*Por Romulo Cioffi,
A pandemia de covid-19 foi ruim, não há dúvidas. Foram mais de 660 mil mortes de brasileiros ao longo dos últimos dois anos. Mas certamente o cenário poderia ser pior se não fosse a existência de toda a infraestrutura da internet que temos à disposição atualmente. Graças a ela, conseguimos manter a nossa vida da melhor forma. Foi possível se alimentar, trabalhar, aprender e se divertir graças aos canais digitais.
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Já pensou como seria o distanciamento social sem a Netflix ou as lojas virtuais? Pois é! Mas essa caminhada está só começando e vai passar pela estrada do 5G. O destino? A completa transformação digital de empresas e pessoas.
A metáfora de rodovia é totalmente válida nesse contexto. A tecnologia 5G, que promete chegar ao mercado brasileiro nas capitais estaduais a partir do segundo semestre de 2022, nada mais é do que uma evolução do que observamos ao longo das últimas duas décadas.
Os mais novos podem até não se lembrar, mas quando houve o boom da telefonia celular, na virada dos anos 1990 para 2000, vivíamos a segunda geração da internet, o 2G, muito focado apenas na voz. O 3G nos permitiu ter dados e as empresas passaram a adotar soluções digitais. Mas foi somente com o 4G que aumentamos essa estrada, com a integração de todas as mídias e o surgimento dos streams.
Foi somente aqui que a expressão “transformação digital” passou a ganhar corpo na estratégia das organizações. Mas o que dizer do 5G, que vai alargar essa estrada de uma forma jamais imaginada? A promessa é uma conexão 100 vezes mais veloz do que o 4G e com um tempo de latência (aquele delay entre a ação e resposta) de um milissegundo.
O que isso significa na prática? Imagine um hospital que precisa compartilhar resultados de exames com profissionais em outros estados. Esses médicos no interior do país podem acessar com precisão e em tempo real as imagens e ajudar no diagnóstico de doenças. Outros serviços podem operar remotamente, ou pelo menos, de forma híbrida. Até porque uma das obrigatoriedades das empresas vencedoras do leilão de espectro do 5G é justamente ampliar a cobertura de conexão em regiões mais afastadas.
A transformação digital vai ser completa por combinar esses dois fatores: a velocidade na conexão com a amplitude territorial, promovendo uma integração, de fato, em todo o país. Até porque as aplicações que podem ser desenvolvidas a partir desse novo cenário são inúmeras.
As possibilidades vão desde cidades inteligentes, com uso eficiente da iluminação, gestão de semáforos, câmeras de segurança, etc., até nossos eletrodomésticos, graças ao conceito da Internet das Coisas – IoT. Destaque especial para as oportunidades no agronegócio, setor de impacto na economia brasileira, e que pode revolucionar a gestão de sua produção com conexões nas máquinas e nas análises de dados.
Isso explica, portanto, porque mais da metade (56%) das empresas brasileiras já incluíram o 5G em seus planejamentos estratégicos mesmo antes da chegada ao país, sendo que 52% dos executivos admitiram que possuem conhecimentos apenas intermediários sobre o tema. Mesmo assim, sete em cada dez organizações (71%) esperam utilizar essa tecnologia até 2027. Os dados são de uma pesquisa conduzida pela KPMG Brasil. Ou seja, os empresários estão ansiosos e buscam se informar sobre o assunto para aproveitarem os recursos assim que estiverem disponíveis.
Como se vê, a estrada que levará o Brasil para a transformação digital já está trilhada. O 5G é o caminho que faltava para que a iniciativa privada, a sociedade civil e o poder público pudessem digitalizar por completo seus processos. Ao longo das últimas décadas, nos acostumamos com toda a evolução tecnológica. Agora, porém, devemos nos preparar para novos desafios, e claro, oportunidades. Não vai ser uma caminhada fácil, mas no fim certamente estaremos prontos para tudo aquilo que o digital pode nos oferecer.
* Romulo Cioffi é Vice President of Operation da Squadra Digital, referência em transformação e experiência digital de entrega unificada.
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Redação tecflow
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