Malwares que roubam dados derrubam o Emotet da liderança do ranking global

Ransomware

A Check Point Research (CPR), divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point® Software Technologies Ltd. (NASDAQ: CHKP), uma fornecedora líder de soluções de cibersegurança global, publicou o Índice Global de Ameaças referente ao mês de agosto de 2022. Os pesquisadores relataram que o FormBook é agora o malware mais prevalente, substituindo o Emotet que ocupou a primeira posição desde seu reaparecimento em janeiro deste ano.

O FormBook é um infostealer (ladrão de informações) direcionado ao sistema operacional Windows que, uma vez implantado, pode coletar credenciais, capturas de tela, monitorar e registrar pressionamentos de tecla, bem como baixar e executar arquivos de acordo com suas ordens de Comando e Controle (C&C). Desde que foi descoberto pela primeira vez em 2016, este malware continuou a se destacar, comercializado como Malware-as-a-Service (MaaS) em fóruns de hackers no submundo da Internet, conhecido por suas robustas técnicas de evasão e preço relativamente baixo.

No mês de agosto, os pesquisadores da CPR também observaram um rápido aumento na atividade do GuLoader, o que o levou à quarta posição no ranking global de malwares mais difundidos. O GuLoader foi inicialmente usado para baixar o Parallax RAT, mas, desde então, foi aplicado a outros cavalos de Troia de acesso remoto e infostealers, como Netwire, FormBook e AgentTesla. É comumente distribuído por meio de extensas campanhas de phishing por e-mail, as quais atraem a vítima para baixar e abrir um arquivo malicioso, permitindo que o malware funcione.

Além disso, a Check Point Research relata que o Joker, um spyware do Android, está de volta aos “negócios” e conquistou a terceiro posição na lista global de malware móvel mais importante em agosto. Depois que o Joker é instalado, ele pode roubar mensagens SMS, listas de contatos e informações do dispositivo, além de inscrever a vítima em serviços premium pagos sem o consentimento dela. Sua ascensão pode ser parcialmente explicada por um aumento nas campanhas, pois foi descoberto recentemente como um malware ativo em alguns aplicativos da Google Play Store.

Maya Horowitz – Divulgação.

“As alterações que vimos no índice de agosto, com o Emotet caindo do primeiro para o quinto lugar e o Joker se tornando o terceiro malware móvel mais prevalente, refletem a rapidez com que o cenário de ameaças pode mudar”, diz Maya Horowitz, vice-presidente de Pesquisa da Check Point Software Technologies. “Isso deve servir de alerta às pessoas e empresas sobre a importância de se manterem atualizadas contra as ameaças mais recentes, pois saber como se proteger é essencial. Os atacantes estão em constante evolução e o surgimento do FormBook mostra que nunca podemos ser complacentes com a segurança e devemos adotar uma abordagem holística e preventiva nas redes, endpoints e na nuvem”, reforça Maya.

Principais famílias de malware

* As setas referem-se à mudança na classificação em comparação com o mês anterior.

Em agosto, o FormBook foi o malware mais difundido no mês, impactando 5% das organizações em todo o mundo, seguido pelo AgentTesla com um impacto de 4% e XMRig com 2%.

 FormBook — É um infoStealer direcionado ao sistema operacional Windows e foi detectado pela primeira vez em 2016. É comercializado como Malware-as-a-Service (MaaS) em fóruns de hackers ilegais por suas fortes técnicas de evasão e preço relativamente baixo. O FormBook coleta credenciais de vários navegadores da Web, captura telas, monitora e registra digitações de teclas e pode baixar e executar arquivos de acordo com as ordens de seu C&C (Comando & Controle).

↑ AgentTesla – É um RAT avançado que funciona como keylogger e ladrão de informações, capaz de monitorar e coletar a entrada do teclado da vítima, teclado do sistema, capturar screenshots e exfiltrar credenciais para uma variedade de softwares instalados na máquina da vítima (incluindo Google Chrome, Mozilla Firefox e o cliente de e-mail Microsoft Outlook).

 XMRig – É um software de mineração de CPU de código aberto usado para o processo de mineração da criptomoeda Monero e visto pela primeira vez em maio de 2017. Os atacantes geralmente abusam desse software de código aberto, integrando-o ao malware para realizar mineração ilegal nos dispositivos das vítimas.

A lista completa das dez principais famílias de malware em agosto pode ser encontrada no blog da Check Point Software.

Principais setores atacados globalmente e no Brasil

Quanto aos setores, em agosto, Educação/Pesquisa prosseguiu como o setor mais atacado globalmente, seguido por Governo/Militar e Saúde.

1.Educação/Pesquisa

2.Governo/Militar

3.Saúde

No Brasil, os três setores no ranking nacional mais visados em agosto foram:

1.Governo/Militar

2.Comunicações

3.Transportes

O setor de Educação/Pesquisa subiu do oitavo para o sétimo lugar em agosto no ranking nacional.

Principais vulnerabilidades exploradas

Em agosto, a equipe da CPR também revelou que a “Apache Log4j Remote Code Execution” foi a vulnerabilidade mais explorada, tendo retornado ao primeiro lugar, impactando 44% das organizações no mundo, depois de ter ultrapassado a “Web Server Exposed Git Repository Information Disclosure”, cujo impacto global foi de 42%. A “Web Servers Malicious URL Directory Traversal” permaneceu em terceiro lugar na lista de vulnerabilidades mais exploradas, com um impacto global de 39%.

Apache Log4j Remote Code Execution (CVE-2021-44228) – Existe uma vulnerabilidade de execução remota de código no Apache Log4j. A exploração bem-sucedida dessa vulnerabilidade pode permitir que um atacante remoto execute código arbitrário no sistema afetado.

Web Server Exposed Git Repository Information Disclosure – a vulnerabilidade de divulgação de informações foi relatada no Repositório Git. A exploração bem-sucedida desta vulnerabilidade pode permitir a divulgação não intencional de informações da conta.

↔Web Servers Malicious URL Directory Traversal (CVE-2010-4598, CVE-2011-2474, CVE-2014-0130, CVE-2014-0780, CVE-2015-0666, CVE-2015-4068, CVE-2015-7254, CVE-2016-4523, CVE-2016-8530, CVE-2017-11512, CVE-2018-3948, CVE-2018-3949, CVE-2019-18952, CVE-2020-5410, CVE-2020-8260) – Existe uma vulnerabilidade de passagem de diretório em diferentes servidores da web. A vulnerabilidade ocorre devido a um erro de validação de entrada em um servidor Web que não limpa adequadamente a URI (Uniform Resource Identifier) para os padrões de passagem de diretório. A exploração bem-sucedida permite que atacantes remotos não autenticados divulguem ou acessem arquivos arbitrários no servidor vulnerável.

Principais malwares móveis

Em agosto, o AlienBot é o malware móvel mais prevalente, seguido por Anubis e o Joker.

1.AlienBot – A família de malware AlienBot é um Malware-as-a-Service (MaaS) para dispositivos Android que permite a um atacante remoto, como primeira etapa, injetar código malicioso em aplicativos financeiros legítimos. O atacante obtém acesso às contas das vítimas e, eventualmente, controla completamente o dispositivo.

2.Anubis é um cavalo de Troia bancário projetado para smartphones Android. Desde que foi detectado inicialmente, ele ganhou funções adicionais, incluindo a funcionalidade Remote Access Trojan (RAT), keylogger, recursos de gravação de áudio e vários recursos de ransomware. Foi detectado em centenas de aplicativos diferentes disponíveis na Google Store.

3.Joker é um spyware Android no Google Play, projetado para roubar mensagens SMS, listas de contatos e informações do dispositivo. Além disso, o malware também pode inscrever a vítima em serviços premium pagos sem seu consentimento ou conhecimento.

Os principais malwares de agosto no Brasil

O principal malware no Brasil em agosto é uma novidade na lista do país: o GuLoader, com 6,16% de impacto. O GuLoader é um downloader amplamente usado desde dezembro de 2019. Quando apareceu pela primeira vez, este malware era usado para baixar o Parallax RAT, mas foi aplicado a outros cavalos de Troia de acesso remoto e ladrões de informações, como Netwire, FormBook e AgentTesla. Quanto ao Emotet, que vinha liderando a lista nacional desde maio de 2022, este caiu para a quarta posição no ranking brasileiro com um índice de impacto de 3,46%.

Em segundo lugar no ranking nacional do mês passado está o FormBook com impacto de 4,58%. O Chaes desceu para a terceira posição com índice de impacto de 4,28%; este malware ataca plataformas de e-commerce principalmente na América Latina e foi o responsável pela campanha que visava o roubo de informações de consumidores do Mercado Livre e Mercado Pago, entre outros.

O Índice de impacto de ameaças globais da Check Point Software e seu mapa ThreatCloud são alimentados pela inteligência ThreatCloud da Check Point, a maior rede colaborativa que fornece inteligência de ameaças em tempo real derivada de centenas de milhões de sensores em todo o mundo, em redes, endpoints e dispositivos móveis. A inteligência é enriquecida com mecanismos baseados em IA e dados de pesquisa exclusivos da divisão Check Point Research (CPR).

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Leandro Lima

Graduado em tecnologia e design gráfico, sou apaixonado pela fotografia e inovações tecnológicas. Atualmente escrevo para o Tecflow.

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