*Por Stephanie Peart
Entramos na “Era dos Serviços”, movimento no qual muitas empresas deixam de apenas fabricar ou vender produtos para tornarem-se prestadoras de serviço com modelos de negócio por assinatura.
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Essa tendência é impulsionada pela crescente demanda dos clientes — pessoas físicas e jurídicas — por flexibilidade, conveniência e pagamento facilitado. Para além disso, os impactos da economia dos serviços no longo prazo podem trazer benefícios transformadores para o planeta no que diz respeito ao consumo consciente.
Não é difícil de entender por que assinar pode ser mais sustentável que comprar. Telefones celulares, por exemplo, são trocados a cada dois anos no Brasil, apesar de muitos durarem cinco anos ou mais. Milhões de aparelhos acabam parados em gavetas ou descartados no meio ambiente.
Com serviços de assinatura um smartphone que já não serve para uma pessoa pode ser reformado e disponibilizado para outra, ganhando nova vida. Essa lógica vale para carros, eletrodomésticos, maquinário e qualquer outro bem durável que possa ser assinado. A logística circular, no entanto, é apenas o começo da mudança de paradigma.
Seja a obsolescência programada, planejada ou apenas percebida, a verdade é que as empresas hoje dependem de que os produtos sejam vistos como ultrapassados para impulsionar vendas e manter a roda girando. Não é economicamente interessante criar produtos que durem como as geladeiras de antigamente.
Por outro lado, cada vez mais fabricantes tornam-se prestadores de serviços. Brastemp com assinatura de purificadores de água, HP alugando impressoras para empresas, Renault e outras montadoras oferecendo assinatura de automóveis são apenas alguns exemplos concretos desse movimento no Brasil.
Na medida em que cada vez mais produtos tornam-se serviços, ninguém mais tem interesse em ciclos curtos de vida. Passa a ser do interesse dos próprios fabricantes que seus produtos sejam duráveis, reparáveis e recicláveis, como disse a dinamarquesa Ida Auken no World Economic Forum de 2016. O jogo tende a virar.
Na era dos serviços, empresas ganham com receita previsível recorrente, fidelização e ampliação de sua oferta com serviços agregados. A diferenciação para o consumidor passa a acontecer por meio da implementação de melhorias contínuas e da qualidade do serviço prestado. Nessa nova era, vence a empresa que melhor resolve o problema. E, com isso, só temos a ganhar. Eu, você e o planeta.
*Stephanie Peart é empreendedora e Head da Leapfone, startup do segmento de Phone as a Service, que permite que mais brasileiros tenham acesso a smartphones poderosos por meio de assinaturas de aparelhos novos e como novos.
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Redação tecflow
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