acidentes da AXA supõem que o peso médio de um veículo novo será tão pesado em alguns anos devido à operação da bateria.”
As descobertas, no entanto, não levaram a seguradora a ser cautelosa em cobrir a próxima geração de Tesla, Bolt ou outros proprietários de carros eletrônicos, mas queriam acenar uma bandeira de alerta.
“O triunfo da eletromobilidade não pode mais ser interrompido. Isso não é apenas bom para o meio ambiente, mas também torna a condução divertida”, disse Nils Reich, diretor de seguro de propriedade da AXA na Alemanha. “No entanto, nós, seguradoras e nossos clientes, também temos que gerenciar novos riscos: carros elétricos … muitas vezes podem levar a sinistros individuais mais caros.”
Isso certamente não está impedindo a América de iniciar um esforço maciço para eletrificar a frota de veículos, apesar dos aspectos negativos dos carros eletrônicos, como a demanda por minerais que são frequentemente extraídos de maneira insustentável ou exploradora, o uso indevido do espaço público, sua contribuição para mais dirigindo, seu peso levando a mais mortes nas estradas e como, pelo menos temporariamente, mais carros elétricos permitirão que os fabricantes de automóveis também vendam mais bebedores de gasolina.
Opção limpa e mais econômica de transporte
Em 2021, os veículos elétricos (VE) e híbridos dobraram as vendas na comparação com o ano anterior, alcançando 6,6 milhões de novas unidades em circulação (9% das transações) no mundo, segundo análise da Internacional Energy Agency (IEA). No Brasil, 35 mil foram emplacados durante o ano. Mesmo que de forma tímida, os brasileiros também têm aberto espaço para essa expansão de mercado. Levantamento da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), mostrou que até o final de julho deste ano, a frota eletrificada do país superou a marca de 100 mil.
A tendência, segundo especialistas, é que o uso desses modelos se massifique cada vez mais. Os VEs são uma opção de transporte que tem menor impacto ao meio ambiente em comparação aos veículos tradicionais e têm menor custo de manutenção e rodagem, principalmente com alta do preço do petróleo no mundo todo. Aliás, uma das principais vantagens do carro elétrico é que ele elimina os gastos com combustíveis.
O motor é alimentado por bateria, recarregada por energia elétrica, o que pode ser feito na própria casa. A economia para rodar é bastante expressiva, mais ainda se for utilizado um gerador fotovoltaico, conforme destaca Thomas H. Knoch, CEO da Solar Vale, de Santa Catarina.

“Além de ajudar a preservar o meio-ambiente, a energia solar pode gerar até 95% de economia na conta de energia elétrica. O que significa que quem tem um gerador solar fotovoltaico acaba quase eliminando o custo para recarregar seu carro”, explica Knoch.
O CEO destaca que a junção da utilização dos VEs com energias renováveis, além de gerar economia, representa um grande avanço no cuidado com as questões ambientais.
“O mercado de carros elétricos vem despontando como uma solução limpa e econômica no mercado de mobilidade. Ao mesmo tempo em que o setor de energias renováveis também tem crescido no Brasil, que já está entre os 20 países com maior capacidade instalada de energia solar do mundo. O caminho para um futuro mais sustentável é apostar em tecnologias que agridam menos o meio ambiente” pontua.
Além de serem uma opção de transporte mais limpa, terem baixo custo de manutenção e não gerar custo com combustíveis, os carros elétricos ainda são silenciosos e sofrem menos desvalorização.
Os principais fatores que podem ser tidos como negativos são o valor elevado e a infraestrutura de carregamento. Ainda assim, é preciso pontuar que existe uma boa variedade de modelos e preços à disposição do consumidor. No Brasil, os veículos elétricos custam a partir de R$ 150 mil. Quanto à distribuição de pontos com carregadores, públicos ou pagos, esses já podem ser encontrados em shoppings, supermercados, estacionamentos e até em edifícios comerciais e residenciais.
Faça como os mais de 4.000 leitores do tecflow, clique no sino azul e tenha nossas notícias em primeira mão!
Marciel
Formado em jornalismo, o editor atua há mais de 10 anos cobrindo notícias referente ao mercado B2B. Porém, apesar de toda a Transformação Digital, ainda prefere ouvir música em disco de vinil.