*Adriano da Silva Santos
Implementar tecnologias avançadas como IoT, AI e Big Data para prestadores de serviços de saúde não é mais apenas uma opção, tornou-se uma obrigação, dada a necessidade de se acompanhar o mundo rapidamente digitalizado. Nesse cenário, a implantação da IoT na área da saúde – a Internet das Coisas Médicas (IoMT) – requer uma estratégia tática e novas medidas avançadas de segurança de dados.
- Siga o tecflow no Google News!
- Participe do nosso grupo no Telegram ou Whatsapp!
- Confira nossos stories no Instagram e veja notícias como essa!
- Siga o tecflow no Google Podcast e Spotify Podcast para ouvir nosso conteúdo!
- Anuncie conosco aqui.
Os profissionais de saúde preocupados com a tecnologia vêem como a IoT revolucionará completamente a maneira como pensamos sobre o setor. No entanto, essas previsões positivas sobre o seu futuro estão marcadas para ocorrerem somente daqui algum tempo. A realidade atual não é tão promissora: muitas empresas médicas são céticas em relação à sua adoção, além de que médicos, profissionais de assistência e pacientes, por vezes, não confiam em novos dispositivos e aplicativos ou simplesmente não sabem como usá-los.
A digitalização em massa requer novas políticas que regulam o acesso aos dados. No geral, dois documentos principais que regem a proteção de dados em saúde são o GDPR europeu e o HIPAA americano. O HIPAA, ou a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguros de Saúde foi desenvolvida para garantir a proteção de todos os tipos de dados de saúde, incluindo análises, prescrições, tratamentos e registros, sendo o principal responsável por controlar estritamente as informações dos pacientes, para que eles não sejam compartilhados sem o consentimento do proprietário.
O GDPR, por sua vez, ao contrário do HIPAA, supervisiona toda a proteção de dados pessoais. O protocolo de regulação de dados da UE considera como dados sensíveis, arquivos como os registros médicos e quaisquer dados de saúde, como biológicos e genéticos, além dos biométricos ou de identificação.
Sendo assim, quando se trata de negociação de acesso à informação, é importante lembrar que os serviços de saúde são complexos e envolvem diferentes partes e fornecedores: companhias de seguros, prestadores de serviços de saúde, empresas farmacêuticas e etc. Ao coordenar o fluxo de trabalho, deve-se considerar a proteção de dados, que serão, em última análise, compartilhados com diferentes partes.
Muito progresso pode ser alcançado com a interoperabilidade, que permite automação de dados relativamente segura. No entanto, muitos profissionais de saúde estão hesitantes em relação a soluções universais e digitalizadas. Assim, é vital estar na mesma sintonia com departamentos e fornecedores, sobretudo, pelo fato de que os registros médicos são o alvo mais desejado para ladrões cibernéticos.
O registro de cuidados de saúde pessoal contém informações muito mais valiosas do que um número de segurança social ou um cartão de débito. O prontuário médico é um retrato oficial abrangente do paciente que contém histórico de casos sensíveis, medicamentos, endereço, idade, doenças crônicas, para citar alguns. Aqui estão medidas obrigatórias que ajudarão a proteger dados confidenciais:
- Design soluções Med IoT com segurança em mente
- Protocolos de estratégia e resposta para riscos específicos
- Gerenciamento de acesso
Outro ponto é que o desenvolvimento de soluções de IoT sempre envolve fornecedores de terceiros, que podem precisar de dados sobre usuários de seus softwares e dispositivos. De acordo com o HIPAA e o GDPR, não se pode compartilhar nenhum dado sem o consentimento do paciente. Para resolver essa justaposição, tanto as regulamentações da UE quanto dos EUA desenvolveram um mecanismo anônimo que permite a desidentificação de dados confidenciais, protegendo seus proprietários.
Por outro lado, os riscos de dados podem muitas vezes vir de dentro: IoT e software não estão totalmente protegidos contra erros técnicos. Antes que qualquer risco inesperado, como falha na conexão web ou falha na plataforma, ocorra, é importante se certificar de projetar uma solução alternativa para a proteção de dados “offline”.
As tecnologias de IoT estão garantindo a conectividade final nunca imaginada antes. A Medtech não é a única indústria transformada. Hoje, é difícil pensar em um campo ou negócio onde a IoT não seja útil. De acordo com a Forbes, até 2027, a indústria deve atingir cerca de US $43 bilhões em todo o mundo. Sem dúvida, esse recurso oferece possibilidades ilimitadas de análise e previsão.
Em contrapartida, às vezes, os dados de saúde podem ser abundantes. O processamento de informações adquiridas de diferentes fontes é um desafio de como usar todo esse potencial. As soluções possíveis incluem aquisição de dados brutos, extração de recursos, raciocínio semântico e clustering.
Um dos problemas mais aparentes é que muitos fabricantes médicos desenvolvem sistemas automatizados, mas não vão mais longe. Ainda assim, eles poderiam desenvolver novos softwares e sensores IoT para garantir conectividade 24 horas por dia, 7 horas por semana. Para nutrir tal inovação, deve-se confiar em IoT implementada e desenvolvida por perícia médica e técnica.
Ademais, altas taxas de recall significam que muitas organizações de saúde não estão satisfeitas com a qualidade dos novos dispositivos. Há necessidade de uma cooperação mais estreita entre fabricantes e profissionais de saúde para estabelecer novos padrões de qualidade para a IoT.
No geral, a principal vantagem é a flexibilidade. A pandemia acelerou o desenvolvimento da fabricação de cuidados de saúde, trazendo novas soluções como monitores de temperatura inteligentes e botões de alerta COVID-19 em smartwatches. Ela nos mostrou que a adaptabilidade é necessária para a fabricação de cuidados de saúde: os fornecedores devem desenvolver estratégias de negócios e modelos de produção que garantam uma mudança rápida nos produtos já fabricados.
Atualmente, a saúde depende de dados e essa tendência só está ficando mais forte. Ferramentas inovadoras como a IoT permitem revolucionar a indústria e como pensamos sobre o campo medicinal. Todavia, com grandes poderes, grandes responsabilidades deverão vir também e os prestadores de cuidados de saúde devem abordar seriamente essas questões em um futuro não tão distante. Em breve, ele estará batendo nas nossas portas.
*Adriano da Silva Santos é um jornalista e escritor, formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina.
Faça como os mais de 4.000 leitores do tecflow, clique no sino azul e tenha nossas notícias em primeira mão!
Redação tecflow
Tecflow é um website focado em notícias sobre tecnologia com resenhas, artigos, tutoriais, podcasts, vídeos sobre tech, eletrônicos de consumo e mercado B2B.